BENEFÍCIOS DO VINHO TINTO




O consumo do vinho tinto está associado ao bem-estar, bom humor, qualidade de vida e longevidade.

Vinho tinto é a bebida resultante da fermentação do suco ou mosto extraído de uvas pretas ou tintas no qual é imperativo que haja maceração das cascas no mosto com a finalidade de se atribuir cor e sabor à bebida. (Wikipédia)


História

Presente na história da humanidade desde seus primórdios, o vinho, além de bebida tradicional, elixir dos deuses e excelente afrodisíaco, é ótimo para a saúde.
Desde a antigüidade, o vinho apresenta-se intimamente ligado à evolução da medicina, desempenhando sempre um papel principal.
Os primeiros praticantes da arte da cura, na maioria das vezes curandeiros ou religiosos, já empregavam o vinho como
remédio.
Papiros do Egito antigo e tábuas dos antigos Sumérios (cerca de 2200 a.C.) já traziam
receitas baseadas em vinho, o que o torna a mais antiga prescrição médica documentada.
Galeno (século II d.C.), o mais famoso médico da Roma antiga, empregava o vinho na cura das feridas dos gladiadores, agindo este como um desinfetante. Também os Judeus antigos tinham o vinho como medicamento. Segundo o Talmud:
“sempre que o vinho faltar, a medicina tornar-se-á necessária”.
O uso medicinal do vinho continuou por toda a Idade Média, sendo divulgado principalmente por monastérios, hospitais e universidades.
Até o século XVIII, muitos consideravam mais seguro beber vinho do que água pois esta era, freqüentemente, contaminada.
Em 1865-66, Louis Pasteur, o grande cientista francês nascido na região do Jura (terra dos famosos vin jaune e vin de paille), empregou o vinho em diversas de suas experiências, declarando que o vinho é “a mais higiênica e saudável das bebidas“.

A partir do final do século XIX, a visão do vinho como medicamento começou a mudar. O alcoolismo foi definido como doença e os malefícios de seu consumo indiscriminado começaram a ser estudados. Nas décadas de 70 e 80, o consumo de álcool foi fortemente atacado por campanhas de saúde pública exaltando as complicações de seu uso em excesso. Entretanto, várias pesquisas científicas bem conduzidas têm demonstrado que, consumido com moderação, o vinho traz vários benefícios à saúde.

Benefícios do vinho tinto

Recentemente estudos vêm demonstrando que o vinho tinto reduz o risco de doenças cardíacas, protege contra disfunções neurológicas, aumenta a longevidade, possui poder anti-cancerígeno e pode até proteger fumantes contra os efeitos danosos do cigarro, seja um raro “Chateau Petrus” ou uma versão barata de mesa.
Demonstrou-se recentemente que o consumo moderado de etanol produz efeito cardioprotetor, principalmente pelo aumento nos níveis de HDL (high density lipoprotein) colesterol, fator de risco negativo para doenças cardiovasculares.
O vinho tinto, além de conter etanol, é rico em polifenóis ou compostos fenólicos, que estão presentes nas cascas e nas sementes das uvas vermelhas e comprovadamente possuem atividade antioxidante.

Paradoxo Francês

O tema começou a agitar a classe médica com mais pesquisas após o programa “60 Minutes” do canal americano CBS em 1991, quando foi apresentado o chamado Paradoxo Francês: os franceses, à despeito da dieta rica em gorduras saturadas, fumo e sedentarismo, entre outros fatores de risco, possuíam taxas de doenças coronarianas de apenas 40% das americanas, justificadas pelo consumo regular de vinho tinto.
A partir daí, como era de se esperar, nas grandes universidades e respeitadas entidades científicas formaram-se grupos para conduzir estudos de longo prazo, com a finalidade de confirmar, e até ampliar, conhecimentos sobre os efeitos benéficos do vinho no organismo humano.

Dose Certa

De acordo com diversos especialistas, parece que o consumo de uma ou duas taças de vinho tinto por dia, levando em conta uma boa absorção dos princípios ativos, seria bastante adequado.
Os efeitos mencionados são verificados quando realiza-se um consumo moderado e regular, isto é, pequenas doses diariamente, de vinho tinto, ao invés de uma garrafa ao final da semana.
Uma ingestão excessiva de bebidas alcoólicas, mesmo sendo por meio do vinho tinto, induz a inúmeros agravantes à saúde e não é indicada em hipótese alguma.
Como o vinho é sempre tomado lentamente e às refeições – com o estômago cheio a absorção é ainda mais lenta – os níveis de álcool no sangue não atingem proporções intoxicantes, como acontece com os destilados e que podem levar a lesões no órgão.

Sabe-se que:

  • No caso de falta de apetite, uma taça de vinho é um aperitivo natural para aumentar a salivação e a atividade estomacal;
  • Para os idosos, o vinho tomado ao deitar tornava o sono mais repousante e reduzia a quantidade de tranqüilizantes e pílulas para dormir;
  • O vinho tem poder antioxidante – ele é benéfico para a saúde devido à presença de polifenóis nas uvas, agindo como antioxidantes. São nutrientes naturais que protegem contra reações químicas indesejáveis no interior do corpo, especialmente a oxidação das células, causadora do envelhecimento e doenças. Essas substâncias são encontradas nas cascas e sementes de uvas tintas.
  • Diminui chances de pedras nos rins – estudos feitos na Inglaterra e Estados Unidos em 1998, mostram que pessoas que bebem uma taça de vinho por dia têm uma redução de 59% no risco de formação da primeira pedra. O Dr. Gary Curham, autor do estudo, diz: “A urina fica mais diluída, significando um maior fluxo com aumento da secreção de hormônios antidiuréticos.”
  • Melhora a atitude psicológica – qualquer enófilo pode atestar o poder relaxante de uma taça de um bom vinho. Pessoas que bebem uma ou duas taças por dia tendem a um estilo de vida mais moderado e equilibrado e parecem ser mais capazes de administrar o stress.
  • Protege contra o mal de Alzheimer – pesquisas na França sugerem que o consumo moderado de vinho pode proteger contra o Alzheimer e a demência. Foi verificado que bebedores moderados tiveram uma redução de 75% na taxa de mal de Alzheimer e 80% na taxa de demência quando comparadas, nos dois casos, com não bebedores.
  • Não engorda – contra todas as teorias, pesquisas recentes mostram que quantidades moderadas de vinho não têm esse efeito. Um estudo da Universidade do Colorado em 1997 descobriu que homens saudáveis, bebendo dois cálices de vinho tinto nas refeições, não tiveram ganho de peso.

Precauções

É evidente que nem todos podem se beneficiar dessas vantagens, como mulheres grávidas e pessoas com certas doenças ou sob proibições éticas ou religiosas contra bebidas. Para as demais, que ainda não adotaram o vinho como “remédio”, convém consultar um médico.


Referências:News.med.br: Vinho e Saúde
Site Médico: Qualidade de vida – Benefícios do vinho tinto
Velhos Amigos: Tudo sobre vinho
Diário da Saúde: Cientistas descobrem como o vinho tinto protege o cérebro


Fonte:http://www.vidaplenaebemestar.com.br/

Uma taça de saúde

Ao bebermos vinho tinto lentamente, em pequenos goles, sentindo o sabor, nosso cérebro se beneficia do resveratrol, substância presente nas uvas que ajuda a prevenir a deterioração das células neurais.

©ISAK55/SHUTTERSTOCK
UVAS PRETAS e rosadas contêm altas concentrações de flavonoides, componentes com ação anti-inflamatória, principalmente na casca e nas sementes
Degustar uma taça de vinho pode proporcionar mais que prazer e bem-estar. A bebida milenar, associada ao deus grego Dioniso e ainda hoje usada em rituais religiosos, tem chamado a aten­ção de cientistas por seus benefícios à saúde. É comprovado que, em pequenas quantidades, previne doenças cardiovas­culares, diabetes e alguns tipos de câncer. Uma substância em especial tem revelado grande potencial terapêutico: o resveratrol, molécula presente na casca de uvas pretas e ro­sadas e um dos ativos não alcoólicos encontrados na bebida. Segundo o cientista Lindsay Brown, da Escola de Ciências Biomédicas da Universidade de Queensland, na Austrália, a molécula reduz os sintomas de doenças relacionadas à idade, como o diabetes 2. Segundo Brown, a substância per­tence ao grupo das sirtuínas, família de enzimas que agem na regulação energética e no envelhecimento das células.

Em um estudo da Universidade do Texas pesquisadores injetaram o resveratrol no cérebro de ratos e observaram aumento da secreção de insulina e redução dos níveis glicêmi­cos. Mesmo nos animais que receberam dieta hipercalórica, a molécula ajudou a reduzir os níveis de açúcar sem causar os efeitos colaterais dos medicamentos para diabetes mais utilizados. A descoberta pode ajudar a criar remédios que atuem sobre as sirtuínas. Entretanto, os pesquisadores res­saltam que esse mecanismo não esclarece o efeito protetor do vinho contra o diabetes 2, pois o resveratrol não parece atravessar facilmente a barreira hematoencefálica. Isso ocorre porque a substância é praticamente inativada quando chega ao intestino e ao fígado. Assim, ela atinge a circulação apenas em pequenas quantidades. Porém, se o vinho for bebido de forma lenta, em pequenos goles, as chances de absorção pelo sangue aumentam, através das membranas mucosas da boca, até 100 vezes. A equipe coordenada pelo químico André Souto, da Pontifícia Univer­sidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), trabalha no desenvolvimento de um fármaco contra diabetes com base no resveratrol, que além de encontrado na uva, está presente em quantidade 100 vezes maior também na hortaliça popularmente conhecida como azedinha (Rumex acetosa). No entanto, ainda são necessários mais estudos para saber se é possível produzir remédios a partir da planta.

À FRANCESA

O resveratrol tem mostrado efeito sobre várias patologias. Cientistas da Escola de Medicina Johns Hopkins, em Maryland, administraram a substância em ratos e duas horas depois indu­ziram um derrame isquêmico nos animais, cor­tando o suprimento de sangue do cérebro. Eles observaram que os camundongos que haviam ingerido preventivamente um composto com resveratrol sofreram significativamente menos danos cerebrais do que os que não receberam a substância. O estudo foi publicado on-line na Neurology Experimental.

O neurocientista Sylvain Doré, coordenador da pesquisa, aponta que o resveratrol pode aumentar os níveis da enzima hemeoxigenase (HEOX), conhecida por proteger as células neurais contra perda progressiva de função neurológica causada pelo entupimento (isque­mia) ou rompimento (hemorragia) de vasos sanguíneos cerebrais. Durante um acidente cardiovascular, a HEOX aumenta a resistência dos neurônios contra a asfixia. A novidade é que o resveratrol pode potencializar a ação da enzima e tornar o cérebro mais resistente contra o AVC isquêmico. Por outro lado, os efeitos do resveratrol dependem da quantidade de heme oxigenase presente no organismo. Ratos com deficiência da enzima não se beneficiaram da ação protetora do resveratrol – neles um maior número de células cerebrais morreu após a indução do derrame isquêmico. Doré associa suas conclusões ao que chama de “paradoxo francês”: apesar da dieta rica em queijos, man­teiga e outras gorduras saturadas, a incidência de doenças cardiovasculares é relativamente baixa entre os franceses. O fato é atribuído ao consumo regular de vinho tinto.

Além disso, o consumo da bebida tem sido associado também à diminuição de doenças inflamatórias agudas como a septicemia (infec­ção grave do organismo por germes patogêni­cos). Em estudo feito na Escócia, o imunofar­macologista Alirio Melendez, do Centro de Pes­quisa Biomédica da Universidade de Glasgow, utilizou o resveratrol para tratar camundongos com doenças inflamatórias agudas. Ele aponta que processos de infecções graves são difíceis de ser controlados e, ainda hoje, são causa frequente de morte. Pacientes que sobrevivem à infecção mantêm qualidade de vida muito baixa por causa dos danos provocados pela inflamação de vários órgãos internos. Melendez induziu um agente inflamatório em dois grupos de ratos, mas antes disso um deles havia recebi­do doses de resveratrol. Os camundongos que não receberam a substância mostraram forte resposta inflamatória, parecida com a doença em humanos, enquanto o grupo que recebeu tratamento não demonstrou sinais de infecção. Os cientistas examinaram os tecidos dos ratos para determinar exatamente como o resveratrol foi capaz de proteger os animais e descobriram que a substância impediu o corpo de criar duas moléculas envolvidas no desencadeamento de inflamações: a esfingosina quinase e a fosfoli­pase. O pesquisador acredita que o resveratrol pode ser usado para tratar doenças inflamató­rias e desenvolver drogas ainda mais eficazes.

Doré aponta, porém, que tomar suplemen­tos de resveratrol, comercializados em alguns países como os Estados Unidos, não garante os mesmos efeitos do consumo moderado de vinho. Apesar de a substância ser encontrada em uvas pretas, ele acredita que a interação com o álcool presente na bebida garante o potencial terapêutico da substância.

NA MEDIDA CERTA

É importante ressaltar que as quantidades de resveratrol na bebida variam com o tipo de vinho. Ainda são necessárias mais pesquisas para escla­recer qual tipo é mais adequado para consumo e quais as quantidades indicadas. “Talvez o resve­ratrol não seja o responsável direto por proteger as células cerebrais contra os danos provocados pelos radicais livres. O mais provável é que a subs­tância e os seus metabolitos estimulem as células a se defender”, sugere Doré. O neurocientista se concentra em estudar os efeitos preventivos da substância, mas pretende investigar os benefícios terapêuticos depois do acidente vascular cerebral (AVC) e se é possível reverter perdas neurais que surgem com o passar do tempo.

Outro benefício associado ao consumo de vinho tinto foi publicado no Journal of Neuroscience. Em um experimento com roedores, o neurocientista Giulio Pasinetti e seus colegas do Departamento de Psiquiatria da Escola de Medicina Monte Sinai, em Nova York, mostraram que substâncias presentes na bebida podem combater os primeiros sinais de Alzheimer. Eles aplicaram extrato retirado da semente de uva em camundongos na fase pré-sintomática da doença degenerativa, durante cinco meses. A dose aplicada era equivalente à quantidade média de alimentos consumida pelos animais, com referência em valores diários de uma dieta saudável. A exposição à substância reduziu a acumulação de placas amiloides no cérebro e o declínio cognitivo em comparação com o grupo de controle. Observaram também que os roedores tinham melhor memória espacial. Segundo Pasinetti, o vinho pode ajudar a retardar a formação de placas e fazer com que os sintomas, como a perda cognitiva, demorem mais para aparecer.

Em um estudo anterior, o neurocientista relatou que o consumo moderado da bebida e de outros produtos feitos da uva traz benefícios à saúde, particularmente para a função cardio­vascular. O objetivo agora é tentar descobrir qual a principal molécula, entre os milhares conti­das no vinho tinto, envolvida na prevenção de patologias neurodegenerativas. Outros grupos desenvolvem pesquisas semelhantes com o café. “Esse pode ser o primeiro passo para desenvolver um tratamento natural e sem contraindicações para demência”, diz.

Apesar dos ganhos trazidos pela bebida, o consumo de álcool tem riscos, principalmente para pessoas com problemas hepáticos. “Se uma taça diária funciona para os franceses, que mantêm o hábito ao longo de gerações, isso não significa que pessoas que nunca ingeriram a bebida vão se beneficiar se incor­porarem o vinho à sua dieta”, diz Pasinetti. Uma alternativa inofensiva é o consumo de uvas pretas e rosadas. Elas contêm altas concentrações de antioxidantes, resveratrol e flavonoides, principalmente na casca e nas sementes. Para alguns pesquisadores, comer a fruta fresca ou tomar seu suco garante a mesma quantidade de antioxidantes, com a vantagem – para tristeza dos apreciadores de vinho – de não ter álcool.
Texto de Luiz Loccoman
Fonte:


Referências:News.med.br: Vinho e Saúde
Site Médico: Qualidade de vida – Benefícios do vinho tinto
Velhos Amigos: Tudo sobre vinho
Diário da Saúde: Cientistas descobrem como o vinho tinto protege o cérebro


Fonte:http://www.vidaplenaebemestar.com.br/

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