2014 , ANO INTERNACIONAL DA AGRICULTURA FAMILIAR


Foto: FAO
Diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o brasileiro José Graziano da Silva abre oficialmente nesta sexta-feira (22) o Ano Internacional da Agricultura Familiar 2014, na sede da ONU em Nova York. Acompanhe ao vivo, das 12h às 15h (horário de Brasília), em http://bit.ly/1eQTrpU.
Tanto nos países desenvolvidos como nos em desenvolvimento, a agricultura familiar – áreas rurais que dependem principalmente dos membros da família para a mão de obra e a gestão – continua sendo a forma dominante de agricultura.
Especialistas estimam que haja mais de 500 milhões de áreas de agricultura familiar no mundo, incluindo agricultores de pequena e média escalas, camponeses, povos indígenas, pescadores e criadores de gado. A importância da agricultura familiar na mitigação da fome e da pobreza rural também é grande.
Em sua 66ª Sessão – com forte apoio do Fórum Rural Mundial, das redes regionais de agricultores familiares na África, Ásia e América Latina e da 37ª Conferência da FAO, entre outros – a Assembleia Geral da ONU declarou 2014 como o Ano Internacional da Agricultura Familiar, em uma iniciativa destinada a reposicionar a agricultura familiar no centro da formulação de políticas nacionais agrícolas, ambientais e sociais.

Em evento global, Nações Unidas pedem políticas a favor da agricultura familiar


Agricultura familiar na Hungria. Foto: AMC/reprodução

Agricultura familiar na Hungria. Foto: AMC/reprodução
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon e o diretor-geral da FAO, o brasileiro José Graziano da Silva, pediram nesta quarta-feira (5) aos governos que aumentem o apoio aos pequenos agricultores familiares de todo o mundo com o objetivo de ganhar a luta contra a fome.
Ban ressaltou que o Ano Internacional da Agricultura Familiar, que se celebra em 2014, é um chamado para o comprometimento. A mensagem foi transmitida por Graziano no Fórum Global e a Expo sobre Agricultura Familiar que acontece em Budapeste, Hungria.
“Os governos podem emponderar os agricultores familiares, especialmente as mulheres e os jovens, mediante políticas que propiciem um desenvolvimento rural equitativo e sustentável. Isso inclui uma melhor infraestrutura para reduzir a quantidade de alimentos que se perdem depois da colheita, quando os pequenos produtores são incapazes de armazenar, processar e transportar seus produtos”, disse Ban.
O secretário-geral da ONU disse também que o financiamento público e privado deve proporcionar serviços financeiros vitais, como o crédito e os seguros. Ban advertiu que os agricultores familiares de pequena escala são particularmente vulneráveis aos impactos climáticos, como as condições meteorológicas extremas, as secas e as inundações.
Políticas agrícolas favoráveis à família
Durante o discurso no Fórum, José Graziano reafirmou as palavras do secretário-geral para que os governos adotem políticas agrícolas explicitamente a favor da família.
Segundo ele, estas devem garantir o acesso aos recursos da terra e da água, fortalecer os programas de pesquisas gestionados publicamente, ampliar o investimento público em infraestrutura rural e colocar em marcha programas de proteção social, além de estabelecer em lei um salário mínimo.
Graziano assinalou que os agricultores familiares, pescadores, pessoas dependentes das florestas, pastores, comunidades tradicionais e indígenas são chave para a segurança alimentar na maioria dos países.
Segundo o diretor-geral, um estudo recente em 93 países aponta que as produções familiares representam mais de 90% de todas as produções agrícolas. Ele também indicou que os agricultores familiares dirigem a maior parte das terras agrícolas do mundo, incluindo até 85% na Ásia e 63% na Europa.
“Além de produzir uma alta porcentagem dos alimentos que comemos, a agricultura familiar é a maior fonte de emprego no mundo”, destacou Graziano, acrescentando que os pequenos agricultores são os guardiães da biodiversidade agrícola e dos recursos naturais do planeta.
FAO alerta para a ameaça da grilagem de terras
O diretor-geral da FAO chamou a atenção para a importância de se proteger os agricultores familiares do aumento de ameaças ao acesso tradicional da terra que representa a insegurança e a grilagem de terras.
As diretrizes voluntárias sobre a governança responsável da posse da terra, aprovadas pelo Comitê de Segurança Alimentar Mundial, assim como os Princípios sobre Investimentos Agrícolas Responsáveis – atualmente em fase de negociação – são de grande importância para manter as ameças sob controle.
“Existem grandes investidores do setor privado na agricultura e eles continuarão, nós gostando ou não”, explicou José Graziano. “Sendo assim é muito importante que haja um entendimento comum sobre como investir em formas que sejam sustentáveis e protejam os direitos dos agricultores familiares e as comunidades pobres.”
Embaixadores especiais
A secretária-geral da Associação de Agricultores da Ásia, Esther Penunia, o presidente da zona sul da seção artesanal da Federação Nacional de Pesca de Mauritânia, Mohamed Ould Saleck, e o presidente da Associação Europeia de Agricultores, Gerd Sonnleitner, aceitaram formalmente durante o Fórum serem nomeados como Embaixadores Especiais da FAO para a Agricultura Familiar.
Se unem assim a outros embaixadores especiais já nomeados: Ibrahima Coulibaly, presidente da Coordenação Nacional de Organizações Campesinas do Mali, e Mirna Cunningham, ex-presidenta do Fórum Permanente para as Questões Indígenas das Nações Unidas.
A agricultura familiar está cada vez mais recebendo um novo olhar, por seu potencial de alimentar um planeta com fome e de gerir recursos naturais.
Com a escolha de 2014 como Ano Internacional da Agricultura Familiar, a Hungria iniciou com esse evento as festividades do Ano.
Organizado pelo Ministério do Desenvolvimento Rural da Hungria, o Fórum Global e a Exposição devem atraiu ministros, especialistas, ativistas, agricultores, acadêmicos e outros interessados que acompanham as questões de alimentação.
Uma mesa-redonda com ministros da agricultura debateu políticas e programas que afetam a agricultura familiar tanto no âmbito nacional quanto internacional.
Agricultores de todo o mundo estão expondo seus produtos e mostrar suas atividades durante a exposição de três dias, no Centro do Congresso em Budapeste, que acontece paralelamente ao Fórum Global.
A persistência de altos índices de fome em muitos países, a perspectiva de crescimento da população e entraves à agricultura decorrentes de mudanças climáticas formam o contexto que levou a Assembleia Geral da ONU a declarar o Ano Internacional da Agricultura Familiar e a confiar à FAO a liderança das atividades.
“Começou a busca por sistemas agrícolas verdadeiramente sustentáveis que possam atender à futura demanda mundial de alimentos”, disse Graziano. “E nada se aproxima mais do paradigma de produção sustentável de alimentos do que a agricultura familiar.”

Cultivando a esperança: ONU lança selos para comemorar o Ano Internacional da Agricultura Familiar


Em 14 de agosto, no contexto do Ano Internacional da Agricultura Familiar 2014, a Administração Postal das Nações Unidas (UNPA) lançou seis selos para promover o tema da agricultura familiar.
A série de selos Cultivando a esperança registra a diversidade de atividades da agricultura familiar, a ampla gama de regiões onde esse tipo de agricultura é praticado e, sobretudo, os papéis de homens e mulheres que estão no centro dessas atividades.
Os selos retratam diferentes formas de agricultura familiar, inclusive criação de gado e aquicultura, bem como etapas do processo de colheita. Algumas das regiões representadas são Ásia, Europa e África, entre outras.

FAMÍLIAS

A importância das famílias é evidente na série. Por exemplo, o selo de 1,60 franco, para uso do Palais des Nations, em Genebra, na Suíça, retrata uma família de quatro pessoas em sua fazenda, que também inclui plantações, gado e um celeiro. A presença de turbinas eólicas ao fundo enfatiza a relação entre agricultura familiar e desenvolvimento sustentável diante das mudanças climáticas.
Um casal de agricultores e um touro em uma plantação em terraço na Ásia são retratados no selo de 1,70 euro, para uso do Centro Internacional de Viena (VIC), na Áustria, enquanto o selo de 0,62 euro mostra uma família indiana carregando feixes de palha e grãos colhidos.

TRABALHANDO JUNTOS PARA ALCANÇAR A SEGURANÇA ALIMENTAR GLOBAL

O papel dos agricultores familiares na produção de alimentos também é fundamental na série. A variedade de produtos que as famílias levam às feiras locais é mostrada no selo de 0,49 centavos. As relações entre agricultura familiar e nutrição e segurança alimentar global também estão representadas nessa imagem de agricultores familiares de diversas regiões de mãos dadas, protegendo os produtos.

MULHERES

A versão de 1,30 franco retrata as complexas funções que as mulheres desempenham nas atividades agrícolas. O selo mostra mulheres africanas fazendo a colheita, mas também ressalta seus deveres como mães e cuidadoras, retratando seus filhos.
Para obter mais informações ou fazer um pedido, visite o website da UNPA.


Comunicação para o Desenvolvimento em apoio à agricultura familiar




A 13ª Mesa-Redonda entre Agências das Nações Unidas sobre Comunicação para o Desenvolvimento (MR-ONU) está sendo realizada na sede da FAO, em Roma, na Itália, de 16 a 18 de setembro de 2014, com o título: “Integrando a Comunicação para o Desenvolvimento em Políticas e Programas. Viabilizando a inclusão social para apoiar a segurança alimentar e nutricional, meios de subsistência resilientes e a agricultura familiar”.
O foco específico da mesa-redonda (MR) será como a Comunicação para o Desenvolvimento pode melhorar a qualidade dos processos de políticas em segurança alimentar e nutricional, agricultura familiar e meios de subsistência rural resilientes, com acesso mais amplo a informações, mais interação entre os cidadãos e o governo, parcerias entre os setores público e privado e troca de conhecimento.
A MR contará com a participação de cerca de 60 pessoas, que são especialistas em Comunicação para o Desenvolvimento das agências da ONU, ONGs e doadores selecionados, além de alguns participantes convidados dos países membros, de projetos e de organizações da sociedade civil. 

PERSPECTIVA DA AGRICULTURA FAMILIAR

No contexto do Ano Internacional da Agricultura Familiar 2014, os temas da mesa-redonda também serão abordados pela perspectiva da agricultura familiar.
A agricultura familiar é muito mais que um modelo de economia agrícola: ela é a base da produção sustentável de alimentos e da gestão do meio ambiente, bem como de sua biodiversidade. As questões da agricultura familiar são amplas: elas variam dos desafios da segurança alimentar e gestão ambiental à herança sociocultural das comunidades rurais. Os pontos de contribuição e debate sobre políticas de ComDev em apoio à agricultura familiar incluem:
  • O papel das mulheres e sua contribuição para a agricultura familiar.
  • Formação e treinamento de jovens agricultores e mulheres.
  • Migração vs. herança da agricultura familiar – ações de conscientização para fazer com que a agricultura seja atrativa, lucrativa e uma opção válida de carreira para os jovens.
  • Implicações das políticas para a agricultura familiar – acesso a terra, informações de mercado e recursos financeiros.


Juventude e inovação: uma combinação vitoriosa para a fazenda familiar “La Turchina”, na Itália




Loretta di Simone fala sobre a fazenda da sua família e a importância dos jovens e da inovação para o futuro da agricultura familiar.

A propriedade agrícola da família Di Simone existe desde o início do século XIX. Começou com criação de gado e depois passou também ao cultivo da terra, na região de Maremma Laziale. Atualmente, a fazenda orgânica produz uma ampla variedade de cereais, sobretudo variedades antigas de espelta e cevada, além de produtos processados, como massas.

UM NEGÓCIO DE FAMÍLIA
Toda a família Di Simone trabalha na fazenda. Loretta descreve o pai, Nazzareno Di Simone, como o “técnico”, que lida com as questões agrícolas. A mãe de Loretta, Antonietta Viola, cuida das contas e Loretta e a irmã, Maria Lorenza Di Simone, lidam com comunicação, marketing e a parte de processamento. Elas também cuidam de toda a papelada que a administração da fazenda envolve.

DE ADVOGADA A AGRICULTORA

Loretta explica que ela nem sempre quis ser agricultora. Com os pais trabalhando como agricultores, ela esteve envolvida com atividades agrícolas  desde a infância: “no café, no almoço e no jantar, só se pensa e se fala em agricultura!” Loretta escolheu ser advogada e, ironicamente, estava estudando Direito na universidade quando decidiu dedicar-se à agricultura em tempo integral. Foi graças a um projeto da universidade sobre um plano de negócios de agriturismo que Loretta começou a ver a fazenda da família com outros olhos. “Foi uma virada para mim. Percebi que, se pudéssemos abrir a fazenda para novas pessoas e colaborações, as oportunidades seriam infinitas”.

JUVENTUDE E INOVAÇÃO: UMA COMBINAÇÃO VITORIOSA

Loretta e a irmã começaram a pensar em modernizar a fazenda buscando métodos inovadores de produção e produtos originais, bem como colaborações com nutricionistas, agrônomos e pesquisadores, especialmente na área de grãos antigos. A chave para o sucesso foi “expandir o mercado para produtos que fossem diferentes daqueles dos nossos concorrentes e que não estivessem amplamente disponíveis nos supermercados”. A dinâmica entre tradição e inovação foi essencial para a transformação da fazenda.
O compromisso de Loretta com a inovação foi recompensado em 2008, quando ela ganhou o prêmio do CEJA de “Jovem agricultor mais inovador”.  Como afirma Loretta, “a questão não era modernizar uma área do negócio, mas todo o ciclo de produção, da produção ao processamento, do marketing à rotulagem”. Loretta também recebeu o prêmio por seu papel como mulher desenvolvendo agricultura econômica e ambientalmente sustentável. Isso levou a novos contratos com indústrias orgânicas italianas, especialmente na venda de grãos antigos, o que possibilitou que a La Turchina, em colaboração com seus parceiros, produzisse tipos inovadores de massas (reconhecidos pela Slow Food e pela Gambero Rosso).
Loretta logo percebeu a importância da tecnologia. Inicialmente, os produtos da La Turchina eram vendidos pelo website da fazenda: “de certa forma, fizemos as coisas de trás para frente. Primeiro fizemos o website e vendemos nossos produtos online e só depois abrimos a loja da fazenda. Em 2008, era bem inovador uma fazenda ter o próprio website”. Isso foi útil porque a fazenda pôde manter os custos baixos, especialmente no começo.
Loretta acredita que juventude e inovação são fundamentais para o futuro da agricultura familiar. Entretanto, respeitar a tradição tem a mesma importância. Ela observa que, em comparação com a França e a Alemanha, a Itália tem uma produção agrícola mais baixa: “nosso ponto forte é a qualidade, mas, para alcançar a qualidade, você precisa de pesquisa, inovação e juventude”.

TAREFA ÁRDUA

As maiores dificuldades para Loretta e a família são burocráticas: “há muita legislação, que está constantemente mudando, especialmente em relação à certificação de orgânicos”. A família de Loretta considera que tem sorte por eles serem donos da própria terra, e a experiência em agricultura possibilitou fazer muitos contatos na área, facilitando bastante o acesso a mercados locais. A formação de Loretta e da irmã em Direito e Administração também foi útil para lidar com as questões legais e empresariais da fazenda.
Loretta comenta que a legislação para pequenas fazendas administradas por famílias muitas vezes é a mesma legislação das grandes indústrias. Ela considera que deveria haver políticas individualizadas para os pequenos produtores e os processos deveriam ser simplificados. “Na nossa fazenda, somos três pessoas cuidando da papelada e uma, da agricultura”. Ela também acredita que deveria haver mais incentivos e programas para os jovens terem acesso a crédito e terra.
Como orientadora de jovens na A.N.G.A. (Associação Nacional de Jovens Agricultores), Loretta entende os desafios enfrentados pelos jovens agricultores na Itália atualmente. “Os jovens agricultores precisam ser informados e preparados sobre políticas, empréstimos e leis agrárias”. Eles também devem participar de associações de agricultores e estar dispostos a fazer alguns sacrifícios. O recado de Loretta para os jovens agricultores é nunca desistir: “Tenho muito orgulho do que faço e não faria outra coisa”, afirma.
IMPORTANTE PAPEL NA SOCIEDADE
Loretta observa que as pessoas muitas vezes têm uma visão “romântica” dos agricultores, mas não é o caso. “Os agricultores são pessoas muito inteligentes; são polivalentes. Como agricultor, você tem que ser capaz de fazer tudo: produzir, vender e estar informado sobre leis e políticas, questões climáticas e muito mais”.
Loretta também sente que os jovens de hoje em dia perderam o contato com a agricultura: “está faltando a cultura da agricultura; outro aspecto importante do nosso papel na sociedade é educar os jovens, restaurateurs e políticos”.
Ela menciona: “Há um ditado italiano: Contadino: scarpe grosse e cervello fino, que literalmente significa: Agricultor: pés brutos e mente fina”. Os agricultores também são empreendedores agrícolas.


A FAO e a Associação Mundial de Rádios Comunitárias lançam consultas regionais virtuais




Trabalhando em prol de ações conjuntas de comunicação, mídia comunitária e tecnologias de informação e comunicação (TICs) para a agricultura familiar

Um crescente consenso mundial vem se formando a respeito da importância dos pequenos agricultores e agricultores familiares para reduzir a pobreza rural e garantir segurança alimentar para todos, para alimentar o mundo e cuidar da terra. Agora, mais do que nunca, a comunicação e a mídia comunitárias são agentes de transformação social nas áreas rurais, facilitando o acesso a informações em tempo hábil para uma melhor produção agrícola e, sobretudo, estimulando a participação dos agricultores no processo de desenvolvimento rural.  
Para ajudar a levar mais longe a voz dos agricultores, a FAO e a Associação Mundial de Rádios Comunitárias (AMARCestão conduzindo uma série de consultas regionais virtuais abertas a profissionais ligados ao desenvolvimento, profissionais de mídia comunitária, agências de desenvolvimento rural e também o setor privado. Os debates participativos serão abertos em 25 de agosto de 2014 e continuarão até setembro, com foco em“Comunicação para o Desenvolvimento, mídia comunitária e TICs para a agricultura familiar e o desenvolvimento rural”.
Os participantes são convidados a compartilhar suas perspectivas regionais, usando as plataformas Onda Rural, na América Latina, YenKasa AfricaComDev Asia. As contribuições serão levadas para o Fórum sobre Comunicação para o Desenvolvimento e Mídia Comunitária para a Agricultura Familiar (FCCM), a ser realizado no contexto do Ano Internacional da Agricultura Familiar (AIAF) em Roma, na Itália, nos dias 23 e 24 de outubro de 2014. O FCCM irá identificar oportunidades, opções de políticas e iniciativas estratégicas para promover serviços de comunicação rural em apoio à agricultura familiar e ao desenvolvimento rural.
O objetivo das consultas virtuais é destacar contribuições regionalmente relevantes de ComDev, mídia comunitária e TICs para a agricultura familiar, identificar as principais tendências, desafios e prioridades dos serviços de comunicação rural em apoio à agricultura familiar, bem como debater abordagens comuns para promover a comunicação em prol do desenvolvimento rural. As questões norteadoras das consultas foram organizadas em torno de temas preponderantes, tais como questões centrais da agricultura familiar que precisam de comunicação, além de identificar áreas prioritárias de ação para ComDev no setor rural, dentre outras questões.
Como resultado desse processo consultivo, uma compilação será elaborada e apresentada no FCCM, sobre as necessidades e oportunidades relativas à integração de serviços de comunicação rural em políticas regionais de agricultura familiar e desenvolvimento rural. Além disso, será lançada uma consulta mundial sobre o tópico na plataforma E-agricultura, para debater e complementar os resultados das consultas regionais.
Para obter mais informações, entre em contato com: comdev@fao.org / secretariat@si.amarc.org
As informações também serão compartilhadas via Twitter: @FAOcomdev e @AMARCnews 

No Brasil, agricultura familiar representa 77% dos empregos no setor agrícola


Colheita de banana orgânica. Foto: organicosdopivas/Creative Commons















Colheita de banana orgânica. 
Foto: organicosdopivas/Creative Commons
Relatório lançado nesta quinta-feira (26) afirmou que a agricultura familiar é uma das principais atividades geradoras de novas fontes de trabalho na América Latina e Caribe. Na América do Sul, a participação da atividade nos empregos agrícolas é significativa, oscilando nos países analisados entre 53% (Argentina) e 77% (Brasil).
Os dados são do resumo executivo do relatório “Perspectivas da Agricultura e do Desenvolvimento Rural nas Américas 2014: uma visão para a América Latina e Caribe”. O documento foi lançado durante o Encontro de Ministros da Agricultura das Américas em Buenos Aires, Argentina, e produzido pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).
Na América Central, a agricultura familiar representa mais de 50% dos empregos no setor agrícola em todos os países, com exceção da Costa Rica (36%). No Panamá representa 71% e em Honduras 77%.
Depois de crescer por dois anos consecutivos (2010-2011), o valor das exportações agrícolas na América Latina e Caribe diminuiu 1,8% em 2012, mas as importações continuaram na tendência crescente mostrada a partir de 2009, com 10% de crescimento no ano passado. A queda do valor em 2012 foi explicada pela redução em 20% das exportações de café – principalmente Brasil e Colômbia – e de oleaginosas, que produzem óleos e gorduras – com queda na Argentina e Paraguai.
De acordo com a secretária executiva da CEPAL, Alicia Bárcena, apesar da desaceleração agrícola da região em 2013, em 2014 se esperam condições econômicas que possam promover o crescimento econômico e agrícola regional.
“Essas tendências deverão ser sustentadas por políticas voltadas não só para melhorar o desempenho da agricultura comercial, mas também aumentar a inclusão exitosa da agricultura familiar nas cadeias de valor”, disse Bárcena.
A partir de 2014, a produção e as exportações agrícolas na região receberão o impulso da recuperação da demanda global, que por sua vez será incentivada pelo crescimento dos países em desenvolvimento e expansão de sua classe média, sempre e quando não existam os efeitos adversos de condições meteorológicas extremas ou por um dólar mais fraco.
A CEPAL, a FAO e o IICA estimam que na próxima década os preços agrícolas vão cair em termos reais, de modo que devem ser tomadas medidas para aumentar o investimento, a produtividade e a eficiência da agricultura. Dessa forma, o setor pode conseguir enfrentar da melhor maneira os riscos climáticos e econômicos que têm efeitos mais duradouros sobre os preços.
Sobre o Brasil, o documento também observou aumento nas exportações de milho em 2012 – 20 milhões de toneladas, quase o dobro em comparação a 2011. A Argentina exportou pouco mais de 16 milhões no mesmo período, e pela primeira vez foi superada pelo Brasil no envio desse produto.
De acordo com o relatório, o Brasil se manteve como principal exportador de carne de ave na América Latina e Caribe em 2012, ao gerar quase 89% das transações, e é previsto que em 2021 aumente seu domínio para quase 92%. O país também lidera as exportações de carne de porco e bovina – 71,6% e 51,7%, respectivamente.

Experiência brasileira de apoio à agricultura familiar é destaque em seminário na África




Crianças etíopes beneficiadas pela cooperação Sul-Sul, com tecnologia social brasileira. Foto: PMA/Silvanus Okumu
Com o apoio do governo brasileiro, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) e o Programa Mundial de Alimentos (PMA) promoveram em Adis Abeba um evento para trocar experiências e mercados institucionais, entre os dias 2 e 6 de junho.
O “Seminário de Trocas de Experiências do Programa de Aquisição de Alimentos África (PAA África) e Mercados Institucionais” reuniu autoridades e participantes dos cinco países do programa PAA África – Etiópia, Malaui, Moçambique, Níger e Senegal, e de outros países, incluindo o Brasil e o Reino Unido.
Durante o evento foram discutidos os avanços e desafios para a concepção e implementação de mercados institucionais no continente africano, num quadro de desenvolvimento sustentável.
“Os governos podem desempenhar um papel direto na criação de oportunidades de mercado e ligando os pequenos agricultores aos mercados através de sistemas públicos de aquisição de alimentos. Ao promover circuitos locais, os programas de aquisição de alimentos podem contribuir para compensar os custos crescentes das importações de alimentos e gerar um impacto positivo na renda familiar e na segurança alimentar”, disse o representante da FAO para Gana e vice-representante regional para a África, Lamourdia Thiombiano.
O encontro permitiu a troca de experiências de parceiros regionais e internacionais, contando com a participação do Brasil, que compartilhou os resultados de suas ações positivas para vincular os pequenos agricultores às oportunidades oferecidas pelo mercado.
“Com o acúmulo da experiência brasileira que reúne inclusão produtiva rural, assistência alimentar e proteção social, com o Estado como um agente ativo do desenvolvimento, abre-se uma oportunidade para a troca com outros países”, disse o coordenador-geral de Ações Internacionais de Combate à Fome do Ministério das Relações Exteriores, Milton Rondó Filho.
Entre os brasileiros presentes, o seminário contou com a participação da ex-ministra do Desenvolvimento Social, Márcia Lopes, o diretor do Centro Rio+, Romulo Paes, e o ex-presidente brasileiro, Lula, que reafirmou a importância do compromisso político dos países em apoio à agricultura familiar e combate à fome.
“O mais importante de tudo é a vontade política e a determinação dos governantes para se comprometer firmemente com o combate à exclusão social em seus países. Sem a parceria dos governos, o PAA não pode ser concretizado. Sem o apoio da sociedade civil organizada de cada país, o PAA não sai do papel, mesmo que tenha dinheiro”, disse Lula.
Na ocasião, o diretor-geral da FAO, o brasileiro José Graziano da Silva, e a diretora executiva do PMA, Ertharin Cousin, através de mensagens de vídeo, reafirmaram o compromisso das respectivas agências da ONU no apoio às compras locais de alimentos da agricultura familiar para a assistência alimentar.

Notícias dos Comitês Nacionais do AIAF




A ampla rede, que conta com quase 60 Comitês Nacionais e reúne uma vasta gama de mais de 630 organizações, continua a promover a conscientização sobre agricultura familiar tanto do público geral quanto das autoridades.
Várias iniciativas e eventos foram realizados mundialmente durante o mês de setembro para garantir um futuro melhor para os agricultores familiares de todo o mundo.
Nas Filipinas, uma longa marcha foi organizada pela Kilus Magniniyog, uma coligação de organizações de produtores de coco. O propósito da marcha é pressionar as autoridades a aprovar a “lei do coco”, que resultaria na criação de um comitê de pequenos produtores de coco para gerir um fundo monetário financiado pela arrecadação de impostos da indústria do coco.
Em 21 de setembro, 71 produtores de coco iniciaram a caminhada de 1.772 quilômetros de Davao à capital Manila, aonde pretendem chegar em 26 de novembro, a tempo de participar de uma grande reunião temática sobre agricultura familiar nas Filipinas.
Instituições internacionais e governamentais, bem como organizações da sociedade civil que fazem parte do Comitê Nacional nas Filipinas, participarão do evento. A reunião será uma oportunidade para debater lições aprendidas durante o Ano Internacional da Agricultura Familiar 2014, inclusive os desafios enfrentados pelos agricultores familiares, como acesso a mercados e os compromissos políticos nacionais necessários.
Durante a marcha, os 71 produtores cruzarão as 36 províncias produtoras de coco do país e ganharão a companhia e o apoio de muitos outros produtores.
As organizações de jovens agricultores da França, Jeunes Agriculteurs e Agriculteurs français et développement international (AFDI), ambas participantes do Comitê Nacional Francês, promoveram uma cúpula internacional de jovens agricultores em Bordeaux, no dia 4 de setembro.
O evento contou com a participação de cerca de 100 pessoas, incluindo mais de 30 líderes de jovens agricultores dos cinco continentes. Durante o evento, houve mesas-redondas, formadas por jovens agricultores, sobre uma variedade de tópicos, incluindo reconhecimento social e político da agricultura como ocupação, o estabelecimento de jovens como agricultores e o papel da agricultura no desenvolvimento territorial.
Na presença do Ministro da Agricultura, Alimentação e Silvicultura da França, Stéphane Le Foll, os participantes assinaram um manifesto que define uma lista de exigências relacionadas a políticas públicas para facilitar o estabelecimento de acesso de jovens agricultores à terra e a uma melhor renda para os agricultores familiares.
O Fórum Rural Mundial apresentou uma visão abrangente do AIAF 2014 na cúpula, com foco especial na Declaração de Abu Dhabi, que destaca as políticas públicas necessárias para jovens agricultores.
No Paraguai, o Comitê Nacional continua a formar comitês de agricultura familiar departamentais. Até o momento, seis foram estabelecidos para promover a conscientização e atividades políticas em todo o país. Os comitês formados ficam nos departamentos de San Pedro, Cordillera e Concepción e, mais recentemente, Paraguarí, Caazapá e Misiones.
Já na Colômbia, o AIAF 2014 está tendo resultados concretos com a resolução 300 (2014), que estabelece as condições de acesso ao microcrédito incluído no programa de agricultura familiar implantado pelo governo colombiano. O programa foi lançado em Cartagena, onde cinco acordos regionais (regiões de Antioquia, Bolívar, Santander, Tolima e Valle del Cauca) foram apresentados e assinados pelas autoridades.
Finalmente, como parte do Ano Internacional da Agricultura Familiar 2014, o Comitê Nacional de Uganda está organizando a Conferência Regional da África Oriental sobre a Coerência das Políticas Mundiais de Alimentação e Nutrição, em Kampala, de 23 a 25 de setembro. Este grande evento é financiado pela FAO e contará com a participação de organizações agrícolas locais e regionais e do representante do Comitê Nacional do Quênia. A conferência é uma oportunidade ideal para a troca de ideias sobre vários assuntos, como a necessidade de transformar as propriedades familiares para melhorar a eficiência e a lucratividade.
Informações prestadas pelo Fórum Rural Mundial e os Comitês Nacionais do AIAF-2014

FAO e Associação Mundial de Rádios Comunitárias lançam especial sobre agricultura familiar na África


Foto: FAO


No contexto da Conferência Regional para a África – que ocorreu em Túnis, na Tunísia, de 24 a 28 de março –, a Associação Mundial de Rádios Comunitárias (AMARC) e a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) lançaram quatro entrevistas em áudio, em inglês, sobre a agricultura familiar na região.
Na África subsaariana, quase 239 milhões de pessoas enfrentam graves consequências relacionadas à segurança alimentar e nutricional. A agricultura familiar é um modelo eficiente que pode oferecer soluções para a superação deste desafio.
Durante o Diálogo Regional Africano sobre agricultura familiar – realizado em novembro de 2013 na Cidade do Cabo, África do Sul –, os participantes identificaram ações específicas para promover uma colaboração efetiva e sustentável com o objetivo de alcançar a segurança alimentar e nutricional no continente.
Eles também reconheceram a agricultura familiar como um modo de vida que contribui para a transmissão intergeracional do conhecimento, a preservação do meio ambiente, dos recursos naturais e da herança cultural.
Entretanto, ainda são necessários investimentos sustentáveis para financiar a agricultura e políticas agrícolas favoráveis aos agricultores familiares. As entrevistas refletem as opiniões e recomendações dos participantes, apresentadas durante o diálogo. Acesse clicando aqui.

Com apoio da FAO, projeto para jovens africanos ingressarem na agricultura familiar é expandido


Colocar jovens para trabalhar no campo estimula a passagem de conhecimento tradicional e a segurança da biodiversidade. Foto: FAO

O diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), José Graziano da Silva, elogiou a expansão de um projeto de jardinagem para jovens africanos da Slow Food Foundation for Biodiversity.
“As hortas produzem muito mais do que simplesmente comida”, disse ele na segunda-feira (17). “Elas promovem a inclusão, ensinam sustentabilidade e oferecem um espaço onde os jovens de hoje podem se encontrar, aprender, compartilhar e construir um capital social“, acrescentou. A jardinagem abre portas para “oportunidades de trabalho decente e vida digna”, avaliou.
O objetivo do projeto é ajudar jovens africanos a plantar 10 mil hortas. Até agora, mil já foram feitas em 350 comunidades de 38 países. A iniciativa é especialmente adequada para 2014, Ano Internacional da Agricultura Familiar.
O chefe da FAO ressaltou que dois terços da população da África moram no campo e 75% dos africanos têm 25 anos ou menos. Cerca de um quarto dos cerca de 842 milhões de pessoas cronicamente famintas no mundo vivem no continente.
“A agricultura familiar é um caminho importante para a inclusão de milhões de famílias e comunidades rurais pobres e são de especial importância para as mulheres e os jovens”, disse Graziano.
O chefe da FAO afirmou que a promoção de hortas locais que possam envolver famílias inteiras e ajudar a transferência de conhecimento entre gerações pode ajudar a “transformar a juventude de hoje nos líderes de amanhã, protagonistas locais, nacionais, da segurança alimentar internacional, do desenvolvimento de políticas e de tomadas de decisões sustentáveis”.
Em maio de 2013, a FAO e a Slow Food Foundation for Biodiversity concordaram em desenvolver ações conjuntas para melhorar a subsistência de pequenos agricultores e outras pessoas que trabalham em áreas rurais. O acordo de três anos vai unir forças para promover sistemas alimentares e agrícolas mais inclusivos local, nacional e internacionalmente.

FAO: 80% da exploração agropecuária na América Latina e Caribe vem da agricultura familiar



Foto: FAO
Cerca de 16,5 milhões das explorações agrícolas na América Latina e no Caribe pertencem à agricultura familiar. O número representa 60 milhões de pessoas, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (29)pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), por meio da publicação Agricultura Familiar na ALC: Recomendações de Política.
“A importância da agricultura familiar para a segurança alimentar da América Latina e do Caribe é indiscutível. Isso já é reconhecido pelos governos da região, que colocaram os pequenos agricultores como uma das iniciativas prioritárias para o trabalho da FAO durante a última Conferência Regional”, afirmou o representante regional da FAO, Raúl Benítez.
De acordo com a publicação, oito de cada dez explorações agrícolas na América Latina pertencem à agricultura familiar; 56% delas (mais de 9,2 milhões) estão na América do Sul, 35% na América Central e no México (5,8 milhões) e 9% no Caribe (1,5 milhão).
Em todos os países da região o setor é majoritário na agricultura: em Antígua e Barbuda, Chile, Guiana, Suriname, Haiti, Honduras e Paraguai mais de 90% de todas as explorações pertencem ao setor, e em Granada, República Dominicana, Santa Lucia, El Salvador, Guatemala, Nicarágua, Panamá, Equador e Brasil mais de 80% delas fazem parte da agricultura familiar.
23% da superfície agrícola regional nas mãos de pequenos agricultores
A informação disponível, tendo como base 12 países da região, revela que cerca de 23% da superfície agrícola da América Latina e do Caribe estão nas mãos da agricultura familiar, uma proporção que varia de 13% nos países andinos e 34% nos países do Cone Sul.
Na região coexistem pequenas explorações — juntas com as de médio e de grande porte: a média do tamanho das explorações que pertencem à agricultura familiar alcança 13 hectares. Mas vale ressaltar que excluindo os países do Cone Sul dessa análise, o tamanho médio das explorações no resto da região cai a 2,51 hectares.
“Se considerarmos as contribuições do setor em relação a emprego e produção de alimentos, fica claro que falar da agricultura na América Latina e no Caribe é falar de agricultura familiar. São atores-chave e aliados fundamentais para alcançar a meta de fome zero em todos os países”, ressaltou Raúl Benítez.

Países da região trocam experiências sobre compras da agricultura familiar para a alimentação escolar





Experiências de sucesso na merenda escolar serão discutidas na Costa Rica. Foto: Caritas SP

As experiências de sucesso de compras públicas da agricultura familiar para a alimentação escolar que são desenvolvidas pelos governos dos países da América Latina e o Caribe serão apresentadas durante uma oficina a ser realizada nesta quarta-feira (3) na cidade de São José na Costa Rica. A oficina de especialistas “Compras Públicas da Agricultura Familiar para a Alimentação Escolar” é realizada pelo Escritório Sub-regional da Organização das Nações para Alimentação e Agricultura (FAO) para a Mesoamérica (FAOSLM), com a colaboração do Programa de Cooperação Internacional Brasil-FAO.
Participarão da oficina representantes dos setores de agricultura, educação, segurança alimentar e nutricional, de programas de alimentação escolar e de programais sociais, da agricultura familiar, cooperativas, associações, sociedade civil, municípios e representantes do setor privado que de uma forma, ou de outra estão envolvidos diretamente com esse tema. O evento também vai discutir aspectos vinculados a demanda de produtos da agricultura familiar, orçamento, marcos legais e normativos e modelos de gestão.
Como resultado da oficina, os participantes vão construir um documento sínteses com recomendações para a aquisição dos alimentos da agricultura familiar durante a criação e na implementação de programas de alimentação escolar.
Brasil, Costa Rica, Equador, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Paraguai e República Dominicana são hoje países de referência que adotam um modelo de programa de alimentação escolar baseado no conceito deescolas sustentáveis.
Estas instituições, referência para Programas de Alimentação Escolar Sustentáveis, levam em consideração diferentes aspectos de forma integrada. Entre as iniciativas estão: atividades de participação social por meio do envolvimento da comunidade educativa, a adoção de cardápios escolares adequados e saudáveis, a implementação de hortas escolares pedagógicas para a educação alimentar e nutricional, a reforma de cozinhas, cantinas e refeitórios, além da compra de produtos para a alimentação escolar diretamente da agricultura familiar.
Nesse contexto, a compra pública para a alimentação escolar, além de fortalecer a agricultura familiar e a economia local, contribui para a diversificação da dieta dos estudantes com inserção de alimentos frescos e saudáveis.

Agricultura familiar e povos originários, fundamentais para a adaptação às mudanças climáticas, afirma ONU


Produtos da agricultura familiar servem a merenda escolar da rede estadual de ensino Foto: SECOM/Carol Garcia

Produtos da agricultura familiar servem a merenda escolar da rede estadual de ensino
Foto: SECOM/Carol Garcia
“É preciso reconhecer os conhecimentos tradicionais acumulados pelos agricultores familiares e os povos originários e nutrir-se deles para adaptar-se às mudanças climáticas”, sugeriram os especialistas presentes na inauguração do V Seminário Regional Agricultura e Mudança Climática, nesta quarta-feira (22) em Santiago, Chile.
Com o tema “Agrobiodiversidade, agricultura familiar e mudança climática”, o evento reuniu funcionários de ministérios de Agricultura e Planificação da região, bem como representantes de organismos de inovação agrícola e especialistas internacionais. O Seminário é uma iniciativa da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura das Nações Unidas (FAO), com a colaboração da Cooperação Francesa e o patrocínio de IICA e Oxfam Grã Bretanha.
Em sua intervenção, Raul Benítez, representante regional da FAO afirmou que a América Latina e o Caribe devem comemorar que 16 dos 33 países alcançaram o primeiro objetivo do milênio, reduzindo pela metade a porcentagem de pessoas com fome entre 1990 e 2015. No entanto, os desafios nesta área ainda persistem, entre eles o aumento de produção de alimentos, a redução de desperdícios e perdas e a proteção do meio ambiente.
“Podemos ser a última geração de latinos e caribenhos a conviver com a fome”, disse, aconselhando a promoção de políticas públicas adequadas para encarar as mudanças climáticas e dotar de recursos os agricultores familiares para alcançar essa meta. Neste sentido, ele lembrou que a agricultura familiar representa 80% dos produtores da região e gera 50% do emprego rural.
A secretária executiva da CEPAL, Alice Bárcena, afirmou que as mudanças climáticas já estão impactando o ciclo da água, solos e zonas costeiras na América Latina e o Caribe e medidas urgentes devem ser tomadas. Bárcena também ressaltou que o seminário representava uma oportunidade para pensar na agricultura familiar não só como produtora de alimentos mas também como protetora da agrobiodiversidade.

Data comemorativa lembra a importância das cooperativas para a agricultura familiar

A cooperativa italiana Bio e Mare é a primeira cooperativa de pescadoras da Itália e a única na Europa que aproveita o peixe que não foi vendido diretamente dos pescadores. Foto: FAO

A cooperativa italiana Bio e Mare é a primeira cooperativa de pescadoras da Itália e a única na Europa que aproveita o peixe que não foi vendido diretamente dos pescadores. Foto: FAO
Agências e parceiros da ONU se movimentam para promover o papel da agricultura familiar e de pequena escala nas economias contemporâneas a fim de contribuir para segurança alimentar e erradicar a fome no mundo, como parte da celebração do Dia Internacional das Cooperativas que ocorreu neste último sábado (5).
“As cooperativas são como famílias, todo mundo ajuda para o trabalho ficar pronto”, diz a fundadora da cooperativa italiana de pescadoras “Bio e Mare”, Radoslava Petrova, formada por mulheres com idades entre 21 e 50 anos, vindas não só da Itália, mas também do Brasil, da Colômbia, da Bulgária e da Polônia. Essa foi a primeira cooperativa de pescadoras da Itália e a única na Europa que aproveita o peixe que não foi vendido diretamente dos pescadores, processando-o em cremes, molhos, peixe em conserva, entre outros produtos derivados.  
“Trabalhar na cooperativa não é fácil, mas a sensação de realização e o retorno positivo dos nossos clientes, além da nossa contribuição para evitar o desperdício, fazem valer a pena no final”, afirma Petrova.
Segundo a Alianças Internacional de Cooperativas (AIC), as cooperativas permitem que a agricultura familiar – especialmente em pequenas propriedades – atinja seu máximo potencial, possibilitando melhor acesso a mercados e financiamento, mais poder de negociação, mais eficiência e inovações.
Adicionalmente, cooperativas servem como plataformas para que os agricultores familiares desenvolvam uma infraestrutura social com base em princípios éticos, e eventos como a Exposição sobre Agricultura Familiar, da Organização da ONU para Alimentação e Agricultura (FAO), ressaltam e reforçam a estreita relação entre produtores, fornecedores e cooperativas.
Leia a reportagem completa e saiba mais sobre a “Bio e Mare” clicando aqui.  

Moçambique: Programa da ONU e do governo brasileiro promove agricultura familiar


Delegação brasileira visita a Associação Chiguirizano, na província de Tete. De camisa azul clara, o ministro Milton Rondó Filho, coordenador-geral de Ações Internacionais de Combate à Fome (CGFome) do Ministério das Relações Exteriores do Brasil. Foto: FAO/Rosana Miranda

Delegação brasileira visita a Associação Chiguirizano, na província de Tete. De camisa azul clara, o ministro Milton Rondó Filho, coordenador-geral de Ações Internacionais de Combate à Fome (CGFome) do Ministério das Relações Exteriores do Brasil. Foto: FAO/Rosana Miranda
Na última semana, em parceria com o governo brasileiro, o programa “Purchase from Africans to Africa” (PAA África), voltado à promoção da segurança alimentar e geração de renda para comunidades vulneráveis em países do continente, realizou missão técnica para avaliar o andamento do projeto em Moçambique e aprofundar o diálogo político sobre compras locais.
“Primeiro, fomos ensinados a semear, adubar ou que sementes utilizar. Depois dessas formações, vimos que produzimos muito bem”, afirmou o presidente da Associação Chiguirizano, uma das associações-mãe na província de Tete, que recebeu apoio produtivo e comercializou parte da sua produção para o PAA África.
No total, 20 associações de base vinculadas às associações-mãe receberam apoio com distribuição de sementes, insumos e treinamentos, além de venderem parte do milho produzido para os programas de alimentação escolar do Programa Mundial de Alimentos (PMA) na província, com cerca de 1,8 milhão de habitantes.
Entre alguns dos obstáculos ao estabelecimento e consolidação das compras da agricultura familiar estão a garantia da qualidade dos cereais, a formalização de pequenas associações para se tornarem potenciais fornecedoras e, sobretudo, a dificuldade em encontrar demanda estável para os produtos.
Saiba mais em http://bit.ly/P0tBrm e veja todas as fotos da última visita técnica em http://on.fb.me/P0uiAO

Mais de cem participantes de diferentes setores debatem agricultura familiar em Moçambique

Foto: FAO
Foto: FAO
FAO, com apoio da Cooperação Austríaca para o Desenvolvimento e da Universidade Eduardo Mondlane, organizou um seminário sobre agricultura familiar em Moçambique no início deste mês.
O seminário fez parte das atividades do Ano Internacional da Agricultura Familiar 2014 e o principal objetivo foi promover o debate sobre o setor da agricultura familiar, que emprega 80% da força de trabalho do país. Mais de cem participantes, representando membros das associações de agricultores e produtores, o setor privado, o meio acadêmico, a sociedade civil, parceiros de desenvolvimento e agências da ONU, estiveram presentes.
Os tópicos debatidos concentraram-se na caracterização e dinâmica do setor da agricultura familiar em Moçambique, na importância do setor privado para os agronegócios e as cadeias de valor, no papel das instituições de financiamento e crédito, nas políticas públicas que promovam o setor e no papel das associações de agricultores no desenvolvimento da agricultura familiar.
As diretrizes voluntárias sobre a governança responsável da posse de terra, pesca e florestas também foram discutidas, destacando-se a necessidade de mais conscientização para a sua implantação em todos os níveis e em diferentes setores.
O papel das mulheres na agricultura familiar foi destacado, considerando-se que a atividade agrária emprega 90% da força de trabalho feminina no país, segundo o Censo Agrícola 2009/2010.
O setor da agricultura familiar não tem sido prioridade na alocação de recursos dos setores público e privado. Além disso, nas últimas décadas não houve mudanças estruturais significativas no setor, apesar de terem sido compartilhados alguns exemplos positivos de iniciativas das associações de agricultores e suas ligações com os mercados por meio de parcerias com o setor privado.
Moçambique ainda tem desafios significativos para conquistar a segurança alimentar e nutricional. Por isso, uma das conclusões do seminário foi que a agricultura familiar deve ser prioridade nas políticas públicas agrárias, ambientais e sociais.
A partir dos debates, observou-se que, a fim de melhorar a agricultura familiar no país, algumas medidas a serem tomadas são: fortalecimento dos movimentos associativos entre produtores, acesso ao crédito, bem como acesso a inovações tecnológicas para aumentar a produção e garantir a segurança alimentar.
De forma geral, os debates ressaltaram a necessidade de promover mais oportunidades para o diálogo em que diferentes visões, interesses e demandas da agricultura familiar possam ser apresentados e discutidos.
A FAO, a ONU Mulheres e outros parceiros comprometeram-se a continuar apoiando atividades semelhantes para destacar a importância da agricultura familiar em prol do desenvolvimento de Moçambique.
Saiba mais sobre o Ano Internacional da Agricultura Familiar em fao.org/family-farming-2014/pt

Governos da América Latina e Caribe usam agricultura familiar para alcançar fome zero

Foto: Agência Brasil

Foto: Agência Brasil
Os governos da América Latina e do Caribe estabeleceram a agricultura familiar como uma das três prioridades regionais do plano de trabalho da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), durante a conferência regional da agência da ONU, realizada na semana passada em Santiago, capital do Chile.
“Falar de erradicação da fome e do desenvolvimento sustentável na América Latina e Caribe é falar da agricultura familiar”, defendeu o diretor-geral da FAO, o brasileiro José Graziano da Silva.
Segundo uma nova publicação da FAO – “Agricultura Familiar na América Latina e Caribe: Recomendações de Política” –, o setor inclui mais de 16 milhões de explorações agrícolas e 60 milhões de pessoas na América Latina e no Caribe – o que, somado a um importante polo de empregos rurais e à produção de alimentos, se converteu em um verdadeiro pilar da segurança alimentar.
A embaixadora do Ano Internacional da Agricultura Familiar, Mirna Cunningham, apontou também a importância do setor para os povos originários da região. “É muito relevante para os 40 milhões de indígenas da região, que pertencem a aproximadamente 600 povos, que contribuem para abastecer os alimentos que produzem”, afirmou.
Por outro lado, o diretor da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) do Brasil, João Intini, ressaltou programas como o de Aquisição de Alimentos (PAA) e de Agroindustrialização. “Queremos comprar ainda mais produtos da agricultura familiar e com mais qualidade”, disse.
“A agricultura familiar é um setor-chave para alcançar a erradicação da fome e a mudança para sistemas agrícolas sustentáveis na América Latina, no Caribe e no mundo”, disse Raúl Benítez, representante regional da FAO.

Papel das mulheres para a agricultura familiar é discutido em evento regional da FAO


O trabalho das mulheres no campo é fundamental para a agricultura familiar. Foto: ONU/B.Wolff
Representantes de ministérios da Mulher, da Agricultura e da Pesca, em conjunto com organizações de mulheres e organismos internacionais, ratificaram a necessidade de avançar na criação e na implementação de políticas públicas que promovam o empoderamento e a autonomia das mulheres do campo, durante um encontro realizado nos dias 10 e 11 de abril no Escritório Regional da FAO.
Na América Latina e no Caribe, a agricultura familiar constitui o segmento mais importante na produção de alimentos e cuja sustentabilidade tem uma contribuição fundamental das mulheres.
Mas as mulheres do campo têm menor acesso ao crédito, à criação de gado, à assistência técnica, à titularidade de terras e ao emprego rural na região, o que evidencia a desigualdade social e econômica na qual vivem e impede que coloquem todo o potencial na agricultura e na segurança alimentar, afirma a FAO.
Cerca de 58 milhões de mulheres vivem em áreas rurais da América Latina e do Caribe. Segundo a FAO, elas são peças-chave na luta contra a fome, não só como produtoras, mas também no papel múltiplo como principais encarregadas da alimentação das crianças e da aquisição, manipulação e preparação de alimentos.
“As mulheres do campo e indígenas têm um papel importante na transformação do atual sistema alimentar, contribuindo para o acesso e controle equitativo sobre a terra, a água, as sementes, a pesca e a biodiversidade agrícola dos que produzem alimentos”, ressaltou a embaixadora do Ano Internacional da Agricultura Familiar 2014, Mirna Cunningham.

Especialistas de Brasil e Cuba trocam experiências sobre alimentação escolar e agricultura familiar


Foto: PMA Cuba


Foto: PMA Cuba
Especialistas e representantes de instituições do Brasil e de Cuba compartilharam experiências nos últimos dias 30 e 31 de maio em Havana, capital cubana, durante o Seminário de Programas Sociais, Alimentação Escolar e Apoio à Agricultura Familiar de ambos os países, realizado pelo Programa Mundial de Alimentos (PMA) de Cuba.

Fonte:http://www.onu.org.br/

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