Por Dr. Willian José Araujo Pereira | CRMMG 42385
A intolerância alimentar é uma reação
adversa que depende de características individuais e ocorre como resultado de
mecanismos patogênicos não imunológicos.
A intolerância à lactose é uma queixa
muito comum no dia a dia do pediatra e do gastroenterologista pediátrico e que
causa bastante ansiedade à família, pois está diretamente relacionada com a
alimentação da criança. Quando não há uma orientação correta, a criança fica
exposta a restrições dietéticas muitas vezes desnecessárias, o que pode causar
sério comprometimento nutricional.
Os termos Alergia à proteína do leite
(APLV) e intolerância à lactose não são sinônimos e é muito comum a confusão
entre eles. No caso da alergia a proteína do leite de vaca, consiste em uma
reação imunológica adversa às proteínas do leite (alfa lactoalbumina, beta
lactoglobulina e caseína) que acontece após a ingesta (ou contato) de uma
porção, mesmo que muito pequena, provocando alterações no intestino (diarreia
com sangue), na pele (manchas, angioedema) e no sistema respiratório (tosse e
bronquite, por exemplo). No caso, o tratamento é bastante diferente em
comparação à intolerância à lactose.
A lactose é um tipo de açúcar
encontrado no leite materno e no leite de outros mamíferos, em quantidades
variadas. Quando ingerimos algum alimento que contém lactose, esta sofre ação
de uma enzima chamada LACTASE, que é encontrada nas vilosidades das células do
intestino delgado. Esta enzima tem a finalidade de quebrar a molécula de
lactose em glicose e galactose para sejam absorvidas pelo organismo. Quando há
uma deficiência da enzima, a lactose passa rapidamente para o intestino grosso,
onde sofre ação de bactérias (fermentação) ali encontradas, provocando mal
estar.
TIPOS:
Existem três tipos de intolerância à
lactose:
a) Intolerância à lactose primária:
- Durante os primeiros anos de vida, há grande
produção da lactase, visto que o alimento predominante é o leite e seus
derivados, mas com o envelhecimento e a introdução de novos alimentos, o
leite deixa de ser a principal fonte nutricional e com isso o organismo
começa a diminuir a quantidade da enzima e consequentemente torna-se menos
tolerante a quantidade maiores de lactose.
b) Intolerância à lactose secundária:
- Ocorre devido a algum processo que cause danos
na mucosa intestinal e redução da atividade enzimática. É muito comum após
episódios de diarreias (Gastroenterites), na doença celíaca e determinados
tipos de parasitose intestinal.
c) Intolerância à lactose congênita:
- É uma doença genética muito rara, que foi
descrita em apenas algumas crianças na Europa. Há uma ausência total da
produção de lactase.
SINTOMAS:
Os sintomas de intolerância à lactose
geralmente começam em poucos minutos ou em até algumas horas após a ingesta de
alimentos que contenham lactose. O principal sintoma é a dor abdominal que pode
vir acompanhada de náuseas e vômitos, diarreia, aumento na eliminação de gases,
distensão abdominal, dermatite peri anal (“assaduras”), entre outros. O grau
destes sintomas pode variar de acordo com a ocasião.
DIAGNÓSTICO
- Clínico:
É realizada a exclusão da dieta de todos os alimentos que possuem lactose em sua constituição por um período e então nota- se a melhora completa dos sintomas. Mais tarde, novamente esses alimentos são reintroduzidos e há aparecimento dos sintomas novamente. Trata-se do procedimento mais empregado. - Exames laboratoriais:
Existem alguns exames que podem auxiliar no diagnóstico, que são:
– Teste Respiratório de Hidrogênio Expirado
– Mede a quantidade de hidrogênio liberado pelos pulmões. Este gás é liberado devido a fermentação da lactose no cólon.
– Teste Oral de tolerância à lactose
– É um exame de sangue que consiste em dosagens seriadas de glicemia após a ingesta de 20 ou 50g de lactose. Durante a realização destas glicemias, espera- se um aumento de cerca de
20mg/dL em relação ao jejum.
TRATAMENTO:
O tratamento consiste na reeducação
alimentar onde deve- se reduzir temporariamente a ingestão de alimentos que
contenham lactose e posteriormente realizar uma reintrodução gradativa.
Geralmente é o suficiente para a melhora dos sintomas.
Não é recomendado a exclusão total ou
definitiva da lactose da dieta, pois além de servir como substrato para a
microbiota intestinal, pode causar graves prejuízos nutricionais de vitaminas e
sais minerais. Além disto, a maioria das pessoas intolerantes à lactose pode
ingerir cerca de 12 g / dia de lactose (equivalente a um copo de leite) sem
apresentar sintomas adversos.
Para algumas situações especiais,
onde existe a possibilidade de ingerir quantidades de maiores de lactose,
existem medicamentos que podem ser utilizados para ajudar a diminuir os
sintomas. Estes medicamentos podem ser encontrados em farmácias e estão
disponíveis nas mais variadas apresentações e nada mais são do que a própria
enzima lactase.
Fonte Bibliografica:
SBP – Sociedade Brasileira de
Pediatria
https://www.sbp.com.br/especiais/pediatria-para-familias/noticias/nid/intolerancia-a-lactose/
SPSP – Sociedade de Pediatria de São
Paulo
http://www.spsp.org.br/site/asp/recomendacoes/Rec_61_Gastro.pdf
MATTAR, Rejane; MAZO, Daniel Ferraz
de Campos. Intolerância à lactose: mudança de paradigmas com a biologia
molecular. Rev. Assoc. Med. Bras., São Paulo , v. 56, n. 2, p. 230-236, 2010.
Fonte:https://www.clinicadacrianca.com.br/intolerancia-a-lactose-em-pediatria/
INTOLERÂNCIA À LACTOSE
O Departamento Científico de Nutrologia Pediátrica da Sociedade Brasileira de Pediatria elaborou um pequeno questionário para ajudar a entender questões ligadas à intolerância à lactose. Ou seja, a incapacidade do organismo de absorver adequadamente o açúcar (carboidrato) presente no leite.
A seguir, 10 perguntas e respostas frequentes sobre o tema:
- No caso dos bebês, alergia ao leite e intolerância à lactose são a mesma coisa?
A alergia ao leite de vaca e a intolerância à lactose são enfermidades diferentes. Na intolerância à lactose estamos falando sobre um carboidrato (lactose) que não provoca reações alérgicas, mas que por não ser absorvido de forma adequada é processado pelas bactérias intestinais formando gases e causando sintomas de desconforto abdominal, cólicas, distensão, flatulência, evacuações amolecidas, às vezes explosivas, e dermatite perineal.
A alergia ao leite envolve a proteína que ultrapassa a barreira mucosa do intestino delgado e chega à corrente sanguínea. Fenômenos alérgicos variados podem ocorrer, como sintomas digestivos (evacuações amolecidas, sangue nas fezes, vômitos, baixo ganho de peso) ou reações em outros aparelhos e sistemas (urticária, eczema ou, em casos mais graves, choque anafilático).
- Em que idade costumam aparecer os sintomas da intolerância?
A intolerância à lactose pode ser primária, como deficiência do prematuro; congênita (rara); e a do tipo adulto ou ontogenética.
A intolerância à lactose secundária ocorre devido a algumas doenças que levam a alterações na mucosa intestinal, alterando o tamanho das vilosidades, área onde a lactase (enzima que digere a lactose) é produzida. Tal fato pode ocorrer na doença celíaca, enterite infecciosa, desnutrição, entre outras.
Outro dado importante refere-se ao fato de ser a intolerância à lactose dose-dependente. Isto é, talvez pequeno volume de leite ou derivados sejam bem tolerados. Algumas crianças toleram 1 a 2 copos de leite ao dia sem presença de sintomas.
A ingestão concomitante de sólidos aumenta o tempo de esvaziamento gástrico e o trânsito intestinal, permitindo maior tempo de ação da lactose endógena.
Assim, cuide para ter uma ingestão adequada de cálcio ou, caso necessário, suplementação medicamentosa.
Na alergia, um pequeno volume pode ser suficiente para os sintomas aparecerem.
- Quais são os sintomas em adultos e em crianças? São os mesmos?
A quantidade de lactose necessária para desencadear os sintomas varia de indivíduo para indivíduo, dependendo da porção de lactose ingerida, do grau de deficiência de lactase e do tipo de alimento com o qual a lactose foi ingerida.
Os principais sintomas são: dor abdominal, borborigmo, distensão abdominal, flatulência, diarreia aquosa explosiva, dermatite perianal, podem ocorrer desidratação e acidose metabólica em caso mais graves.
- Como descobrir se a criança desenvolveu intolerância? Quando devemos levá-la ao médico?
Procure avaliação médica nos casos de sintomas acima citados antes de iniciar uma dieta sem leite e derivados.
Lembre-se de que indivíduos com uma dieta pobre em leite e derivados e sem a substituição ou complementação adequada estão mais predispostos a desenvolver uma mineralização óssea inadequada.
- Caso a criança seja alérgica ou tenha intolerância, como deve ser a dieta? O que pode substituir o leite? Quais cuidados devem ser tomados?
Na alergia ao leite de vaca é necessária dieta sem leite e derivados com atenção especial aos rótulos, pois o leite pode vir com outro nome, como: leite em pó, leite desnatado, leite fluído, composto lácteo, caseína, caseinato, lactoalbumina, lactoglobulina, lactulose, lactose, proteínas do soro, soro de leite, whey protein. Atenção também para medicamentos e cosméticos.
Na alergia ao leite não consuma alimentos que contenham queijo, iogurte, manteiga, creme de leite, leite integral, leite desnatado, leite em pó, leite condensado, produtos preparados com leite e com derivados.
Também evite produtos com aroma de queijo, sabor artificial de manteiga, sabor caramelo, sabor creme de coco, sabor de açúcar queimado.
O médico ou nutricionista poderá confirmar se a criança amamentada deve ser mantida com leite materno e se a mãe deve fazer restrições na dieta. No caso do uso de fórmula infantil, esta será substituída por formulação especial, por exemplo, com proteína hidrolisada ou aminoácidos.
- É genético?
A primeira descrição de intolerância à lactose foi feita por Hipócrates 400 a.C. e a redução da atividade da lactase ocorre com maior frequência em alguns grupos étnicos (por exemplo: esquimós, judeus, orientais, indianos, negros) que perdem progressivamente a atividade enzimática.
Sua prevalência pode variar de 10% a 90%, dependendo da etnia considerada. Postula-se que essa variação na prevalência seja decorrente da seleção natural ocorrida em povos criadores de gado leiteiro domesticado, consumidores de leite e seus derivados na dieta, com a aquisição de um traço genético dominante que perpetua a atividade da lactase após o desmame, selecionando indivíduos geneticamente habilitados a digerir a lactose.
Nesses casos, pode ocorrer a persistência de um “gene regulador”, recentemente sequenciado e localizado no cromossomo 2 (2q21), que não permite a supressão da síntese de lactase no tempo programado. Apesar desta descoberta, testes genéticos não tem função diagnóstica de intolerância a lactose e não influenciam no tratamento.
- Existe algum meio de prevenir a alergia ou a intolerância à lactose?
É importante estimular o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade, e complementado até dois anos ou mais. O profissional pode não retardar a introdução de alimentos sólidos e nem dos ditos “mais alergênicos” (peixe, amendoim, castanhas, ovo, etc.) visando prevenir alergias.
Não há justificativa para se retardar a introdução dos alimentos sólidos após o sexto mês de vida, sob o risco de aumento da sensibilização a antígenos alimentares e possíveis manifestações de alergias, principalmente a dermatite atópica.
- Há níveis de intolerância?
A quantidade de lactose necessária para desencadear os sintomas varia de indivíduo para indivíduo, dependendo da porção de lactose ingerida, do grau de deficiência de lactase e do tipo de alimento com o qual a lactose foi ingerida.
- Há tratamento? Ou é para a vida toda?
A intolerância a lactose secundária e a do prematuro são transitórias, o indivíduo volta a tolerar após um período de dieta sem o carboidrato. As demais costumam ser duradoras.
- Há algum número de quantas pessoas no Brasil possuem intolerância a lactose?
Embora alguns autores citem 40% da população, não há dados estatísticos confiáveis quanto à prevalência (número exato) de indivíduos com intolerância à lactose no Brasil.
http://www.sbp.com.br/publicacoes/publicacao/pid/dc-de-nutrologia-pediatrica-tira-duvidas-sobre-a-intolerancia-a-lactose/
Meu bebê tem alergia a leite. E agora?
Mariana Bueno
Do Bolsa de Bebê
Durante a gravidez, a expectativa é grande em relação à chegada do bebê e, principalmente, ao momento da amamentação. Acontece que algumas crianças nascem com alergia ao leite, até mesmo o materno, o que faz com que algumas mães não possam vivenciar essa experiência. Além disso, precisam recorrer a outro tipo de alimentação que possa garantir a saúde do bebê.
Um ponto importante é diferenciar a alergia da intolerância à lactose. "Essas duas patologias são frequentemente confundidas pelo fato de ter um alimento causador em comum: o leite. Mas são bem diferentes entre si e ambas necessitam de acompanhamento médico e nutricional. A Intolerância à lactose ocorre porque o organismo não produz ou produz pouca quantidade da enzima lactase, responsável pela digestão da lactose, e a falta dessa enzima favorece o acúmulo da lactose no intestino, onde atrai água, ocorre fermentação por bactérias, provocando diarreia, gases, cólicas e distensão abdominal. Pode ser genética ou surgir em outras situações, como após quimioterapia, radioterapia, doenças gastrintestinais, entre outras. Neste segundo caso pode ser transitória ou não. Geralmente quando persiste, tende a piorar com a idade", explica o pediatra Marcelo Reibscheid, da UTI Neonatal do Hospital e Maternidade São Luiz, em São Paulo.
Já a alergia ocorre pela presença de algumas proteínas do leite que são identificadas pelo nosso sistema imunológico como um agente agressor, desencadeando vários sintomas desagradáveis, como: diarréia, gases, cólicas, distensão abdominal, lesões na pele, dificuldade de respirar, pequeno sangramento intestinal, entre outros. "Ocorre mais agressivamente nos primeiros anos de vida, principalmente na transição do leite materno para o leite de vaca e em bebês menores de 6 meses de vida. Os sintomas tendem a diminuir com passar dos anos", afirma.
No caso dos bebês, pode acontecer de já nascerem com alergia ao leite da mãe, ou de aceitarem bem, mas apresentarem algum sintoma quando for introduzido o leite de vaca. Diagnosticar rapidamente para que se inicie o tratamento correto é fundamental. "Na intolerância é necessário excluir ou ingerir baixa quantidade de alimentos que contenham lactose (depende o grau de intolerância), já na alergia ao é excluída a ingestão de qualquer proteína do leite ou alimentos que contenham frações desta para evitar o desencadeamento do processo alérgico", explica o médico.
O leite em pó pode ser uma boa opção, desde que em fórmulas livres das proteínas causadoras das doenças e somente com aminoácidos. A melhor forma de oferecê-lo ao bebê é na mamadeira. "Confira se o bico usado é o ideal para a idade do bebê e veja se a posição em que está sendo colocado na boca está correta", diz.
Fonte:https://www.vix.com/pt/bdm/bebe/0-a-1-ano/materia/meu-bebe-tem-alergia-a-leite-e-agora?utm_source=internal_link
Intolerância à lactose ou alergia à proteína do leite?
As pessoas que são intolerantes à lactose e as que têm alergia à proteína do leite normalmente apresentam os sintomas parecidos. No entanto, existem diferenças entre as duas condições.
"A alergia à proteína do leite é uma reação do organismo quando entra em contato com as proteínas do leite. A principal delas é a globulina, que faz com que o sistema imunológico do alérgico a reconheça como agressora, o que gera uma reação que tem como objetivo combater este agente estranho", explica a nutricionista Fátima Corradini Domingues. Já a intolerância à lactose se dá por uma dificuldade do organismo de digerir o açúcar presente no leite, que é a lactose. Isso ocorre devido à ausência ou pouca produção da enzima lactase, responsável por digerir a substância.
Segundo Fátima, a alergia à proteína do leite costuma afetar apenas bebês, principalmente antes do primeiro ano de vida, pois está associada à substituição do leite materno pelo de vaca. "Nesta fase, o intestino ainda não está preparado para receber e digerir a proteína do leite, entendendo-a como estranha e invasora, o que provoca uma reação contra ela e em defesa do organismo", esclarece. De acordo com a nutricionista Fabiana Raucci, a condição geralmente não perdura por toda a vida. "Em 80% dos casos, estas crianças voltam a consumir o leite por volta dos três aos cinco anos de idade, pois é quando o sistema imunológico cria maturidade, tornando-se tolerante às proteínas presentes no leite de vaca e seus derivados", afirma. Por outro lado, a intolerância à lactose, quando não é genética, pode surgir em qualquer momento da vida, pois acontece graças à diminuição ou ausência da produção de lactase. Isso pode ocorrer por algumas razões, como lesões intestinais, quimioterapia, radioterapia ou até mesmo pelo processo natural de envelhecimento.
Os sintomas das duas condições são bastante similares. Ambas são caracterizadas por dores abdominais, gases (flatulência), sensação de inchaço, cólicas abdominais e diarreia. A alergia à lactose pode provocar, ainda, dificuldades respiratórias, edema, lesões na pele, como coceira, vermelhidão e dermatite, e vômitos, dependendo do grau do problema.
Já os tratamentos são distintos. No caso da alergia, é necessária a exclusão total do leite de vaca e derivados por um período que pode variar de meses a anos. Já a intolerância requer controle alimentar e medicamentos. O leite e seus derivados podem ser consumidos, porém em quantidades reduzidas, dependendo da tolerância do organismo. O mais indicado é substituir esses alimentos por alternativas que não contenham lactose, como o leite e produtos à base de soja.
Confira abaixo uma receita que não leva leite de vaca e é ideal para quem sofre tanto por intolerância à lactose quanto alergia à proteína do leite.
Fonte:https://www.vix.com/pt/bdm/saude-mulher/intolerancia-a-lactose-ou-alergia-a-proteina-do-leite?utm_source=internal_link
Alergia à proteína do leite de vaca em crianças: como lidar?
A alergia à proteína do leite de vaca (APLV) é um problema de saúde que pode limitar muito a alimentação da criança, já que ela não poderá ingerir leite, seus derivados e todos os alimentos preparados com esses ingredientes, como bolos, tortas, biscoitos, entre outros.
Em casa, a solução é optar por receitas que não levem esse ingrediente. Mas como fazer durante o recreio da escola ou nas festinhas infantis, onde tudo praticamente contém algum derivado do leite? A nutricionista nutricionista Renata Pinotti cita a Lei Federal nº 12.982/14, sancionada em 28 de maio de 2014, que garante merenda escolar especial para alunos com restrições alimentares.
Segundo ela, o ideal é nunca tratar a criança com alergia à proteína do leite de forma diferente das demais e não a isolar na hora do lanche, das festas e datas comemorativas. É importante que os pais dessa criança sejam informados com antecedência sobre os dias de festa e comemorações, de forma que possam preparar um kit festa com opções similares às que serão oferecidas. O mesmo vale para as lembrancinhas com guloseimas. E em dias de lanche coletivo, a escola deve oferecer opções sem leite para todos os alunos.
Diagnóstico da alergia à proteína do leite
A nutricionista explica que o diagnóstico deve ser feito pelo médico e inicia-se pela história clínica, associando os sintomas de alergia à proteína do leite (vômitos, cólicas intensas, diarreia, sangue ou muco nas fezes, intestino preso, baixo ganho de peso, crescimento e desenvolvimento, entre outros) à ingestão do alimento suspeito. "Alguns exames podem ajudar, mas o diagnóstico é confirmado apenas quando há remissão dos sintomas durante a dieta isenta das proteínas do leite e retorno após o Teste de Provocação Oral, que consiste em reintroduzir o leite em pequenas e progressivas doses, sempre realizado na presença do médico", diz.
E o único tratamento comprovadamente eficaz é a dieta isenta dos alimentos que possuem as proteínas do leite. Mas o mais difícil no processo é convencer a criança de que ela não pode comer determinadas guloseimas. "O ideal é conversar com a criança, explicar porque ela precisa seguir essa dieta e mostrar as opções que poderá escolher. E é essencial que a família entenda que a criança com APLV é normal e pode crescer, brincar, estudar e participar de datas comemorativas como qualquer outra. É possível driblar as dificuldades do dia a dia com amor, de forma lúdica e alegre", garante.
Tratamento da intolerância à proteína do leite
Para auxiliar na manutenção e recuperação do estado nutricional de crianças que recebem uma dieta tão restritiva, há fórmulas especiais que podem ser indicadas pelo médico de acordo com a necessidade de cada um. "Grande parte das crianças com APLV desenvolve tolerância ao leite com o passar do tempo e passam a ingerir esses alimentos com segurança no futuro. Mas não é possível precisar esse tempo de forma generalizada, pois depende do tipo de reação que a criança apresenta e da forma como ela responde ao tratamento".
Enquanto isso não acontece, ela ressalta que mesmo um pedacinho pequeno de alimento com leite pode fazer mal sim à criança e colocá-la em risco. Mantenha-se alerta!
Fonte:https://www.vix.com/pt/bdm/bebe/8435/alergia-a-proteina-do-leite-de-vaca-em-criancas-como-lidar?utm_source=internal_link
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