REVOLUÇÃO VERDE ? NASCE UMA HORTA !

Revolução Verde?

Certa vez, visitando agricultores por esse Brasil afora, Ana foi levada a uma plantação de alfaces. Os pés eram pequenos, minguadinhos, não estavam se desenvolvendo bem. Ana ajoelhou-se e cavou, retirando um pé, como sempre faz: olha as raízes, cheira o solo. O cheirinho da terra era fresco e gostoso, mas as raízes estavam encurvadas para cima… Ana disse então ao senhor que cuidava da hortinha: “O senhor precisa plantar os pés de alface mais fundo, enterrar mais as raízes, porque elas estão virando para cima”. O homem olhou, pensou, e disse: “Mas é que os dedinhos dos meus filhos só conseguiram afundar esse tantinho…”
Este e outros adoráveis causos da trajetória de Ana Primavesi estarão no livro biográfico “Ana Maria Primavesi: Histórias de Vida e Agroecologia”, escrito pela professora Virgínia Knabben e com previsão de lançamento para o segundo semestre deste ano. Nascida na Áustria, onde se formou agrônoma, Ana Primavesi chegou ao Brasil com o marido após a Segunda Guerra Mundial. Especialista em solos, pois “sem ele nada sobrevive”, a Dra. Primavesi lecionou por mais de 40 anos na Universidade Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Inconformada com o sistema de agricultura chamado “Revolução Verde” (que de verde não tem nada), baseado na monocultura e no uso abusivo de agrotóxicos e adubo químico que destroem o solo e empobrecem de nutrientes a plantação, Ana sempre defendeu um sistema sustentável de cultivo. Disseminou um conhecimento inexistente no Brasil até então e formou gerações de agrônomos encantados pela agroecologia. Convidada para dar palestras em todo o país, era comum os agricultores da região se reunirem no lado de fora das universidades ansiosos para ouvi-la falar. Quando a Dra. Primavesi finalmente saía, após horas de discussão no ambiente acadêmico, adorava ver os agricultores esperando-a. Sem demonstrar cansaço ou impaciência, ficava por mais um bom par de horas andando pelo campo a explicar como cuidar da terra sabiamente, de modo artesanal e não mecânico, exclusivamente químico. Ao contrário do que se pensa, cultivar orgânicos é atividade complexa e exige um conhecimento altamente técnico. Se hoje poucos agricultores familiares cultivam orgânicos, é porque não tiveram a oportunidade de conhecer o método. Ana Primavesi rompeu a barreira do conhecimento acadêmico e o levou para a roça brasileira.

 

Fonte:https://seedsofgarden.wordpress.com/2013/03/27/102/

Nasce uma horta!



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São nove da manhã de domingo, dia 28 de abril de 2013. Mais uma horta começa a nascer em São Paulo.  Cerca de 40 pessoas se reúnem no jardim suspenso do CCSP – Centro Cultural São Paulo, metrô Vergueiro – para implantar a sexta horta comunitária criada no último ano na cidade. Alguns hortelões entraram em contato com o pessoal do CCSP, que prontamente aceitou ajudar a retomar a extinta horta que havia nos canteiros suspensos. O viveiro Manequinho Lopes, do Parque do Ibirapuera, doou mudas e composto orgânico. E cada hortelão ajudou um pouco, contribuindo cada um à sua maneira – com talentos e disponibilidade diversos – a materializar um belo canteiro de ervas e hortaliças em um dos mais emblemáticos centros culturais de São Paulo.
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Teve quem levou sementes crioulas, outros trouxeram mais mudas cuidadosamente cultivadas em casa. Muitos contribuíram para o colorido e delicioso café da manhã coletivo, enquanto o pessoal chegava munido de ferramentas, chapéu e bota. Alguns gostam de ficar descalços e todos saem invariavelmente bronzeados e suados – agrofitness em plena metrópole!
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Eu enchi o carro de palha e folhas secas, e me senti uma verdadeira guerrilheira a caminho do CCSP. Senti orgulho de ter nascido na avenida Paulista e não precisar fugir da cidade no final de semana para me sentir conectada com a natureza.
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Como diz o agrônomo agroecológico Clovis Oliveira: “A melhor colheita da horta urbana é a mobilização social.”
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MUTIRÕES FIXOS EM SÃO PAULO:
1. Horta das Corujas (próximo à Av. das Corujas, Vila Madalena) – todos os finais de semana alternando sábados e domingos a partir de 10h.
2. Horta do Ciclista (Av. Paulista entre Bela Cintra e Consolação, canteiro central) – primeiro domingo do mês, a partir de 12h.
3. Horta da Vila Pompeia (Rua Francisco Bayardo, perto da Av. Pompeia) – todo domingo a partir de 10h30, com café da manhã comunitário.
4. Horta da Vila Anglo (Praça Antonio Resk, perto da Rua Heitor Penteado) – todo sábado a partir de 10h e terças 9h.
5. Horta do CCSP (Centro Cultural São Paulo, metrô Vergueiro) – último domingo do mês a partir de 9h com café da manhã comunitário.

Fotos: Pops Lopes e Fernanda Danelon

Fonte:https://seedsofgarden.wordpress.com/2013/05/01/nasce-uma-horta/

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