DICAS DE ALIMENTAÇÃO PARA CONTROLAR A ANSIEDADE E MESMO A TAG

 

A ansiedade já vem sendo apontada como o mal do século. Segundo a Liga Acadêmica de Saúde Mental LISAN, da Universidade Federal de Uberlândia-MG, 80% da população mundial é afetada pela ansiedade.

A ANSIEDADE E A ALIMENTAÇÃO

O excesso de informações, de trabalhos intelectuais, de atividades diárias e preocupações faz com que as pessoas pensem de forma muito acelerada, buscando absorver o máximo de informações no menor tempo possível, o que pode gerar desgaste mental, cansaço físico, dores de cabeça, tensões musculares, déficit de memória e até mesmo um sentimento de frustração e baixa autoestima.
Com a vida atribulada atual, todas as pessoas, de todas as idades e classes sociais, estão sujeitas a sentir ansiedade. Um leve estado ansioso perante novidades é inclusive normal e promove um enfrentamento saudável das dificuldades. O problema está na frequência que esse estado emocional aparece, podendo atrapalhar as atividades do dia-a-dia e levar a hábitos de vida piores, como o fumo, o sedentarismo e a má alimentação.
Segundo psiquiatra Isaac Efraim (SP), “Mente acelerada é mente desequilibrada. Para livrar-se da ansiedade, é preciso aprender a escapar de seu domínio”.

Veja a seguir, 6 super dicas nutricionais que irão te ajudar a superar ansiedade!

1. Coma alimentos naturais!

Alimentos frescos como frutas, verduras, legumes, cereais integrais, leguminosas, laticínios e carnes contém todos os nutrientes que nossa mente precisa para funcionar bem, com disposição e bom humor. Por outro lado, alimentos altamente industrializados são ricos em aditivos químicos (corantes, aromatizantes e conservantes), que aumentam a inflamação e prejudicam o funcionamento do sistema nervoso.

2. Alimente-se em horários regulares, com intervalos regulares!

Comer de 3 em 3 horas, fazendo pequenos lanches entre as refeições principais, mantém a energia do nosso corpo constante, contribuindo para o bom funcionamento da mente e das emoções também. O fracionamento das refeições ajuda no controle dos níveis de açúcar do sangue e, consequentemente, no combate a ansiedade e a compulsão alimentar.

3. Consuma alimentos ricos em ômega-3!

Os ácidos graxos ômega-3 tem um impacto positivo nos transtornos de ansiedade em muitos níveis, incluindo a redução dos níveis de cortisol e noradrenalina (desencadeadores do estresse), e o aumento das ligações de dopamina (neurotransmissor do prazer), o que melhora a tolerância ao estresse.
Onde encontrar? Peixes, como sardinha, salmão e atum; oleaginosas, como nozes, pistache, avelãs e amêndoas; azeite de oliva; sementes de linhaça e chia.

4. Invista em alimentos fonte de magnésio e vitaminas do complexo B.

Esses dois nutrientes são importantes para a conversão de triptofano em serotonina, um neurotransmissor que regula o humor. Além disso, alguns estudos mostram que o estresse de pessoas que sofrem de transtornos mentais como a depressão pode levar a deficiência de magnésio, o que aumenta os sintomas de ansiedade.
Onde encontrar? Sementes e nozes como gergelim, semente de girassol, castanha, amendoim, banana, alcachofra, espinafre, beterraba, iogurte natural e cereais integrais, como o arroz integral.

5. Cuidado com o consumo de álcool e cafeína em excesso!

Esses componentes podem aumentar os sintomas de ansiedade, pois afetam negativamente os níveis de serotonina no cérebro. Além disso, estimulam o sistema nervoso aumentando o estado hiperativo da mente, acelerando os batimentos cardíacos e atrapalhando a concentração.

6. Beba um copo d’água ou tome um chá!

Beber água durante o dia é essencial para o funcionamento do organismo! Além disso, a água reprime o apetite e impede o impulso de fome emocional, aquela “vontade de comer alguma coisa”.
Chás quentes relaxantes, como camomila (Matricaria chamomilla) e erva-cidreira (Melissa officinalis), também podem ajudar. Prepare uma xícara antes de dormir.

Além da alimentação, outros fatores podem te ajudar a diminuir a ansiedade:

  • Aja com consciência! Dê a sua mente um momento para refletir e considerar como se sente, incluindo corpo, emoções e intelecto. Ter consciência do seu corpo, de suas emoções e de suas escolhas te ajudará a superar a ansiedade. As melhores decisões vêm de uma mente tranquila e atenta.
  • Exercite-se! Meia hora de exercício físico ao menos três vezes por semana ajuda a relaxar, estimula a produção de endorfina (hormônio do prazer), aumenta a oxigenação no cérebro e protege o sistema nervoso, além de melhorar a autoestima e autoconfiança. Que tal começar hoje?
  • Respire! Respirar fundo lenta e compassadamente pelo maior tempo que se é capaz ajuda a desacelerar fisiologicamente o cérebro e, por consequência, a mente, que é o principal vilão da ansiedade.

Referências:

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CHOPRA, D. Você tem fome de quê? – A solução definitiva para perder peso, ganhar confiança e viver com leveza. Tradução: Maria Sylvia Corrêa – 1 ed. – São Paulo: Alaúde, 2014. 320 p.
GERALDELLI, DW. Ansiedade de informação. Disponível em: <http://semanaacademica.com.br/system/files/artigos/ansiedadedeinformacao.pdf>. Acesso em: 14 de novembro de 2016.
IBC Coaching. O que é a síndrome do pensamento acelerado. Disponível em: <http://www.ibccoaching.com.br/portal/o-que-e-a-sindrome-do-pensamento-acelerado/>. Acesso em: 10 de novembro de 2016.
JORM, AF; CHRISTENSEN, H; GRIFFITHS, MK; PARSLOW, RA; RODGERS, BR; BLEWITT, KA. Effectiveness of complementary and self-help treatments for anxiety disorders. Med J Aust 2004; 181 (7): 29.
LAKHAN, SE; VIEIRA, KF. Nutritional and herbal supplements for anxiety and anxiety-related disorders: systematic review. Nutrition Journal, 2010.


Fonte:https://energienutricao.com.br/blog/blogsupere-ansiedade-dicas-nutricionais/

 O Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) é caracterizado pela “preocupação excessiva ou expectativa apreensiva” que persiste por seis meses ou mais. O quadro vem acompanhado por três ou mais dos seguintes sintomas: inquietação, piora na qualidade do sono, cansaço, irritabilidade, dificuldade de concentração e tensão muscular.

Por Maria Fernanda Soares Naufel,nutricionista

Segundo dados recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país com maior número de indivíduos ansiosos do mundo. Essa epidemia já atinge 9,3% da população (mais de 18.6 milhões de brasileiros). Mais um número que assusta é que somente um terço das pessoas procuram tratamento.

O tratamento convencional é medicamentoso com acompanhamento psiquiátrico e/ou psicoterapia. Também faz parte a mudança de hábitos, como na dieta. A alimentação é uma grande aliada para tratar a ansiedade, embora seu importante papel no controle do quadro seja normalmente negligenciado pelos profissionais da saúde.

A adequação da dieta para a melhora do TAG vai muito além das orientações básicas de preferir dietas equilibradas, ingerir quantidade suficiente de água e limitar o consumo de bebidas alcoólicas e cafeína. Existem muitas outras considerações que também são importantes.

Veja quais são elas a seguir:

Dicas de alimentação para controlar a ansiedade

As orientações abaixo podem colaborar com o quadro, mas procure um nutricionista para adequação da sua dieta.

1. Mantenha uma microbiota saudável

A microbiota intestinal humana é composta por um enorme número de microrganismos que exercem inúmeras funções importantes para nosso organismo. Nos últimos anos, pesquisas em neurociência demonstraram que a microbiota também influencia de forma direta nos transtornos da saúde mental, principalmente na ansiedade e depressão.

A interação entre a microbiota e o cérebro é tamanha (eixo intestino-cérebro), que esta é considerada por alguns pesquisadores como nosso segundo cérebro. Ela influencia diretamente na digestão e metabolização de precursores da serotonina e dopamina (neurotransmissores importantes na manutenção do humor), e é responsável pela produção de 95% da serotonina de nosso organismo.

Para manter a microbiota saudável devemos: aumentar o consumo de alimentos in natura, de prebióticos (como as fibras) e de probióticos (microrganismos vivos como os Lactobacillus e Bifidobacterium). Também é indicado evitar o uso indiscriminado de antibióticos, o consumo de bebidas alcoólicas, de alimentos ultraprocessados e de frituras.

2. Invista em (o que a alimentação para tratar a ansiedade deve conter):

Micronutrientes

As vitaminas do complexo B (como ácido fólico, colina e B12), o magnésio e o zinco, presentes nos alimentos in natura, são benéficos no combate ao TAG. Veja onde encontrar esses elementos:

Vitaminas do complexo B

Sua deficiência causa ansiedade, depressão, estresse, nervosismo, entre outros sintomas.

Alimentos-fonte: abacate, oleaginosas, brócolis, alimentos de origem animal (como carnes, ovos, leite e derivados), frutos do mar, sementes, cereais integrais, entre outros.

Magnésio

Estudos experimentais e em humanos concluíram que sua deficiência leva ao aumento expressivo da ansiedade, podendo inclusive reduzir a eficácia de ansiolíticos e antidepressivos.

Alimentos-fonte: uva, banana, abacate, grãos, cereais integrais, nozes, gergelim, amendoim, semente de girassol, semente de abóbora, castanha-de-caju, leite e derivados, peixes como o salmão, beterraba, couve, espinafre, entre outros.

Zinco

Essencial na fisiologia cerebral, vem sendo muito estudado pelo seu poder ansiolítico.

Alimentos-fonte: chocolate amargo, linhaça, semente de abóbora, semente de melancia, ostra, camarão, lagosta, gema de ovo, leite e derivados, amendoim, castanha-de-caju, feijão, carne bovina, frango, espinafre, entre outros.

Antioxidantes

Os antioxidantes são eficazes no tratamento e prevenção de TAG, exercendo papel terapêutico importante.

Alimentos-fonte: frutas cítricas, maçãs, ameixas, cerejas, feijões, nozes, alcachofras, couve, espinafre, beterraba, brócolis e especiarias como açafrão (cúrcuma), gengibre e canela.

Carboidratos

A escolha por carboidratos de baixo índice glicêmico (IG) ajudará a manter os níveis de glicose no sangue estáveis e a manter a disposição durante todo o dia. Por outro lado, alimentos e bebidas com alto IG (como doces e bebidas açucaradas) são absorvidos rapidamente, especialmente se ingeridos com o estômago vazio, criando picos e quedas de glicose, que podem contribuir para os sintomas de ansiedade.

Lipídeos (Ômega 3)

O consumo de ômega 3 deve ser levado em consideração ao tratar o TAG, já que esse ácido graxo tem papel ansiolítico importante.

Alimentos ricos em ômega 3: peixes gordos (como arenque, atum, salmão e sardinha), azeite de oliva, sementes e oleaginosas. Mesmo a suplementação de ômega 3 é indicada em alguns casos. Vale ressaltar que gorduras saturadas e trans devem ser sempre evitadas.

Proteínas (triptofano e tirosina)

O triptofano é o aminoácido essencial responsável pela produção da serotonina, enquanto a tirosina é precursora da dopamina. A deficiência desses dois aminoácidos essenciais prejudica a síntese desses neurotransmissores, aumentando as chances de desenvolver TAG.

Alimentos-fonte de proteínas de alta qualidade: carnes magras, ovos, leite desnatado e seus derivados, cogumelos, grãos, entre outros.

3. Controle o peso

Um estudo da Universidade Federal de São Paulo (Naufel et al, 2019) apontou que o excesso de gordura corporal e a obesidade abdominal estão diretamente associados à piora da saúde mental. Assim, o controle do peso e da porcentagem de gordura são fatores importantes para a manutenção do bom humor. Isso inclui, além de uma alimentação adequada, a prática regular de exercícios físicos.

4. Pratique Mindfulness e Mindful Eating

Essa terapia alternativa (traduzida para o português como atenção plena) se mostrou efetiva no combate a depressão, ansiedade, estresse e distúrbios alimentares.

Por fim, vale ressaltar que pessoas diagnosticadas com TAG devem procurar um médico para o tratamento adequado do quadro.

 

*Maria Fernanda Naufel é nutricionista graduada pela PUC-Campinas. É mestre em pediatria e ciências aplicadas à pediatria, especialista em saúde, nutrição e alimentação infantil pela Unifesp/EPM. É professora do curso “Coaching de Mindfulness e Mindful Eating-SP” na Nutrição & Consciência; nutricionista no Centro de Especialistas do Sono (CES), na clínica de nefrologia Santa Rita e pesquisadora no ambulatório de sonolência excessiva diurna do departamento de neurologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). É também doutora em nutrição pela mesma instituição.

Referências bibliográficas:

World health Organization (WHO). Depression and other common mental disorders: Global Health Estimates. 2017 [cited 2017 Jun 16]

Ministério de Saúde, 2011.

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Souza IHLB, Galvão LS, Monteiro RF, Diniz RHCO, Mendonça VMC, Moura RS. Aspectos fisiopatológicos relacionados ao eixo microbiota-intestino-cérebro. Rev Educ Saude. 2019;7(1):176-88.

Kiecolt-Glaser JK, Belury MA, Andridge R, Malarkey WB, Glaser R. Omega-3 supplementation lowers inflammation and anxiety in medical students: a randomized controlled trial. Brain Behav Immun. 2011;25(8):1725-34.

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Naufel MF, Boldarine VT, Oyama LM, Nascimento CMO, et al. Age and leptinemia association with anxiety and depression symptoms in onverweight middle-aged women. 2019;26(3):317-324.

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Fonte:https://nutritotal.com.br/publico-geral/colunas/alimentacao-no-combate-a-ansiedade/

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