INTOXICAÇÃO ALIMENTAR: MICROBIOLOGISTA REVELA COISAS (E OS LUGARES ONDE) NUNCA COMER

  Mariscos crus podem carregar bactérias.

Intoxicação alimentar: microbiologista revela as coisas (e os lugares onde) nunca comer

Mariscos crus, saladas ensacadas são alguns alimentos a serem evitados

Por O GLOBO — São Paulo

01/10/2023 12h37  Atualizado 01/

Todos os anos, cerca de 600 milhões de pessoa tem intoxicação alimentar devido a contaminação por bactérias, vírus, parasitas ou substâncias químicas e 420 mil morrem. Os sintomas da condição variam bastante, mas geralmente há dor abdominal, diarreias, vômito ou náusea, febre, dor de cabeça e perda de apetite. Em casos mais graves ocorre desidratação, sangue na urina, fraqueza e até mesmo morte.

Em artigo publicado no site The Conversation, a microbiologista, Primrose Freestone, professora de Microbiologia Clínica na Universidade de Leicester revela os cuidados que ela toma para evitar esse risco, incluindo o que não comer e aonde não comer.

Lugares para evitar

Comer ao ar livre

Freestone afirma que raramente come ao ar livre, pois o risco de intoxicação alimentar aumenta quando a comida é levada ao ar livre. Para começar, não é possível higienizar corretamente as mãos, já que é difícil encontrar água corrente e sabão em um parque ou na praia. Além disso, os alimentos tendem a atrair animais como moscas, vespas e formigas, que podem transferir germes, incluindo E. coli, Salmonella e Listeria, para a comida.

Manter os alimentos perecíveis frios e cobertos é essencial, pois o número de germes pode duplicar se os alimentos aquecerem até 30°C durante mais do que algumas horas.

Buffet

De acordo com o especialista, a intoxicação alimentar é um risco inevitável quando se come num buffet. Nos bufês, os germes se espalham quando os clientes falam, espirram ou tossem perto dos alimentos. Além disso, mesmo em ambientes fechados, deve-se considerar a contaminação por insetos, como moscas ou vespas, que se instalam nos alimentos descobertos.

Alimentos perecíveis se tornarão impróprios para consumo em duas horas se não forem mantidos cobertos e refrigerados e é difícil garantir que tudo foi feito seguindo essa regra.

Em buffets quentes, como os servidos no café da manhã de hotéis, a microbiologista recomenda evitar alimentos mornos, pois as bactérias que causam intoxicação alimentar podem crescer rapidamente quando os alimentos são mantidos a menos de 60°C.

Alimentos para evitar

Ostras

Mariscos crus, como ostras, devem ser evitados. Como as ostras são filtradoras, elas podem concentrar germes, como Vibrio e norovírus, em seus tecidos. Também é possível contrair intoxicação alimentar ao comer qualquer marisco cru (amêijoas, mexilhões, búzios, berbigões), por isso a recomendação é só comer esses alimentos cozidos.

Saladas ensacadas

A alface ensacada pode conter germes intoxicantes alimentares, como E. coli, Salmonella e Listeria. Segundo ela, a maioria das saladas ensacadas são seguras se armazenadas refrigeradas, bem lavadas antes do consumo - sim, é preciso lavar a salada higienizada - e consumidas o mais rápido possível após a compra.

Práticas culinárias seguras

Por fim, Freestone dá algumas dicas de práticas culinárias seguras, como verificar os prazos de validade de alimentos perecíveis, além de olhar a embalagem e a aparência e cheiro do alimento antes do consumo, mesmo que esteja dentro do prazo.

"Se a embalagem do alimento parecer inchada, ou quando aberta a comida parecer ou cheirar diferente do esperado, jogo-a no lixo, pois pode estar contaminada", recomenda.

Nunca use as mesmas tábuas de cortar para alimentos crus e cozidos, e lave as mãos antes e depois de manusear os alimentos. Também nunca reaqueça arroz cozido porque o arroz cru pode conter esporos de Bacillus cereus, um germe que causa intoxicação alimentar.

Embora as células do Bacillus sejam mortas pelo cozimento, os esporos sobrevivem. Se o arroz for deixado esfriar e ficar em temperatura ambiente, os esporos se transformarão em bactérias, cujo número aumentará rapidamente. O Bacillus cultivado em arroz pode produzir toxinas que, poucas horas após a ingestão, podem causar vômitos e diarreia que duram até 24 horas.


Fonte:https://oglobo.globo.com/saude/bem-estar/noticia/2023/10/01/intoxicacao-alimentar-microbiologista-revela-as-coisas-e-os-lugares-onde-nunca-comer.ghtml



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