Como cuidar da saúde do intestino da mulher
Os problemas no intestino afetam ambos os sexos, mas são muito mais comuns em mulheres. Pensando nisso, hoje falaremos sobre como cuidar da saúde do intestino da mulher.
Não estamos falando somente da prisão de ventre, mas também de doenças sérias como o câncer colorretal, que costuma ter uma incidência maior em pessoas do sexo feminino.
São vários os fatores específicos que fazem com que o intestino da mulher seja mais sensível do que o do homem.
Sofremos constantemente de alterações hormonais durante o ciclo menstrual, que podem causar constipação, e durante a gravidez é comum desenvolvermos hemorroidas que podem dificultar a evacuação.
Uma razão fundamental é o fato de que as mulheres costumam se preocupar mais com a higiene e ficam mais constrangidas com os odores e sons em banheiros públicos, segurando as vontades, um comportamento extremamente prejudicial para a saúde intestinal.
As mulheres ainda costumam sofrer mais com o estresse do que os homens, e os fatores emocionais influenciam o intestino tanto quanto os fisiológicos.
Os benefícios de um intestino saudável
Além de proporcionar mais conforto e melhor qualidade de vida, manter o intestino funcionando regularmente pode trazer os seguintes benefícios para a saúde:
- Menor risco de desenvolver câncer colorretal (cólon, reto e intestino grosso), o terceiro câncer mais comum no mundo ocidental atualmente
- Menor risco de sofrer de prisão de ventre, diarreia crônica e síndrome do cólon irritável
- Menor risco de ter hemorroidas
- Menor produção de gases intestinais
- Absorção mais eficiente de água e minerais
- Sensação geral de leveza, conforto e bem-estar na região abdominal
10 dicas simples para cuidar bem do intestino da mulher
Algumas ações simples podem ajudar muito a reduzir os problemas intestinais com os quais muitas mulheres sofrem diariamente. Para cuidar do seu intestino e mantê-lo realmente saudável, siga as seguintes dicas:
1. Mantenha uma dieta rica em fibras
As fibras previnem a retenção de água, aumentam o bolo fecal e aceleram o trânsito intestinal. Elas ainda ajudam a prevenir o câncer no intestino, já que reduzem o contato de substâncias cancerígenas com a mucosa intestinal.
Incorpore frutas, vegetais e grãos integrais na dieta, já que eles são ricos em fibras e oferecem diversos benefícios para a saúde.
2. Evite açúcar, gordura e carboidratos refinados
Alimentos refinados como o açúcar e a farinha branca ou ricos em gorduras como óleos, queijos e laticínios integrais podem ser prejudiciais para a saúde do cólon. Eles reduzem a velocidade do trânsito dos resíduos e alteram a flora bacteriana intestinal normal.
Dietas ricas em gorduras e açúcar também estão associadas a um maior risco de câncer colorretal, por isso devemos evitar alimentos com estas características sempre que possível.
3. Beba bastante água
A água é absorvida ao longo de toda a extensão do cólon, ajudando a regular o fluxo de resíduos. Ela atua como um lubrificante natural e facilita o trânsito intestinal, prevenindo a prisão de ventre e possíveis inflamações.
4. Invista nos probióticos
Iogurtes e leites fermentados são ricos em probióticos, conhecidos como “bactérias do bem” que fortalecem as paredes intestinais, previnem infecções e ajudam no processo digestivo. Estas bactérias são fundamentais para a boa saúde do intestino.
5. Aposte nas gorduras saudáveis
As células do intestino requerem um fluxo constante de ácidos graxos para permanecerem totalmente funcionais.
Sem a ingestão adequada de gorduras boas, os músculos lisos que cercam a passagem digestiva podem se deteriorar, prejudicando a formação de ondas peristálticas importantes para a evacuação.
As gorduras saudáveis podem ser encontradas em peixes como o atum e o salmão, no azeite de oliva e azeitona, castanhas, nozes e no abacate.
6. Mantenha uma dieta rica em Vitamina A
As glândulas que compõem o revestimento mucoso do cólon são responsáveis pela lubrificação que facilita os movimentos intestinais. A ingestão de vitamina A é importante para manter a saúde destas glândulas especializadas.
Ela pode ser encontrada em alimentos de origem animal (leite e ovos) e de origem vegetal, como a couve, beterraba, cenoura, rúcula, abacate e caqui.
7. Praticar atividade física regularmente para cuidar do intestino da mulher
Os exercícios físicos têm o poder de melhorar o trânsito intestinal e consequentemente a evacuação. Eles também ajudam a atenuar sintomas desconfortáveis como inchaço e cólicas.
8. Faça refeições regulares
Não pule refeições. Dentro do possível, tente se alimentar em horários regulares durante o dia, já que comer estimula os movimentos intestinais.
Além disso, priorize refeições substanciais em vez de beliscar sempre pequenas quantidades. Ao ingerir uma maior quantidade de alimentos, é possível desencadear ondas peristálticas que promovem o movimento dos resíduos pelo cólon e reto.
9. Respeite a vontade do seu intestino
Quando surgir a vontade, tente ir ao banheiro o quanto antes. A retenção é extremamente prejudicial para a saúde intestinal, por isso é fundamental superar o constrangimento de usar banheiros públicos e respeitar os movimentos naturais do seu intestino.
10. Tentar manter o equilíbrio emocional para cuidar do intestino da mulher
Fatores emocionais afetam o intestino tanto quanto problemas fisiológicos, por isso é importante prestar atenção nos níveis de estresse e ansiedade. Reserve um momento do dia para praticar uma atividade relaxante, como meditar ou ler um livro, para manter sempre a calma e o equilíbrio emocional.
Fonte:https://melhorcomsaude.com.br/como-cuidar-da-saude-intestino-da-mulher/
Saúde intestinal da mulher e a dieta anti-inflamatória
Distúrbios
intestinais decorrentes de alergia, intolerância e inflamação predispõem o
desenvolvimento de doenças
27/05/2021 06:00
O intestino
possui 500 milhões de neurônios e 30 neurotransmissores, sendo independente do
sistema nervoso central, podendo ser considerado hoje como o nosso segundo cérebro, com funções muito mais amplas do que só processar alimentos.
O aparelho
gastrointestinal ou trato digestório é um tubo oco que se estende da cavidade
bucal ao ânus. Formado pela boca, faringe, esôfago, intestino
delgado, intestino grosso e ânus, alem de órgãos acessórios.
O intestino
permite a passagem de alimentos digeridos, facilitando a absorção dos
nutrientes e eliminando os resíduos. É uma das partes mais importantes do
sistema digestivo e pode ser dividido em duas partes principais: o intestino
delgado, que é a parte mais comprida (7 metros), onde ocorre a absorção da
maior parte dos nutrientes, como açúcares e aminoácidos, e um pouco de água, e
o intestino grosso (2 metros), onde mais de 60% da água é absorvida.
É sabido que 60% da nossa imunidade está
diretamente ligada à saúde intestinal e que 95% da serotonina produzida é liberada pelo cólon (região do intestino
grosso). A serotonina é um neurotransmissor que afeta muitas funções corporais,
como o peristaltismo intestinal, que é o movimento involuntário que o intestino
faz para empurrar o bolo alimentar e permitir que a digestão aconteça no lugar
certo.
Ela também está associada a muitos transtornos
psiquiátricos. Sua concentração pode ser reduzida pelo estresse e influenciar o
humor, a ansiedade e a felicidade.
Nossa dieta (cardápio diário) depende dos hábitos alimentares que
têm se tornado cada vez piores no Brasil e no mundo, gerando uma necessidade de
reeducação alimentar. Estes hábitos são influenciados por vários fatores
individuais, como necessidade de ganhar massa magra (proteínas), reduzir
gordura corporal, repor nutrientes, controlar diabetes, hipertensão arterial e
até mesmo tratar algumas doenças.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos
(UEDA) esquematizou, em 1992, a primeira pirâmide alimentar, embora os
primeiros guias alimentares tenham sido criados nos anos 1970.
A pirâmide alimentar é um tipo de gráfico que sistematiza os alimentos de
acordo com suas funções e seus nutrientes, divididos em quatro
níveis:
Alimentos energéticos - (carboidratos) são do grupo 1; os reguladores, dos grupos 2 (verduras e legumes) e grupos 3 (frutas); os construtores, dos grupos 4 (leite e derivados), grupo 5 (carnes e ovos),
grupo 6 (leguminosas e oleoginosas) e os energéticos extras, dos grupos 7 (óleos e gorduras) e 8 (açúcares e doces).
A água aparece na base da pirâmide, configurando o alimento
mais essencial para o ser humano. Os nutricionistas recomendam a ingestão
diária de no mínimo 2 litros.
Muitas pessoas já escutaram muitas histórias,
entre as quais a de que não se de deve tomar leite e chupar manga, porque faz
mal. Lembro-me bem, quando estava na escola, o professor de história dizer que
isto comecou na época da escravidão, quando os coroneis disseminavam isto para
que os escravos não tomassem o leite da fazenda.
MITO OU VERDADE?
(VERDADE)
Leite e manga são bons exemplos de alimentos com alto teor de FODMAP, o que
representa alto potencial em gerar distúrbio intestinal decorrente de ação
inflamatória.
FODMAP é o conjunto de alimentos fermentáveis
que são mal absorvidos pelo nosso organismo e que podem causar desconforto
intestinal.
FODMAPs é a sigla de um acrônimo em inglês para Fermentáveis, Oligossacarídeos, Dissacarídeos, Monossacarídeos e Polióis fermentáveis, o que virou mania depois de
pesquisadores da Universidade de Monash, na Austrália, descobrirem que uma
dieta com baixo teor desses elementos ajuda e alivia sintomas intestinais, como
diarréia, constipação e distensão gasosa.
São carboidratos de cadeia curta e álcoois de
açúcar que não são digeridos no intestino delgado e, ao chegar ao intestino
grosso, geram a formação de gases pela microbiota intestinal (dióxido de
carbono, hidrogênio, gás metano).
Basicamente, esses açúcares estão presentes em
diversos alimentos, desde os derivados do leite, cereais, frutas, gorduras e
proteínas, sendo os favoritos das dietas detox, como, por exemplo, abacate,
água de coco e castanha de caju (tabelas de alimentos disponíveis na internet).
Uma vez no corpo, são mal absorvidos no intestino
delgado e acabam atraindo água para dentro do órgão. Quando essas substâncias
pouco digeridas chegam ao cólon, as bactérias rapidamente as fermentam, gerando
gases.
A má absorção da maioria dos carboidratos FODMAPs
é comum a todos. Mas, os pacientes com Síndrome do Intetsino Irritável (SII)
apresentam mais sintomas de desconforto.
Dados da
Federação Brasileira de Gastroenterologia mostram que a Síndrome
do Intestino Irritável (SII) atinge de 10% a 20% da população adulta
brasileira, principalmente mulheres em idade reprodutiva, podendo ser agravada pelo
estresse, alergias e intolerâncias alimentares.
É verdade que alguns intestinos são mais sensíveis
do que outros. Pesquisas recentes sugerem que, se você tem medo de um
determinado alimento e o come, pode desenvolver distúrbios intestinais sem que
realmente tenha alergia ou intolerância.
Se não tratada, essa síndrome pode gerar doenças
mais sérias e, especialmente quando não identificamos os alimentos nocivos para
os pacientes, estaremos agravando um processo de inflamação crônica, o que irá
alterar a capacidade digestiva.
Além de ajudar a reduzir os sintomas da Síndrome
do Intestino Irritável, o plano alimentar com baixo teor de FODMAPs pode ter
efeito positivo em pessoas que sofrem de Supercrescimento Bacteriano
do Intestino Delgado (SCBID) e outros distúrbios gastrointestinais decorrentes
de quadros inflamatórios como a endometriose (presença de endométrio, tecido
que reveste a cavidade uterina, quando fora do útero).
Você pode melhorar sua saúde digestiva e o seu
microbioma intestinal com ajuda de profissionais adequados, mas não deixe de
fazer a sua parte, seguindo uma dieta diversificada (várias cores de
alimentos), reduzindo seu nível de estresse, relaxando, meditando ou fazendo
Yoga, além de evitar álcool, café e comidas apimentadas em excesso, e
procurando sempre dormir bem.
Fonte: https://www.uai.com.br/app/noticia/saude/colunistas/gustavo-safe/2021/05/27/noticias-saude,273482/saude-intestinal-da-mulher-e-a-dieta-anti-inflamatoria.shtml
Comentários
Postar um comentário