NÃO aos alimentos transgênicos
A letra “T” nas embalagens é o
indicativo. Algumas correntes afirmam que são concerìgenos
Na Europa já existe uma
concientização e rejeição aos alimentos transgênicos
No BRASIL, ignoramos o perigo desses alimentos...
No BRASIL, ignoramos o perigo desses alimentos...
* * *
Pela 1ª vez, transgênicos
ocupam mais
da metade da área plantada no Brasil
da metade da área plantada no Brasil
Em 2013, pela primeira
vez os cultivos geneticamente modificados
devem ultrapassar, em área ocupada, os não transgênicos no Brasil
devem ultrapassar, em área ocupada, os não transgênicos no Brasil
Transgênicos
corresponderão a mais de
50% da área cultivada no Brasil
50% da área cultivada no Brasil
Por Thomas Pappon, da BBC
Brasil em Londres
Segundo a consultoria Céleres, especializada em
agronegócio, o total da área plantada com cultivos geneticamente modificadas
neste ano chega a 37,1 milhões de hectares, o que representa um aumento de 14%
em relação ao ano anterior (que por sua vez, já tinha registrado um aumento de
mais de 21% em relação à safra de 2010/2011) – ou seja, 4,6 milhões de novos
hectares dedicados a variedades transgênicas.
Conheça 10 transgênicos que já estão na cadeia
alimentarTestes 'são robustos o suficiente', diz especialistaTópicos
relacionadosEconomiaO IBGE prevê, para 2013, uma área recorde dedicada à
atividade agrícola no país de 67,7 milhões de hectares. Cruzando o dado do IBGE
com o da consultoria Céleres, chega-se à conclusão de que os transgênicos
responderão por 54,8% de toda a área cultivada na safra 2012/2013 no país.
No ano passado, as lavouras transgênicas cobriram
31,8 milhões de hectares (segundo a Céleres) e a safra total (incluindo
transgênicos e não transgênicos) atingiu 63,7 milhões de hectares (segundo o
IBGE), ou seja, as lavouras não transgênicas ainda ocupavam uma área maior que
as transgênicas.
Esse avanço impressiona, ainda mais
considerando-se que há cinco anos, segundo a Céleres, o cultivo total com
transgênicos no país era de apenas 1,2 milhão de hectares.
SojaA grande estrela nessa façanha é a soja
modificada, tolerante a herbicidas - uma das cinco variantes aprovadas no país
também é resistente a insetos. Seu cultivo foi autorizado pela CTNBio em 1998,
mas liberado apenas em 2004, quando já vinha sendo plantada ilegalmente havia
anos. Já em 2012 ela respondia por 85% de toda a soja plantada no país,
ocupando mais de 21 milhões de hectares.
A previsão para 2013 da Céleres é de que a
proporção da soja transgênica suba para 88,8%, equivalente a uma área de 24,4
milhões de hectares, de longe, a maior dedicada a cultivares transgênicos no
país.
Nos Estados Unidos, 94% dos feijões de soja
colhidos nos EUA em 2011 eram transgênicos, o mesmo pode ser dito de 88% do
algodão -modificado para resistir a insetos- plantado no mesmo ano na Índia.
Soja é o principal
transgênico cultivado no Brasil
A soja transgênica foi introduzida nos Estados
Unidos - o grande pioneiro do cultivos de GMs - em 1996, e já em 2001 ela
respondia por 68% de toda a soja plantada no país.
O Brasil é hoje o segundo maior semeador de
transgênicos do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos – onde, em
2011/2012, os transgênicos ocupavam 70 milhões de hectares.
Nas suas estatísticas comparativas mais recentes
– reunindo dados de 2010 - a FAO, a agência da ONU para Alimentos e Segurança
Alimentar estima que "quase 150 milhões de hectares no mundo" são
plantados com cultivares geneticamente modificados.
O grosso dessa área é dedicado a plantações de
soja, milho, canola (usado em forragem/ração) e algodão nas Américas, e de
algodão na Ásia e na África.
Os maiores produtores entre os países em
desenvolvimento são Brasil, Argentina, Índia e China. "Variedades de
algodão resistente a insetos são os cultivares transgênicos comercialmente mais
importantes na Ásia e na África", diz a FAO. Na América Latina, "são
a soja resistente a herbicidas seguida pelo milho resistente a inseto".
A FAO reconhece que o cultivo de transgênicos
cresceu "principalmente por causa dos benefícios da redução de custos de
trabalho e produção, da redução no uso de químicos e dos ganhos
econômicos".
* * *
Conheça 10 transgênicos
que estão na cadeia alimentar
A BBC Brasil preparou uma lista com 10 produtos e
derivados que busca revelar como os transgênicos entraram, estão tentando ou
mesmo falharam na tentativa de entrar na cadeia alimentar.
MILHO
Dezoito variedade de milho transgênico são
aprovadas para consumo no Brasil. Com as variantes transgênicas respondendo por
mais de 85% das atuais lavouras do produto no Brasil e nos Estados Unidos, não
é de se espantar que a pipoca consumida no cinema, por exemplo, venha de um
tipo de milho que recebeu, em laboratório, um gene para torná-lo tolerante a
herbicida, ou um gene para deixá-lo resistente a insetos, ou ambos. Dezoito
variantes de milho geneticamente modificado foram autorizadas pelo CTNBio,
órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia que aprova os pedidos de comercialização
de OGMs.
O mesmo pode ser dito da espiga, dos flocos e do
milho em lata que você encontra nos supermercados. Há também os vários
subprodutos – amido, glucose – usados em alimentos processados (salgadinhos,
bolos, doces, biscoitos, sobremesas) que obrigam o fabricante a rotular o
produto.
O milho puro transgênico não é vendido para
consumo humano na União Europeia onde todos os legumes, frutas e verduras
transgênicos são proibidos para consumo – exceto um tipo de batata, que
recentemente foi autorizado pela Comissão Europeia, a ser desenvolvido e
comercializado. Nos Estados Unidos, ele é liberado e não existe a rotulação
obrigatória.
ÓLEOS DE COZINHA
Os óleos extraídos de soja, milho e algodão, os
três campeões entre as culturas geneticamente modificadas – e cujas sementes
são uma mina de ouro para as cerca de dez multinacionais que controlam o
mercado mundial – chegam às prateleiras com a reputação “manchada” mais pela
sua origem do que pela presença de DNA ou proteína transgênica. No processo de
refino desses óleos, os componentes transgênicos são praticamente eliminados.
Mesmo assim, suas embalagens são rotuladas no Brasil e nos países da UE.
SOJA
Óleo de soja é o principal subproduto do cultivo
transgênico para o consumidor. No mundo todo, o grosso da soja transgênica, a
rainha das commodities, vai parar no bucho dos animais de criação - que não
ligam muito se ela foi geneticamente modificada ou não. O subproduto mais comum
para consumo humano é o óleo (ver acima), mas há ainda o leite de soja, tofu,
bebidas de frutas e soja e a pasta misso, todos com proteínas transgênicas (a
não ser que tenham vindo de soja não transgênica). No Brasil, onde a soja
transgênica ocupa quase um terço de toda a área dedicada à agricultura, a
CTNBio liberou cinco variantes da planta, todas tolerantes a herbicidas – uma
delas também é resistente a insetos.
MAMÃO PAPAYA
Os Estados Unidos são o maior importador de
papaya do mundo – a maior parte vem do México e não é transgênica. Mas muitos
americanos apreciam a papaya local, produzida no Havaí, Flórida e Califórnia.
Cerca de 85% da papaya do Havaí, que também é exportada para Canadá, Japão e
outros países, vem de uma variedade geneticamente modifica para combater um
vírus devastador para a planta. Não é vendida no Brasil, nem na Europa.
QUEIJO
Aqui não se trata de um alimento derivado de um
OGM, mas de um alimento em que um OGM contribuiu em uma fase de seu
processamento. A quimosina, uma enzima importante na coagulação de lacticínios,
era tradicionalmente extraída do estômago de cabritos – um procedimento custoso
e "cruel". Biotecnólogos modificaram micro-organismos como bactérias,
fungos ou fermento com genes de estômagos de animais, para que estes
produzissem quimosina. A enzima é isolada em um processo de fermentação em que
esses micro-organismos são mortos. A quimosina resultante deste processo - e
que depois é inserida no soro do queijo – é tida como idêntica à que era
extraída da forma tradicional. Essa enzima é pioneira entre os produtos gerados
por OGMs e está no mercado desde os anos 90. Notem que o queijo, em todo seu
processo de produção, só teve contato com a quimosina - que não é um OGM, é um
produto de um OGM. Além disso, a quimosina é eliminada do produto final. Por
isso, o queijo escapa da rotulação obrigatória.
PÃO, BOLOS e BISCOITOS
Bolos e pães têm componentes derivados de milho e
soja transgênicos. Trigo e centeio, os principais cereais usados para fazer
pão, continuam sendo plantados de forma convencional e não há variedades
geneticamente modificadas em vista. Mas vários ingredientes usados em pão e
bolos vêm da soja, como farinha (geralmente, nesse caso, em proporção pequena),
óleo e agentes emulsificantes como lecitina. Outros componentes podem derivar
de milho transgênico, como glucose e amido. Além disso, há, entre os aditivos
mais comuns, alguns que podem originar de micro-organismos modificados, como
ácido ascórbico, enzimas e glutamato. Dependendo da proporção destes elementos
transgênicos no produto final (acima de 1%), ele terá que ser rotulado.
ABOBRINHAS
Seis variedades de abobrinha resistentes a três
tipos de vírus são plantadas e comercializadas nos Estados Unidos e Canada. Ela
não é vendida no Brasil ou na Europa.
ARROZ
Uma das maiores fontes de calorias do mundo,
mesmo assim, o cultivo comercial de variedades modificadas fica, por enquanto,
na promessa. Vários tipos de arroz estão sendo testados, principalmente na
China, que busca um cultivo resistente a insetos. Falou-se muito no golden
rice, uma variedade enriquecida com beta-caroteno, desenvolvida por cientistas
suíços e alemães. O "arroz dourado", com potencial de reduzir
problemas de saúde ligados à deficiência de vitamina A, está sendo testado em países
do sudeste asiático e na China, onde foi pivô de um recente escândalo: dois
dirigentes do projeto foram demitidos depois de denúncias de que pais de
crianças usadas nos testes não teriam sido avisados de que elas consumiriam
alimentos geneticamente modificados.
FEIJÃO
A Empresa Brasileira para Pesquisa Agropecuária
(Embrapa), ligada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,
conseguiu em 2011 a aprovação na CTNBio para o cultivo comercial de uma
variedade de feijão resistente ao vírus do mosaico dourado, tido como o maior
inimigo dessa cultura no país e na América do Sul. As sementes devem ser
distribuídas aos produtores brasileiros - livre de royalties – em 2014, o que
pode ajudar o país a se tornar autossuficiente no setor. É o primeiro produto
geneticamente modificado desenvolvido por uma instituição pública brasileira. O
feijão transgênico deve ser distribuído no Brasil em 2014.
SALMÃO É O PRÓXIMO DA
LISTA
No final de dezembro passado, a agência que zela
pela segurança alimentar nos Estados Unidos, a Food and Drug Administration
(FDA), aprovou para consumo um tipo de salmão geneticamente modificado,
reacendendo o debate sobre a segurança dos transgênicos e suas implicações
éticas, econômicas sociais e políticas. É a primeira vez que um animal
geneticamente modificado é aprovado para consumo humano. Mas muitos
consumidores nos Estados Unidos, Europa e Brasil, regiões em que os organismos
geneticamente modificados (OGMs) em questão de poucos anos avançaram em velocidade
surpreendente dos laboratórios aos supermercados, passando por milhões de
hectares de áreas cultiváveis, continuam desconfiados da ideia do homem
cumprindo um papel supostamente reservado à natureza ou à evolução - e guardam
na memória os efeitos nocivos, descobertos tarde demais, de
"maravilhas" tecnológicas como o DDT e a talidomida.
Após a aprovação prévia da FDA, o público e
instituições americanos têm um prazo de 60 dias (iniciado em 21 de dezembro)
para se manifestar sobre o salmão geneticamente modificado para crescer mais
rápido. Em seguida, a agência analisará os comentários para decidir se submete
o produto a uma nova rodada de análises ou se o aprova de vez. Francisco
Aragão, pesquisador responsável pelo laboratório de engenharia genética da
Embrapa, disse à BBC Brasil que tem acompanhado o caso do salmão "com
interesse", e que não tem dúvidas sobre sua segurança para consumo humano.
"A dúvida é em relação ao impacto no meio ambiente. (Mesmo criado em
cativeiro) O salmão poderia aumentar sua população muito rapidamente e
eventualmente eliminar populações de peixes nativos. As probabilidades de risco
para o meio ambiente são baixas, mas não são zero...na natureza não existe o
zero".
Boa parte do público ainda teme possíveis efeitos
negativos dos transgênicos para a saúde e o meio ambiente. Pesquisas de opinião
nos Estados Unidos e na Europa, entretanto, indicam que a resistência aos OGMs
tem caído, refletindo, talvez, uma tendência de gradual mudança de posição da
percepção pública.
As principais academias de ciências do mundo e
instituições como a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a
Agricultura (FAO) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) são unânimes em dizer
que os transgênicos são seguros e que a tecnologia de manipulação genética
realizada sob o controle dos atuais protocolos de segurança não representa
risco maior do que técnicas agrícolas convencionais de cruzamento de plantas.
Vários produtos GM já estão nos supermercados, um
fato que pode ter escapado a muitos consumidores - apesar da (discreta)
rotulagem obrigatória, no Brasil e na UE, de produtos com até 1% de componentes
transgênicos.
E ESTES NÃO DERAM CERTO…
A primeira fruta aprovada para consumo nos
Estados Unidos foi um tomate modificado para aumentar sua vida útil após a
colheita, o "Flavr Savr tomato". Ele começou a ser vendida em 94, mas
sua produção foi encerrada em 97, e a empresa que o produziu, a Calgene, acabou
sendo comprada pela Monsanto. O tomate, mais caro e de pouco apelo ao consumidor,
não emplacou. O mesmo ocorreu com uma batata resistente a pesticidas, lançada
em 95 pela Monsanto: a New Leaf Potato. Apesar de boas perspectivas iniciais,
ele não se mostrou economicamente rentável o suficiente para entusiasmar
fazendeiros e foi tirada do mercado em 2001.
Comentário do Jornal dos
Amigos
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