MARMITAS PARA 7 DIAS: QUANTO TEMPO DURAM NO CONGELADOR ( E NA GELADEIRA)

  

Preparar refeições e congelá-las ajuda a organizar a semana — Foto: Freepik

Marmitas para 7 dias: quanto tempo duram no congelador (e na geladeira?)

Preparar toda a comida da semana em apenas um dia traz mais praticidade à rotina, mas é preciso estar atento a alguns cuidados no preparo e armazenamento desse alimento

Por 

Giulia Vidale

 — São Paulo

02/03/2024 10h44  Atualizado 02/03/20

Uma publicação no X (antigo Twitter) da foto de um congelador cheio de marmitas, em quantidade suficiente para dez dias de almoço e jantar, acompanhado da legenda "10 dias de almoço e janta prontos. P A Z", viralizou na internet. Muitos usuários da rede questionaram se a prática era segura. Afinal, quanto tempo é possível armazenar alimentos prontos na geladeira e no congelador? E, ainda, é possível congelar qualquer tipo de comida?

A verdade é que para manter uma alimentação saudável em uma rotina cada vez mais apertada, um crescente número de pessoas recorrem à essa prática: preparar toda a comida da próxima semana, durante o fim de semana. Isso salva tempo no dia a dia e ainda possibilita comer uma comida caseira, de qualidade.

A nutricionista Priscila Primi, colunista do GLOBO e mestre pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), explica que, em geladeira, um alimento pronto pode ficar armazenado de três a cinco dias, segundo recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

— Laticínios e preparações com esses ingredientes, como cremes à base de leite, são alimentos sensíveis e muito contaminantes, por isso, duram menos em geladeira. A recomendação é consumi-los em no máximo três dias.

Segundo ela, o congelamento é uma boa alternativa para quem quer fazer marmita para um grande número de dias. Neste caso, o ideal é consumir o alimento em até 15 dias. Já segundo a chef Rita Lobo, criadora do Panelinha e apresentadora do programa "Cozinha Prática com Rita Lobo", no GNT, a comida pronta pode ficar até três meses congelada.

Por outro lado, Primi alerta que alguns tipos de alimentos não se prestam a congelar porque isso altera sua textura e sabor.

— Os alimentos que contêm muita água e os que não podem ser cozidos posteriormente não são ideais para congelamento. Logo, não é recomendado congelar frutas como melancia, melão e maçã ou legumes como pepino, alface, repolho, a escarola, o agrião e a batata. Ovos cozidos e omelete ficam com a textura borrachenta. Iogurtes, os queijos mais frescos, tipo Minas, cottage, ricota, cream- cheese e requeijão, mousses, flans e outros alimentos que têm leite em grande parte de sua composição costumam ficar talhados depois de descongelados. O mesmo vale para cremes gordurosos e sobremesas que levam amido de milho — pontua a nutricionista.

Mas existem opções. A batata, por exemplo, pode ser congelada na forma de purê ou creme. É possível que o visual não fique tão bonito logo após descongelar, mas basta reaquecer e misturar para que o preparo volte às suas características originais.

É possível congelar verduras e legumes crus como couve, salsinha e espinafre para usá-los em refogados ou no suco verde. Já legumes como cenoura e beterraba podem ser congelados ralados e utilizados diretamente em sopas ou vitaminas.

— Porém, a melhor forma para preservar as suas características nutricionais e sensoriais é pela técnica de branqueamento — ressalta Primi. O branqueamento consiste na imersão da hortaliça em água fervente por um breve tempo, seguido da imersão em água gelada pelo mesmo período. Em seguida, deve-se escorrer a água. Antes de congelar, é preciso esperar o vegetal estar bem seco.

Em relação às frutas, a maioria pode ser congelada, porém não para o consumo usual, já que a textura muda por causa do freezer.

Para evitar fazer com que o alimento preserve sua qualidade e características por mais tempo, a nutricionista alerta que é necessário tomar alguns cuidados no preparo dessa refeição antes de congelar.

— O que vai determinar se aquele alimento vai durar mais tempo na geladeira ou no freezer são as condições de preparo. Um ambiente limpo, unhas cortadas, cabelo preso e higienização correta dos alimentos são fatores que ajudam a aumentar a validade.

A carne, por exemplo, deve ser mantida na geladeira pelo maior período possível de tempo antes do preparo. Isso reduz o risco de contaminação. Quanto mais cozido o alimento, também menor é a probabilidade de contaminação. E nada de deixar o alimento fora da geladeira horas antes de guardar.

— Quanto mais tempo o alimento fica exposto, maior o risco de contaminação porque o microrganismo está no ar. O ideal é preparar e congelar imediatamente ou resfriar e congelar. Não precisa esperar esfriar para depois guardar na geladeira — diz Primi.

Para descongelar, nada de deixar em cima da pia.

— Do ponto de vista microbiológico, o ideal é descongelar em geladeira ou colocar direto no forno, no micro-ondas ou até mesmo na panela — conclui.

DICA IMPORTANTE: não recongelar nenhum tipo de alimento, para não perder o sabor e as qualidades nutricionais. O produto só poderá ser recongelado se mudar de estado, ou seja, deixar de ser cru e for cozido.

Fonte:https://oglobo.globo.com/saude/bem-estar/noticia/2024/03/02/marmitas-para-7-dias-quanto-tempo-duram-no-congelador-e-na-geladeira.ghtml?