O QUE É DISBIOSE INTESTINAL E SÍNDROME DO INTESTINO PERMEÁVEL?

  

 O QUE É DISBIOSE INTESTINAL E SÍNDROME DO INTESTINO PERMEÁVEL?

É um termo  usado  para alterações na  composição  bacteriana da flora  intestinal onde há AUMENTO de microorganismos ( bectérias )maléficos em  relação dos benéficos  causando sintomas como:

  • dor abdominal
  • flatulência ( gazes)
  • distensão abdominal 9 inchaço abdominal)
  • constipação intestinal ( intestino preso) 
  • alteração do hábito de ir ao banheiro evacuar .
  • diarréia ( intestino solto)

O trato gastrintestinal humano contém mais de 10 trilhões de bactérias, abrangendo mais de 500 espécies diferentes. Uma das principais funções da mucosa intestinal é sua atividade de barreira, que impede as moléculas ou microrganismos ruins para a saúde de entrarem na circulação sistêmica ( corrente sanguinea)

 


Alterações na  permeabilidade intestinal ou  Síndrome do Intestino Permeável  também é uma característica de disbiose , é a   chamada Leaky Gut ou intestino  vazado podendo causar problemas crônicos de saúde como verão mais abaixo

O incremento da permeabilidade intestinal supõe um aumento da passagem de substâncias não desejadas ao fluxo sanguíneo, podendo originar alterações inflamatórias e imunológicas crônicas, tanto a nível local como sistêmico.

Esta alteração é conhecida como síndrome do “intestino furado” (ou leaky gut em inglês) e costuma ser consequência principalmente de alterações das uniões estreitas e da absorção paracelular.

É de vital importância que sejam pesquisadas  doenças do trato intestinal antes de chegar ao diagnóstico de disbiose como Retocolite Ulcerativa, doença de Chron, Sindrome do intestino irritável, Insuficiência Pancreática  e gastrite por exemplo as quais podem  existir  de forma concomitante com a disbiose e se retroalimentando.

Na minha prática, já presenciei pacientes achando que tinham apenas disbiose e na verdade tinham, também,  doenças  de base como as citadas acima as quais mereciam tratamento específico para a melhora dos sintomas


A alimentação pode ser considerada como um dos fatores comportamentais que mais influencia a qualidade de vida das pessoas.

Nossa conduta adequada diante da alimentação fez-se necessária, pois os hábitos alimentares e o estilo de vida, nos últimos 40 anos, passaram por diversas modificações, sobrecarregando os diferentes sistemas do organismo.

A ingestão do alimento não garante que seus nutrientes estarão biodisponíveis para serem utilizados pelas células.

Neste contexto, o intestino é um orgão de  vital importância funcionando como filtros, capazes de permitir ou barrar a entrada de nutrientes necessários ao organismo e de substâncias prejudiciais para a nossa saúde.

É preciso nutrir o organismo adequadamente, isto é, ter uma ingestão adequada de alimentos, em quantidade e qualidade, afim de que nosso organismo receba todos os nutrientes essenciais ao seu bom funcionamento e ainda garantir que estes alimentos sejam bem digeridos, absorvidos e utilizados. Este processo é fundamental para determinar o melhor estado físico, mental e emocional.

O trato gastrintestinal (TGI) abriga um superorganismo chamado microbiota intestinal (flora intestinal), que é conhecida por desempenhar um papel crucial na digestão e também no desenvolvimento de diversas doenças.

O trato gastrintestinal humano contém mais de 10 trilhões de bactérias, abrangendo mais de 500 espécies diferentes. Uma das principais funções da mucosa intestinal é sua atividade de barreira, que impede as moléculas ou microrganismos antigênicos ou patógenos de entrarem na circulação sistêmica.

O intestino humano representa o maior órgão linfoide ( produz células do sistema imune) do corpo, desta forma ele é responsável por diversas reações imunológicas, devido a presença de anticorpos, como a imunoglobulina A secretora


Entre as possíveis causas da disbiose estão:

  • Uso indiscriminado de antibióticos, que matam tanto as bactérias boas assim como as nocivas
  • Uso indiscriminado de antiinflamatórios hormonais e não-hormonais
  • Abuso de laxantes
  • Consumo excessivo de alimentos processados em detrimento de alimentos naturais
  • Envelhecimento
  • Estresse
  • pH intestinal
  • Imunindade
  • Alérgenos alimentares
  • Uso crônico de inibidores da bomba de prótons ( prazóis)  – alteram o pH do estomago o qual tem que ser ácido. Exemplo: omeprazol
  • Açúcares, frutose em excesso principalmente a industrializada na forma HFCS  ( HIGH FRUCTOSE CORN SYRUP) em excesso e farinha de trigo
  • Uso excessivo de adoçantes artificiais  como sucralose, sacarina e acessulfame

Pode ainda estar associada a outros fatores alimentares, dieta com excesso de proteína, gordura ou carboidrato (uma grande ingestão de carboidrato leva a maior fermentação pelas bactérias no intestino grosso), ou com baixo teor de fibras ou ainda carência de vitaminas.

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QUAIS SÃO SINTOMAS  E CONSEQUÊNCIAS  DA DISBIOSE  E SÍNDROME DO INTESTINO PERMEÁVEL?

  1. Inflamação e dores crônicas como  dor de cabeça
  2. Dor nas articulações e/ou dor muscular
  3. Fadiga( cansaço) Crônica
  4. Distúrbios inflamatórios da pele
  5. Erupções cutâneas, alergias
  6. Sensibilidades alimentares

DOENÇAS EM ESTUDO QUE PODEM ESTAR ASSOCIADAS A DISBIOSE  COMO CONSEQUÊNCIA DA LEAKY GUT:

De acordo com o estudo publicado em uma revista médica norueguesa, este processo “está implicado no aparecimento da doença e inclui várias condições pediátricas agudas e crônicas que provavelmente terão sua origem durante a infância”, sendo associado a:

 

disbiose


 

Os alimentos processados podem parecer uma solução barata e fácil, especialmente quando você está sem tempo.

Mas pesquisas recentes mostram alguns dos aditivos mais comuns, que muitas vezes ignoramos, nas listas de ingredientes que podem desencadear dificuldades digestivas. 

Como resultado, esses aditivos alimentares afetam os intestinos de forma a promover o desenvolvimento de sintomas de doenças autoimunes.

Então, se você está lidando com doenças inflamatórias, problemas de pele, e doenças autoimunes, é hora de eliminar da sua dieta ingredientes processados, como parte do seu plano de ação.

No trabalho publicado no periódico Autoimmunity Reviews, os pesquisadores descobriram evidências de que os alimentos processados ​​enfraquecem a resistência do intestino a bactérias, toxinas e outros elementos nutricionais e não nutricionais hostis aumentando o risco de doenças autoimunes.

 


TRATAMENTO DA DISBIOSE:

O tratamento da disbiose abrange duas linhas, uma dietética, por meio da ingestão de alimentos funcionais, que beneficiam a constituição da microbiota intestinal, e outra usando suplementos a base  de prebióticos  e probióticos .

Os alimentos funcionais que estão relacionados à melhora e à manutenção da microbiota são ricos em  probióticos, os prebióticos e os simbióticos.

Evidências têm demonstrado que os alimentos probióticos e prebióticos modulam positivamente a composição e a atividade da microbiota intestinal, com consequentes efeitos benéficos sobre a saúde, como o restabelecimento do equilíbrio destes microrganismos, estímulo ao sistema imune, com fortes indícios de que inibam, ainda, atividade carcinogênica.


PROBIÓTICOS:

Os probióticos são bactérias benéficas que vivem no intestino e melhoram a saúde geral do organismo, trazendo benefícios como facilitar a digestão e a absorção de nutrientes, e fortalecer o sistema imunológico

Esses microrganismos geralmente são provenientes de mono ou múltiplas culturas, representadas principalmente POR :

  • Lactobacillus ( atuam  no íleo  terminal do intestino)
  • Bifidobacterium ( atuam no cólon)
  • Enterococcus
  • Streptococcus.

Bactérias pertencentes aos gêneros Lactobacillus e Bifidobacterium e, em menor escala, Enterococcus faecium, são mais freqüentemente empregadas como suplementos probióticos para alimentos, uma vez que elas têm sido isoladas de todas as porções do trato gastrintestinal do humano saudável.

Dentre as bactérias pertencentes ao gênero Bifidobacterium, destacam-se 

  • bifidum, 
  • breve, 
  • infantis, 
  • lactis,
  • animalis,
  • longum 
  • thermophilum.

Dentre as bactérias láticas pertencentes ao gênero Lactobacillus, destacam-se

  • acidophilus,
  • helveticus,
  • casei – 
  • paracasei,
  • fermentum,
  • reuteri,
  •  johnsonii,
  • plantarum,
  • rhamnosus
  •  salivarius

 

Os probióticos atuam no organismo principalmente ao inibir a colonização ( crescimento) intestinal por bactérias patogênicas ( ruins) o que favorece nossa  saúde global

Ao citar os mecanismos de ação das bactérias probióticas, pode-se destacar também, o estímulo ao sistema imune, que ocorre por meio do aumento dos níveis de anticorpos e ativação dos macrófagos, proliferação de células T e produção de interferon.

Os produtos com probióticos, que resistem ao processo de digestão e chegam intactos ao intestino, onde atuam de maneira positiva podem ajudar a reduzir:

  • gases
  • intestino preso ( constipação)
  • diarreia.

 

Consumidos com regularidade e em doses adequadas, aumentam a absorção do cálcio, reduzem o colesterol ruim .protegem o estômago, ajudam no emagrecimento, favorecem a diminuição da gordura no fígado e melhororam a tolerância a lactose

Estudos indicam que eles ainda podem  aliviar dores musculares, problemas de estômago, doenças crônicas, entre outros.

Especialistas ainda recomendam seu consumo para auxiliar o processo de absorção de nutrientes.

Alguns alimentos são ricos em probióticos naturais.  Exemplo desses alimentos incluem:

  • Iogurte natural: são a principal e mais fácil fonte de probióticos no mercado, mas também existem versões de iogurtes com sabor que mantém as bactérias benéficas vivas; Prefire sempre os naturais integrais sem adição de açúcares. 
  • Kefir: é um produto fermentado com levedura e bactérias que fica semelhante ao iogurte, mas possui um teor mais elevado de probióticos. 
  • Leite fermentado: são produtos especiais que geralmente contêm Lactobacillus adicionados pela indústria, sendo o Yakult o mais famoso.Porém, este produto contém apenas o Lactobacilos acidófilos e para ser eficiente, a suplementação tem que contar com pelo menos 5 cepas de bactérias mesclando entre lactobacilos e bifidobactérium
  • Kombucha: uma bebida fermentada feita principalmente a partir do chá preto;
  • Produtos orientais à base de soja, legumes e verduras, como Miso, Natto, Kimchi, que podem ser comprados em lojas especializadas.

É interessante que você converse com seu médico sobre o uso de probióticos ao usar algum antibiótico.

Os antibióticos, além de matarem as bactérias que estão causando infecções no seu corpo, acabam também matando as bactérias benéficas que vivem no seu intestino, deixando o seu corpo mais susceptível a ataques de organismos como o fungo da Candida, que pode crescer nos intestinos, boca, vagina, pulmões, ou debaixo das unhas.

Um bom suplemento de probióticos nesse caso ajudará com a recuperação da flora intestinal.


Diferença entre Prebiótico e Probiótico:

Enquanto os probióticos são bactérias saudáveis que povoam o intestino, os prebióticos são fibras que servem de alimentos para os probióticos e que favorecem a sua sobrevivência e proliferação no intestino.

DISBIOSE

Os Prebióticos

São produzidos pela fermentação bacteriana carboidratos resistentes às ações das enzimas salivares e intestinais, não sendo digeridos e absorvidos no trato gastrintestinal e são fermentados por certas bactérias do cólon.

O amido resistente é a fonte mais importante e é encontrado na banana verde, em batatas não cozidas e vários vegetais 

Como são resistentes  enzimas intestinais, não eleva o açúcar no sangue

Os prebióticos são metabolizados por bactérias da flora intestinal e transformados em ácido graxos de cadeia curta:

São eles:

  • ácido butírico (butirato ) 
  • acético
  • propiônico

O butirato é o mais atuante no metabolismo energético e foi demonstrado que melhora sensibilidade a insulina, favorecendo emagrecimento e elevando o gasto de  energia ( aumento do metabolismo)

O butirato eleva

  • a oxidação dos ácido graxos (  quebra da gordura para gerar energia)
  • eleva a termogênese ao elevar no músculo o PGC 1 alfa e a fosforilação do AMPK

Uma  dieta rica em pre e probiótico é uma boa  fonte de butirato

Em consequência, estimulam o crescimento de bifidobactérias e lactobacilos, modificando favoravelmente a composição da microbiota intestinal e/ou estimulando a atividade metabólica destas bactérias.

Os prebióticos alteram o trânsito intestinal, reduzindo metabólitos tóxicos, e previnem a diarreia e a obstipação intestinal.

Os principais prebióticos são:

  • frutooligossacarídeos (FOS)
  • inulina.
  • Pectina

A eficácia clínica dos FOS vem sendo demonstrada em vários estudos.

Os FOS estimulam seletivamente o crescimento de bactérias benéficas, inclusive Lactobacillus e Bifidobacterium, reduzindo as bactérias patogênicas, tais como Salmonella e Clostridium no trato gastrintestinal.

A inulina, ao alcançar o cólon, mostra um efeito estimulante preferencial nos números de bifidobactérias.


SIMBIÓTICOS =  PROBIÓTOCOS + PREBIÓTICOS

A combinação dos prebióticos com os probióticos forma os simbióticos, constituindo assim um fator multiplicativo no qual a ação é realizada com maior eficiência

Na medida em que os simbióticos melhoram o bolo fecal, há diminuição da absorção de glicose ( açúcar) e aumento da eliminação de colesterol, ajudando a evitar doenças coronarianas.

Os simbióticos também regeneram a mucosa intestinal, o que pode evitar a formação do câncer, e diminuir a incidência de infecções sistêmicas.


BENEFÍCIOS DA SUPLEMENTAÇÃO DE PRE E PROBIÓTICOS:

  • controle da microbiota intestinal
  • estabilização da microbiota intestinal após o uso de antibióticos;
  • promoção da resistência gastrintestinal à colonização por patógenos;
  • diminuição da população de patógenos através da produção de ácidos acético e lático, de bacteriocinas e de outros compostos antimicrobianos;
  • promoção da digestão da lactose em indivíduos intolerantes à lactose; estimulação do sistema imune
  • alívio da constipação
  • aumento da absorção de minerais e produção de vitaminas.

Embora ainda não comprovados, outros efeitos atribuídos a essas culturas são :

  • diminuição do risco de câncer de cólon e de doença cardiovascular
  • diminuição das concentrações plasmáticas de colesterol
  • efeitos anti-hipertensivos
  • redução da atividade ulcerativa de Helicobacter pylori
  •  controle da colite induzida por rotavirus e por Clostridium difficile, prevenção de infecções urogenitais,
  • efeitos inibitórios sobre a mutagenicidade (Shah, Lankaputhra, 1997; Charteris et al., 1998; Jelen, Lutz, 1998; Klaenhammer, 2001; Kaur, Chopra, Saini, 2002; Tuohy et al., 2003).

 


Disbiose e imunidade

A presença destas bactérias é essencial para o metabolismo, a proteção contra agentes patogênicos e de maturação do sistema imunológico.

Em contrapartida, o sistema imune determina a composição da microbiota. Composição microbiana alterada pela disbiose tem sido correlacionada com numerosas doenças em seres humanos, devido à redução da imunidade de acordo com artigo publicado no American Jourmal of Transplantation, por pesquisadores do Departamento de Medicina, da Universidade de Chicago.

Outro grupo de pesquisadores, da Escola de Medicina da Universidade de Keio em Tókio, relataram que as composição da microbiota intestinal desregulada ou disbiose, pode ser associada com as causas fundamentais da Doença Inflamatória do Intestino (DII) e que a depressão no sistema imunitário intrínseco é um efeito, não uma causa, da DII.

Se as paredes intestinais estiverem prejudicadas pode ocorrer um desequilíbrio entre as bactérias protetoras e agressoras do intestino, originando a disbiose intestinal, um distúrbio que pode acarretar , desconforto abdominal , inchaço abdominal , sobrepeso, desnutrição e até o surgimento de outras doenças mais graves, devido a alterações do sistema imunológico, como:

  • câncer
  • esofagite
  • infecções urinárias
  • doenças auto imunes com Tireoidite de Hashimoto, Lupus, artrite reumatoide,
  • depressão, ansiedade, síndrome do Pânico e outros transtornos psíquicos tendo em vista que 90% da serotonina e 50% da dopamina do organismo são produzidas pelo intestino e se comunica com o cérebro pelo sistema nervoso entérico.

 


Alterações da microbiota intestinal em pacientes com Tireoidite de Hashimoto 


A Tireoidite de Hashimoto (HT) é uma doença autoimune órgão-específica na qual tanto predisposição genética quanto fatores ambientais atuam como desencadeantes da doença.

Muitos estudos indicaram que alterações na microbiota intestinal são importantes fatores ambientais no desenvolvimento de doenças inflamatórias e autoimunes.

Para comprovar esta relação, cientistas chineses realizaram uma análise comparativa  sistemática da microbiota intestinal em pacientes com Tireoidite de Hashimoto e controles saudáveis.

Níveis semelhantes de riqueza e diversidade bacteriana foram encontrados na microbiota intestinal de pacientes com Tireoidite de Hashimoto e controles saudáveis.

A caracterização da microbiota intestinal em pacientes com Tireoidite de Hashimoto confirmou que os pacientes com Tireoidite de Hashimoto têm microbiota intestinal alterada e que a microbiota intestinal está correlacionada com os parâmetros clínicos, sugerindo que os dados da composição do microbioma poderiam ser usados ​​para o diagnóstico da doença. Mais investigações são necessárias para entender melhor o papel da microbiota intestinal na patogênese da Tireoidite de Hashimoto.

 



Intestino – Nosso segundo cérebro:  O EIXO INTESTINO CÉREBO


Sabemos o básico para manter um cérebro jovem e saudável: se alimentar corretamente, exercícios e ter uma boa noite de sono. Porém, a saúde do cerebral também é influenciada por uma fonte inesperada – o nosso segundo cérebro ou melhor, nosso intestino.

Dentro das muralhas do nosso sistema digestivo temos bactérias que podem ajudar a moldar a nossa estrutura cerebral e influenciar nosso humor, comportamento e saúde mental, tais como a probabilidade de desenvolver doenças antes consideradas de origem cerebral.

O intestino é capaz de comunicar com o cérebro através do NERVO  VAGO  

Conhecido como o eixo intestino-cérebro, noventa por cento das fibras do Vago transportam informações do intestino para o cérebro.

Esta comunicação acontece através de moléculas que são produzidas por bactérias do intestino que caso fiquem em desequilíbrio, isto é predomínio de más bactérias em relação as boas ou melhor, disbiose, aumentam a chance de distúrbios psiquiátricos e neurológicos, tais como o autismo, a ansiedade, depressão, Alzheimer e doença de Parkinson.

Fiquem de olho, se atentem mais no que estão colocando no seu intestino.



O relacionamento mente-intestino vai nos dois sentidos


Nós já sabemos que o sentimento de ansiedade afeta nosso  intestino deixando ele  solto ou como dores abdominais e gazes.

Da mesma forma, quando você está deprimido, tudo para em seus trajetos, resultando em constipação.

 Mas enquanto é intuitivo que ansiedade e depressão afetam o intestino, mostra que o intestino também podem causar ansiedade e depressão.

Em um estudo de pesquisadores da UCLA, um grupo de mulheres saudáveis comeram iogurte fortificado com probióticos duas vezes por dia durante quatro semanas.

Um segundo grupo comeu um produto de leite não-probiótico, e um terceiro grupo comeu sua dieta regular.

Após as quatro semanas, todas foram submetidas a um “scanner” de cérebro para medir a resposta de cerebral.

O grupo probiótico mostrou um funcionamento cerebral significativamente diferente, tanto em repouso quanto em resposta a uma tarefa de reconhecimento emocional.

Quem imaginaria que a próxima fronteira no bem-estar mental nos levaria direto ao banheiro? Acontece que “sentimento intestinal” é mais do que apenas um nome fantasia para a intuição. 

Nosso intestino delgado e grosso, e os trilhões de bactérias que o chamam de lar, são mais importantes do que nunca imaginamos para influenciar nosso humor, nossa ansiedade, nossas escolhas e até mesmo nossas personalidades.

 


Ingestão de  Lactobacillus rhamnosus regula o comportamento emocional:

O GABA é o principal neurotransmissor inibidor do SISTEMA NERVOSO CENTRAL e está significativamente envolvido na regulação de muitos processos fisiológicos e psicológicos.

Alterações na expressão do receptor GABA central estão implicadas na  ansiedade e da depressão, que PODEM  ter correlação com perturbações intestinais funcionais.

Neste trabalho, os pesquisadores demonstraram que o tratamento crônico com L. rhamnosus induziu alterações dependentes da região no cérebro, em comparação com camundongos alimentados com controle.

Além disso, L. rhamnosus reduziu  a corticosterona ( costisol) induzida pelo estresse e ansiedade, relacionada à depressão comportamental.

Além disso, os efeitos comportamentais neuroquímicos não foram encontrados em camundongos vagotomizados, identificando o nervo vago como o principal constituinte modulador da via de comunicação entre as bactérias presentes no intestino e cérebro.

Juntos, estes resultados destacam o papel importante das bactérias na comunicação bidirecional do eixo intestino-cérebro e sugerem que certos organismos podem vir a ser adjuntos terapêuticos úteis em transtornos relacionados ao estresse, como ansiedade e depressão.


O intestino pode conduzir nossas escolhas alimentares.

Há uma teoria de que seus desejos alimentares podem realmente ser causados por suas bactérias intestinais.

Aparentemente, há uma multidão de trilhões lá que realmente gosta de cupcakes de chocolate, bacon, queijo, ou o que quer que seja sua bactéria específica goste.

A teoria é a seguinte: quando comemos os alimentos que nossas bactérias querem, eles produzem partículas que são pequenas o suficiente para atravessar a barreira hematoencefálica, como a tirosina ou o triptofano, que se convertem em dopamina e serotonina no cérebro e que ambas impactam o humor e reforçam as escolhas alimentares.

Bem, nós sabemos que é difícil mudar seu coquetel de microbiota intestinal. Mas o que pode ser mudado são os metabólitos das bactérias – os produtos produzidos pelas bactérias intestinais.

E para fazer isso, você muda o que você está usando para alimentá-las. Como fazer isso?

  • Coma uma dieta rica em plantas.
  • Evite alimentos processados e aditivos alimentares, como emulsificantes que interrompem o seu revestimento intestinal, edulcorantes artificiais e que alteram o seu metabolismo.
  • Reduza o estresse, o que afeta tanto a composição quanto a atividade de suas bactérias intestinais.
  • Incluir alimentos fermentados como kimchi, missô, kombucha, kefir e o velho e bom iogurte, para manter a diversidade de sua flora intestinal.

Autismo e diminuição dos Lactobacilos Reuteri:

Camundongos com uma mutação em um dos principais genes do autismo, chamado SHANK3,têm níveis de certas bactérias intestinais alterados, mostrou um novo estudo.

Por outro lado, quando alimentados com Lactobacillus reuteri, um microrganismo encontrado no iogurte e em probióticos, alguns dos problemas destes camundongos apresentam melhora.

Evidências preliminares indicam que pessoas com autismo também têm um microbioma intestinal (o conjunto de bactérias no seu intestino) alterado.

Um pequeno estudo publicado em 2017 sugeriu que o uso de transplantes de bactérias em crianças com autismo pode aliviar seus problemas digestivos e até mesmo seus problemas sociais.

As novas descobertas oferecem novas evidências para apoiar essa ideia. Elas também revelam uma conexão entre os genes ligados ao autismo e a flora intestinal

Os pesquisadores também investigaram como as bactérias podem afetar o comportamento.

Um estudo de 2011 relatou que alimentar camundongos com outra espécie de Lactobacillus altera a expressão no cérebro de receptores de GABA.

As bactérias secretam moléculas de gordura com uma estrutura química semelhante à do GABA, e isso pode alterar a expressão de seus receptores, diz Elliott.

Eles descobriram que os níveis das bactérias intestinais acompanham os de três tipos de receptores GABA no cérebro. Alimentar os camundongos com L. reuteri aumenta a expressão de todos os três tipos de receptores.

Fonte: http://www.progene.ib.usp.br/mutacao-relacionada-ao-autismo-altera-o-equilibrio-das-bacterias-do-intestino-em-camundongos/


Estudo feito na Unicamp permite traçar o roteiro da obesidade

Ao investigarem, na última década, os fatores associados à crescente epidemia global de obesidade, cientistas da UNICAMP identificaram dois eventos que contribuem fortemente para o ganho de peso.

Um deles é a alteração no perfil de bactérias que compõem a flora intestinal.

Estudos publicados entre 2005 e 2007 mostraram que pessoas obesas geralmente apresentam um conjunto de microrganismos que favorece a absorção dos nutrientes da dieta. Ou seja, uma maçã pode ser mais calórica para uma pessoa obesa do que para uma pessoa magra.

Mas se isso é causa ou consequência do sobrepeso ainda não se sabia ao certo.

Nesse contexto, explicou o Dr. Velloso, um dos autores do estudo, surge a alteração da microbiota intestinal que, por sua vez, contribui tanto para o agravamento da obesidade como das doenças a ela associadas. Segundo Velloso, estudos de outros grupos mostraram que uma dieta rica em carboidratos simples, como os presentes no açúcar e na farinha branca, também podem elevar os níveis de lipídeos no sangue.


Suplementação com probióticos pode trazer benefícios cardiometabólicos no diabetes tipo 2

De acordo com os resultados de um estudo publicado recentemente na revista Clinical Nutrition, adultos com diabetes tipo 2 recém diagnosticados distribuídos aleatoriamente em terapia de suplementação com probióticos de múltiplas cepas  ( oito  cepas diferentes)  da marca Winclove Probiotics por seis meses apresentaram melhora na resistência à insulina e na inflamação induzida por endotoxinas, quando comparados com o grupo que utilizou placebo durante o mesmo período.

Os pesquisadores observaram diferenças percentuais de mudança no HOMA-IR ( resistência a insulina ) favorecendo o grupo que utilizou os probióticos em três meses (0% vs. -60,4%) e em seis meses (20,5% vs. -64,2%).

Não houve diferenças entre os grupos observadas para marcadores lipídicos, mas os pesquisadores observaram melhora nos níveis de triglicerídios, colesterol total e colesterol HDL no grupo que utilizou os probióticos.

Neste mesmo grupo, os pesquisadores observaram uma melhora nos níveis de endotoxinas (redução média aos seis meses, -69,6%) e nos níveis de adiponectina (aumento médio aos seis meses, 71,8%).

 


PRÓBIÓTICOS E DEPRESSÃO:
 
Probióticos, tomados sozinhos ou quando combinados com prebióticos, podem ajudar a aliviar a depressão, sugere uma revisão das evidências disponíveis, publicada no BMJ Nutrition Prevention & Health .
 
No total, 12 cepas probióticas foram destacadas nos estudos selecionados, principalmente
  • Lactobacillus acidophilus
  • Lactobacillus casei
  • Bifidobacterium bifidium.
 
Referência: Food & mood: a review of supplementary prebiotic and probiotic interventions in the treatment of anxiety and depression in adults

 


 

 

REFERÊNCIAS

1- Shifts in microbiota species and fermentation products in a dietary model enriched in fat and sucrose.

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25213025

2- Nutritional iron turned inside out: intestinal stress from a gut microbial perspective.

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25205464

3- Environmental Risk Factors for Inflammatory Bowel Diseases: A Review.

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25204669

4- Disbiose intestinal.

http://www.marcellabarradas.com.br/wp-content/uploads/ 2012/03/disbiose-intestinal.pdf

5- Uso de probiótcos na recuperação da flora intestinal.

http://www.nutricritical. com/core/files/figuras/file/TCC%20Carol.pdf

6- Benefícios dos probióticos à saúde humana.

http://bibliodigital.unijui.edu.br:8080/xmlui/bitstream/handle/123456789/527/Benef%C3%ADcios%20dos%20probi%C3%B3ticos%20%C3%A0%20sa%C3%BAde%20humana.Acad%C3%AAmica%20Laise%20Rocha.pdf?sequence=1

7- Probiotics normalize the gut-brain-microbiota axis in immunodeficient mice.

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25190473

8- High-fat-diet-mediated dysbiosis promotes intestinal carcinogenesis independently of obesity.

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25174708

9- Effect of commensals and probiotics on visceral sensitivity and pain in irritable bowel syndrome.

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25184834

10- Probióticos e prebióticos: o estado da arte.

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-93322006000100002

11- The Microbiota, the Immune System and the Allograft

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24840316

12- Diet, microbiota, and inflammatory bowel disease: lessons from Japanese foods.

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25045286

13- The gastrointestinal tract microbiome, probiotics, and mood.

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25266952

14 – Food For Thought: Gut Bacteria May Influence How The Mind Works, Affecting Mood And Behavior.

http://www.medicaldaily.com/food-thought-gut-bacteria-mood-behavior-379915

15 – Consumption of fermented milk product with probiotic modulates brain activity.

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23474283

17 – Is Your Gut Making You Depressed or Anxious?

http://www.quickanddirtytips.com/health-fitness/mental-health/is-your-gut-making-you-depressed-or-anxious?utm_source=sciam&utm_campaign=sciam

18- Consumption of fermented milk product with probiotic modulates brain activity.

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23474283

19- Hypothesis: Bacteria Control Host Appetites.

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3554020/

20- Ingestion of Lactobacillus strain regulates emotional behavior and central GABA receptor expression in a mouse via the vagus nerve.

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21876150

21- Training the Gut for Athletes

https://link.springer.com/article/10.1007%2Fs40279-017-0690-6

22- Metagenomic analyses of the human gut microbiome reveal connections to the immune system

https://aaltodoc.aalto.fi/bitstream/handle/123456789/24763/isbn9789526073132.pdf?sequence=1&isAllowed=y

23- Microbioma infantil pode influenciar a ocorrência de diabetes tipo 1

http://portugues.medscape.com/verartigo/6501164

24- Brain blood vessel lesions tied to intestinal bacteria

https://www.sciencedaily.com/releases/2017/05/170518140232.htm

25- Fungal dysbiosis: immunity and interactions at mucosal barriers

https://www.nature.com/nri/journal/vaop/ncurrent/full/nri.2017.55.html#affil-auth

26- Diet choice, reproduction of fruit flies affected by gut bactéria

https://www.sciencedaily.com/releases/2017/07/170727141457.htm

27- Gut Microbiota Modifies Olfactory-Guided Microbial Preferences and Foraging Decisions in Drosophila

http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0960982217308801

28- 7 Food Additives that Trigger Leaky Gut

https://draxe.com/7-food-additives-that-trigger-leaky-gut/?rs_oid_rd=98865852761799&utm_ source=promotional&utm_medium=email&utm_campaign=20170826_newsletter_monthlyrecap

29- Estudo feito na Unicamp permite traçar o roteiro da obesidade

http://agencia.fapesp.br/estudo_feito_na_unicamp_permite_tracar_o_roteiro_da_obesidade/26184/

30- Alterations of the Gut Microbiota in Hashimoto’s Thyroiditis Patients.

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29320965

31- Probiotic supplementation in sports and physical exercise: Does it present any ergogenic effect?

http://journals.sagepub.com/doi/pdf/10.1177/0260106017721000

32 – Sabico S, Al-Mashharawi A, Al-Daghri N et al. Effects of a 6-month multi-strain probiotics supplementation in endotoxemic, inflammatory and cardiometabolic status of T2DM patients: A randomized, double-blind, placebo-controlled trial. Clinical Nutrition. 2018. doi:10.1016/j.clnu.2018.08.009

33- Probiotics and prebiotics: the state of the artSusana Marta Isay Saad*Departamento de Tecnologia Bioquímico-Farmacêutica, Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Universidade de São Paulo

Fonte:https://www.robertofrancodoamaral.com.br/blog/disbiose/

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