AÇÚCAR-ALIMENTO NECESSÁRIO E PERIGOSO




Está comprovado que pelo menos 70% dos jovens e 37% dos adultos e idosos ingerem mais açúcar do que o recomendado. Indispensável na dieta alimentar, já que o organismo necessita extrair glicose para funcionar regularmente, o consumo em excesso pode se tornar altamente perigoso. O limite estabelecido pela Organização Mundial da Saúde como consumo ideal é de 50 gramas, equivalente a cinco colheres de sobremesa por dia, mais do que isso já é um exagero e pode trazer perigos para a saúde.
Ao consumir açúcar o organismo entende que estamos experimentando uma sensação de euforia por estimular a produção de insulina. Já ao sentir uma queda nos níveis de açúcar sentimos cansaço e desânimo. Essa é a chamada sensação de prazer momentâneo, o que provoca mais vontade ingerir doce, tornando o ciclo vicioso. Mas já que nosso organismo precisa desse açúcar o ideal é captar a glicose pelas frutas, a chamada frutose, pois, além de não causar danos celulares, a substância é extremamente benéfica à saúde, retarda o envelhecimento precoce, adiabetese a hipoglicemia causadas pelo consumo de açúcar em excesso.
Para não cair nas tentações e cometer o pecado da gula por doces, o recomendado é que eles entrem com cautela na dieta diária. Afinal, o consumo equilibrado e constante de açúcar torna suficiente para a quantidade que o corpo necessita, sem exageros e sem perigo.
Com essa vida totalmente conturbada que nós seres humanos vivemos fica cada vez mais difícil ter uma alimentação saudável e que traga todos os benefícios que os alimentos nos proporcionam e é por causa deste tempo totalmente corrido em que vivemos que acabamos por optar por alimentos industrializados ricos em sal e açúcar e que não possuem nenhum nutriente essencial para o nosso organismo. Esses alimentos são ingeridos no nosso hábito alimentar. Os principais alimentos são: o açúcar refinado e o sal, os quais devem ser utilizados em porções extremamente pequenas para que não tragam certos riscos a nossa saúde. O açúcar refinado, nos bolos, nas balas, nos refrescos, nos doces e em diversos lugares é apontado como um dos maiores causadores de cárie dentária, obesidade, diabete, infertilidade nas mulheres e arteriosclerose. O açúcar por ser de fácil ingestão cai rapidamente em nossa corrente sanguínea onde libera hormônios que são chamados de insulina, o qual transforma o açúcar em gordura. Já o sal é encontrado em qualquer corpo vivo, o qual produz energia e reforça a resistência dos órgãos. Porém, as nossas necessidades diárias são de apenas seis gramas. Os distúrbios causados pelo uso excessivo do sal podem causar edemas, insuficiência cardíaca, cirrose, doenças renais e hipertensão arterial. Então, saiba que se você é totalmente sedentário o ideal é ingerir somente seis gramas de sal por dia, mas se você pratica esportes ou se expõe a altas temperaturas a ingestão do sal é maior. Passado dos quarenta anos de idade não é aceitável e nem um pouco conveniente o exagero do mesmo para se ter uma vida saudável livre de riscos para o nosso organismo.
O açúcar é vital para o bom funcionamento do corpo humano. Pode ser obtidos a partir do consumo de frutas, cereais integrais, legumes e verduras. Estes alimentos, após o corpo realizar o seu metabolismo, são transformados em glicose, a principal fonte de energia do corpo humano. O corpo utiliza essa energia gerada pela glicose para a regeneração das células, para o crescimento, como combustível nas atividades físicas, no processo cognitivo e na manutenção do corpo.
Porém, se consumido em excesso, e em formas artificiais, pode prejudicar, e muito, a sua saúde.
Ao ingerirmos muito açúcar, o pâncreas fica sobrecarregado, pois é ele quem fabrica a insulina, que é
responsável pela transformação do açúcar em glicose. Quando há glicose em excesso, ela se acumula e vira gordura, causando diversos males, tais como obesidade, diabetes, hipertensão arterial e demais doenças cardiovasculares.
O açúcar refinado, obtido por meio de processos de transformação da garapa de cana ou dos extratos de beterraba, é o grande vilão dos açucares. Isso devido ao fato de que é largamente consumido em bebidas ou em guloseimas. Este açúcar transformado rouba a sua
energia. Para processar esse açúcar, o organismo gasta muita energia e ainda assim este açúcar não é totalmente processado. Esse açúcar, além de não possuir nutrientes, ainda destrói vitaminas e minerais.
O consumo excessivo de açúcar pode ser considerado o primeiro vício adquirido. Isso porque o açúcar causa dependência química, uma vez que está ligado à serotonina, substância do cérebro responsável pelo sentimento de felicidade. Ou seja, muitas vezes não conseguimos deixar de comer um doce porque o açúcar nele contido age como uma droga, trazendo sentimentos de alívio.
Como o açúcar se transforma rapidamente em energia, temos sensação de saciedade e acabamos por não consumir alimentos mais
saudáveis. Também, devido a esta rápida transformação do açúcar, se não gastamos a energia rapidamente, ela se acumula no corpo na forma de gordura.
O consumo de açúcar acarreta ainda perda de cálcio e magnésio, ocasionando no aparecimento de doenças como a osteoporose, pois o organismo acaba por retirar o cálcio dos ossos, visando à neutralização da acidificação do sangue.
O consumo excessivo do açúcar causa ainda:
Perda de elasticidade dos tecidos;
Problemas de visão;
Aparecimento de cáries e demais problemas bucais.
Você já viu todos os males que o consumo excessivo do açúcar pode causar. Por isso, procure sempre obter açúcar de maneira natural, como em frutas e legumes, e evite o consumo excessivo de doces. Vá diminuindo o açúcar de sua dieta aos poucos, e por fim você perceberá que já não sente toda aquela ansiedade por um doce.


A diferença entre o açúcar do açucareiro e o das frutas

Uma tese cara aos médicos sucrófilos é a de que “o organismo não distingue entre o açúcar refinado e o natural, metabolizando-os da mesma forma”. O doutor Flávio Rotman, fellow do American College of Nutrition, chega a assimilar os dois açúcares: “Se realmente a glicose encontrada na sacarose (açúcar refinado) está implicada na gênese da arterioesclerose, o amido das frutas, os legumes e cereais devem estar também”.

Mas entre os médicos há quem acredite que o açúcar tem qualquer coisa de diferente em relação aos outros carboidratos.

A sacarose nos vegetais, já vimos, é uma substância instável pronta para se transformar em glicose e frutose.

Na usina dá-se um jeito de congelar a sacarose através de vários banhos de cal, sulfitos etc. Sempre fica a pergunta: a sacarose congelada e cristalizada, isolada e quase pura, não teria sua estrutura molecular de alguma forma alterada?

O doutor Frederick Banting, um dos criadores da insulina, já havia manifestado sua desconfiança: “No processo de aquecimento e recristalização do açúcar natural da cana alguma coisa é alterada, transformando o produto refinado num alimento perigoso”.

E mais recentemente o doutor Charles McGee, da Sociedade de Ecologia Clínica, disse que “não se sabe exatamente por que o açúcar refinado é danoso, mas estudos com humanos e animais mostram que é biologicamente diferente dos carboidratos naturais”.

Não só biológica mas quimicamente: a frutose das frutas é diferente da que constitui a sacarose. De acordo com a literatura química, coisa que só os químicos entendem, a sacarose não é constituída pela d-frutose comum “piranósica”, mas a d-frutofuranose “que não muda em furânico o ciclo pirânico, nem mediante calor, nem catalisado por ácido ou enzima. A fácil hidrólise da sacarose deve-se à constituição ‘furanósica’ da frutose componente da molécula de sacarose”. A furanose é menos estável que a piranose. E por falar nisso a frutosana (ou levano) – polímero de frutose usado pelas bactérias cariogênicas no processo de cárie- tem seus monômeros unidos por “ligações furanosídicas”. O que deixa claro que a frutose cariogênica é a do açucareiro e não a das frutas.

Outra diferença é a que diz respeito à propriedade não-redutora da sacarose. Esse detalhe químico diz que “redutor” é o açúcar que apresenta uma “hidroxila livre”. O não-redutor não tem essa hidroxila, ela está ocupada ligando os monossacarídeos. Os açúcares naturalmente encontrados nas frutas e no mel - os monossacarídeos glicose e frutose - são redutores. O açúcar do leite – um dissacarídeo como a sacarose - também é de natureza redutora. O pouco conhecido dissacarídeo isomaltulose, tido como “de baixo potencial cariogênico”, também é um açúcar redutor. Essa propriedade faz da sacarose um corpo estranho entre os outros açúcares. Lehninger, como vimos, estranhou o fato de a sacarose ser diferente dos outros açúcares por esse detalhe que segundo ele protege-a do ataque oxidativo das enzimas enquanto circula pela seiva das plantas. Fica a impressão de que os “açúcares” que a mãe natureza preparou para o consumo de seus filhos são os redutores. Será que essa propriedade não explicaria a nocividade do açúcar? Uma última diferença química é quanto à cadeia carbônica a sacarose é de cadeia longa e os açúcares das frutas têm cadeia curta. Esses detalhes todos somados fazem da sacarose um corpo estranho entre os outros “açucares”, além de diferente, patogênico. Com a palavra o pessoal da Bioquímica. E para concluir este tópico com chave de ouro: A trealose natural é um importante composto “a,a” que ocorre em plantas. A sacarose é sem dúvida o dissacarídeo mais importante do grupo trealose. Recentemente a trealose foi identificada como “açúcar do sangue”... dos insetos.

Os traficantes de açúcar pensam que nós, a humanidade, temos sangue de barata.



Os açúcares do açucareiro


Mesmo o famigerado do açucareiro apresenta-se sob diversos disfarces: tem o refinado e branco, o cristal, o demerara, o mascavo, e o de confeiteiro.

Já vi no programa de Ana Maria Braga um sujeito de avental branco – à guisa de cientista – explicando quais as diferenças entre os diversos tipos de açúcar do açucareiro. Algum tempo depois, em fevereiro de 2005 a revista Mundo estranho, da editora Abril, trazia uma reportagem semelhante. Agora não tenho dúvidas de que se trata de um expediente propagandístico. Segundo essas espécies de matérias-pagas o que diferencia um tipo de açúcar do outro é a “composição nutricional”. “Quanto mais perto do estado bruto e escuro é o açúcar mais vitaminas e sais minerais ele tem”.

O açúcar branco “apesar do roubo de nutrientes ocorrido durante o refino ele ainda mantêm resquícios deles”. O cristal “perde só 90% dos sais minerais”. E o demerara “tem valores nutricionais altos”. Tudo conversa mole para boi dormir e lagartixa cair da parede.

A grande diferença entre eles é a maior ou menor quantidade de sujidades que cada um contém. O mais refinado e branco tem uma pequeníssima quantidade de lixo químico fino. O mais bruto ou mascavo tem sujeira grossa – terra, resquícios de plantas, de insetos e de excrementos. Além de ser úmido, o que facilita o surgimento de fungos. O cristal é menos sujo que o mascavo e mais sujo que o refinado. O demerara é um açúcar cristal ligeiramente melecado com melaço. Em termos de sujidades, fica entre o cristal e o mascavo.

Quanto aos “nutrientes” que possam existir nos açúcares mais sujos são tão insignificantes que não compensa correr o risco de cárie, obesidade e diabetes por causa deles.

Açúcar não devia ser objeto da Nutrição e sim apenas da Química e da Farmacologia. Todos esses açúcares no fundo são sacarose mais ou menos refinada. E a sacarose extraída de um capim e adicionada aos alimentos, é responsável direta por uma série de doenças crônicas. Assunto para a Fisiopatologia.



O peso molecular dos açúcares
Sacarose.................342,30
Galactose................180,16
Frutose..................180,16
Glicose..................180,16
Está explicado por que o açúcar pesa no estômago.




A frutose


É o famoso “açúcar das frutas”. As frutas e o mel contêm glicose e frutose. Entre outras coisas a frutose é o açúcar preferido dos espermatozóides, o muco das vesículas seminais contém grande quantidade de frutose e o líquido seminal também, para que eles se mantenham vivos e em movimento na alegre dança que nem sempre termina em fecundação. É como se a frutose fosse um combustível nobre de altíssima octanagem, é ela que movimenta o espermatozóide na sua maratona até o óvulo.

Frutose é um açúcar especial, é o mais doce de todos os açúcares, sua absorção é diferente da glicose e apesar de chamada de absorção facilitada é muito mais lenta, a metade da velocidade da glicose. A medalha de ouro é da galactose que chega uma cabeça na frente da glicose à linha de chegada – o sistema porta.

Só que a mãe natureza oferece a frutose em quantidades bem pequenas e ela deve ter boas razões para isso. A glicose perfaz 80% e a frutose apenas 10% da dieta que o Dr Guyton chama de “normal”. Se considerarmos que a sacarose da dieta açucarada é transformada em glicose e frutose meio a meio. O consumo de frutose pelo homem contemporâneo está perigosamente muito aumentado. Segundo o Prêmio Nobel Linus Pauling, o consumo de frutose antes do açucaramento da dieta era em torno de 3% (300g de glicose para 8g de frutose).

A carga de frutose proporcionada pela dieta açucarada moderna é prejudicial de diversas formas: a frutose pura, vendida em supermercados e farmácias como adoçante, consumida “em excesso” dá diarréia. No organismo a frutose é precursora de colesterol (para quem tem medo dele). Nas células, depois de percorrer a via dos polióis, a frutose origina radicais livres. Ela, diante de oxigênio, se auto-oxida gerando um dicarbonilo, e o radical ânion super-óxido, compostos lesivos que levam a um estresse oxidativo nas células. É ainda a frutose obtida pela hidrólise bacteriana do açúcar que é usada no processo de cárie para a produção do levano (ou frutosana) componente da placa bacteriana.

A glicose que também se auto-oxida, glicosila proteínas mais lentamente e é menos tóxica que a frutose. Alguns autores por causa disso acham que o fato da glicose ser o principal açúcar circulante constitui uma vantagem evolutiva das formas mais complexas de vida. Uma vantagem empastelada pelos traficantes de açúcar que entopem a raça humana com glicose e frutose desnecessárias. O produto da oxidação da frutose, é responsável pela maior parte da formação de ligações cruzadas entre proteínas que dão origem aos AGEs- produtos finais da glicação avançada.(23) Estes nada mais são que proteínas prejudicadas estrutural e funcionalmente depois de reagirem com açúcar, são responsáveis por patologias crônicas diversas especialmente as chamadas complicações do diabetes. E para fechar com chave-de-ouro; a página da Merck na internet diz que bastam apenas 25 gramas de frutose refinada para matar o mesmo ratão que morre com uma dose de 29,7 gramas de açúcar.



Pureza e perigo


“Açúcar, substância pura e branca, utilizada para adoçar bebidas e bolos. Esse é o único componente puro da dieta que é ingerido em quantidade, na sua forma simples ou incluído em outros alimentos tais como geléias doces e biscoitos. Muitos legumes e frutas também contêm pequenas quantidades de diversos açúcares, e o mel principalmente, mistura de glicose e frutose”.(24) (itálicos meus.) Esse trecho é do livro “Alegria de viver”, de Alan Kingsdon, prefaciado pelo legendário piloto de Fórmula 1 Jackie Stewart. Na citação, como vimos, o açúcar é vendido como um “alimento puro e branco” que pode ser consumido “em quantidade” enquanto as frutas e o mel apresentam “misturas” de açúcares.

Usar o conceito de pureza do açúcar para vender o produto é mais um caso de propaganda enganosa. Trata-se de um conceito científico. Uma substância é considerada quimicamente “pura” quando apresenta uma composição fixa da qual decorre a constância de suas propriedades. Tais constantes físicas, como ponto de fusão, ebulição, densidade, coeficiente de solubilidade, índice de refração etc., são verificadas experimentalmente e comparam-se os valores encontrados com os mencionados na literatura especializada . Do ponto de vista de quem tem fome, melhor seria que o açúcar não fosse puro. Nos procedimentos necessários à transformação do caldo de cana no pó branco puro, as “impurezas” afastadas através de sucessivas filtrações, evaporações, decantações e precipitações, provocadas por produtos químicos, são exatamente a parte dieteticamente interessante da cana: as proteínas, os sais minerais e as vitaminas, ou seja, os nutrientes.

O que sobra, a sacarose pura, não é mais um alimento como eram a cana, o caldo e até o melaço e a rapadura. Até aí estes derivados da cana podem ser considerados, com boa vontade, como alimentos concentrados. Com boa vontade porque a fração de nutrientes é muito pequena para justificar a carga de sacarose, não se iludam rapadura, melaço, e açúcar mascavo provocam hiperinsulinemia e são tão cariogênicos quanto o primo rico, o açúcar branco. Sacarose pura é apenas um legítimo produto químico de laboratório, fica muito melhor dentro de uma retorta do que adoçando uma torta.




O “excesso” de açúcar


Já foi mencionada no primeiro capítulo deste livro a advertência do médico James Hurt, no longínquo ano de 1633, alertando para o perigo do “consumo exagerado” de açúcar na Inglaterra.

Em 2004, quase quatrocentos anos depois, um médico paulista descendente de japoneses, o Dr. Yotaka Fukuda, autor de tese de doutorado sobre os malefícios do açúcar à saúde das pessoas, diz que o açúcar em si é “amigo” e que o problema é o “consumo excessivo”.(25)

O consumo de açúcar entre 1633 e 2004 deve ter aumentado um milhão por cento. O médico inglês na frase citada usa três expressões relativas a excesso de consumo nas poucas linhas citadas (“grandes proporções”, “uso desmesurado” e “envolvimento demasiado”), uma verdadeira obsessão. O que explicaria essa ênfase toda? E por que o discurso médico é o mesmo apesar do enorme tempo que se passou e do aumento absurdo da quantidade de açúcar envolvida?

Houve um tempo em que o consumo de açúcar era semelhante ao “consumo” de cocaína: os privilegiados (reis, nobres e burgueses) lambiam uma carreirinha de açúcar e davam-se por satisfeitos.

Depois que passou a ser produzido no Novo Mundo em escala cada vez maior, o açúcar deixou de ser lambido em carreirinhas, pulou para os boticários, onde fez sucesso como xarope, e depois para a mesa, primeiramente como sobremesa e depois adoçando pratos antes salgados, como uma gororoba portuguesa à base de galinha, arroz e muito açúcar mencionada por Gilberto Freyre.

Quanto ao “excesso” de açúcar, médicos e nutricionistas têm seus corações e mentes imbuídos desse conceito. Trata-se de um conceito enganoso, um expediente ideológico muito usado pela indústria da doença para permitir que o açúcar prossiga fazendo mal à humanidade. “Consumo excessivo” dá a entender que existe um consumo moderado ou equilibrado de açúcar. Na verdade o açúcar é prejudicial proporcionalmente à sua ingestão: pouco açúcar faz pouco mal, muito açúcar faz muito mal. Se houver uma exceção a essa regra ela diz que pouco açúcar pode fazer muito mal. Aos médicos é ensinado que o açúcar só faz mal quando consumido “em excesso”. Eu pergunto: qual o ponto de danificação do açúcar? Assim como o cigarro, é impossível dizer qual o mínimo de açúcar necessário para causar dano à saúde.

Qualquer quantidade de açúcar adicionada ao alimento é excessiva na medida em que açúcar é caloria pura desacompanhada de qualquer nutriente. Basta pensar que a quantidade de açúcar que circula nos cinco litros de sangue de uma pessoa adulta é 0,1%, igual a um saquinho daqueles que são oferecidos nos botequins para a gente adoçar o cafezinho, apenas cinco gramas. E que esse nível de açúcar não pode subir (hiperglicemia) nem descer (hipoglicemia). E a quantidade de açúcar presente num refrigerante de 600 ml equivale a mais de dez saquinhos de cinco gramas. Um absurdo “excessivo”.

De modo que cada grama de açúcar adicionado significa quatro calorias inúteis a mais. Inúteis com boa vontade são calorias nocivas que resultarão em cárie, desequilíbrio metabólico e obesidade.

Cada grama de açúcar adicionado ao alimento significa ao mesmo tempo um superavit calórico e um deficit nutricional de conseqüências patológicas.



Sacarose sintética


Em 1953 o cientista canadense, Raymond Urgel Lemieux, descobriu como sintetizar sacarose em laboratório, provavelmente a partir de petróleo. Mas o que esse brilhante cientista conseguiu das instituições da civilização do açúcar foi o Prêmio Nobel do esquecimento. Lemieux deixou um livro autobiográfico: Explorations with sugar: how sweet it was.
Tal esquecimento tem explicação: se o açúcar do açucareiro fosse sintetizado de petróleo quem ganharia dinheiro com isso seria a Petrobras. E os traficantes de açúcar não poderiam fazer uso da ladainha de que açúcar é “um produto natural” extraído da cana-se-açúcar e da beterraba.



Sobre o texto acima:
O texto acima foi retirado do livro "O livro negro do açúcar".

Titulo do Livro: O livro negro do açúcar
Subtitulo do Livro: Algumas verdades sobre a indústria da doença
Autor do Livro: Fernando Antonio Carneiro de Carvalho


Açúcar: as dúvidas mais frequentes sobre o
perigo branco
O açúcar integrou-se de tal modo na alma brasileira que inspira sinônimos para todas as gradações. Na dose certa, é meiguice, suavidade, brandura. Com um grão de ousadia, é dengo e sedução. No exagero, é enjoo, tédio. O açúcar, sendo doce e amargo, é uma bela metáfora do brasileiro, que funde em si mesmo, com desembaraço intrigante, o homem cordial e o homem violento.
Segue respostas às perguntas mais freqüentes sobre o açúcar, o perigo branco ou, muitas vezes, invisível.
Por que o açúcar é um vilão?
O problema do açúcar, em especial o refinado, é que ele é 100% caloria, sem valor nutricional. Quando consumido regularmente em grande quantidade ou puro, ele deflagra uma série de reações bioquímicas que podem levar à obesidade, e esta, à hipertensão, ao diabetes e até a alguns tipos de câncer. Isso é sabido pela medicina há muitas décadas. O que existe de novo no estudo do metabolismo do açúcar no corpo vem da medição exata de como outros alimentos podem produzir os mesmos efeitos adversos do doce pó branco.
O consumo de açúcar causa automaticamente aumento de glicose no sangue?
Alimentos com alto teor de açúcar, além de ser calóricos, promovem, sim, um aumento rápido dos níveis de glicose no sangue. A glicose é a principal fonte de energia para o corpo humano. Ela é obtida a partir principalmente dos carboidratos – grupo do qual o açúcar faz parte. A glicose só pode ser utilizada pelas células, onde se transforma em energia, na presença do hormônio insulina. Pessoas com sobrepeso, obesidade ou predisposição genética estão mais propensas a desenvolver resistência à insulina. Uma descoberta recente explica as razões: a gordura em excesso funciona como uma glândula produtora de hormônios que desregulam o apetite, como a leptina, a resistina e a adiponectina. A resistência à insulina caracteriza-se pela dificuldade das células do organismo em reconhecer o hormônio, o que pode levar ao acúmulo de glicose no sangue e, conseqüentemente, a uma produção exagerada de insulina. O açúcar de açucareiro não é o único alimento responsável por elevar as taxas de glicose no sangue. Na década de 80, a ciência da nutrição desenvolveu um instrumento, batizado de índice glicêmico, ou IG, capaz de medir a velocidade com que cada alimento aumenta os níveis da glicemia. Depois surgiu outra ferramenta ainda mais prática, a carga glicêmica, ou CG, que avalia as alterações na glicemia causadas por uma determinada porção do alimento.
Todos os alimentos que contêm açúcar elevam os níveis de glicose na mesma proporção?
Os alimentos que contêm carboidratos aumentam a glicemia, sem exceção. Entre eles, estão até mesmo os insuspeitos hortaliças e grãos. O impacto dos diversos alimentos sobre as taxas de glicose sanguínea, no entanto, é variável. Depende da velocidade com que essas comidas são digeridas. Quanto mais rápido, maior é o pico glicêmico. Dentre os fatores que alteram esse índice estão a presença ou não de gordura, fibras insolúveis e proteínas, a forma de preparo e a combinação desses itens com outros à mesa. Por exemplo: a batata cozida apresenta carga glicêmica maior que a da batata frita, porque é isenta de gordura. A mesma batata cozida terá teor glicêmico menor se consumida com casca ou acompanhada de uma fonte de proteína, como um bife. O macarrão feito à base de trigo refinado tem carga glicêmica maior que a versão integral da massa bem cozida. Esta, por sua vez, terá carga glicêmica maior, se comparada com o macarrão integral servido al dente (pouco cozido).
O açúcar causa diabetes?
O consumo exagerado de açúcar é parte de uma série de fatores que provocam a doença. Ele é talvez um atalho, o caminho mais rápido para a obesidade, que abre a porta para a resistência insulínica e para o diabetes. Sem que possa ser usada adequadamente pelas células para produzir energia, a glicose mantém-se na corrente sanguínea, obrigando o pâncreas, órgão no qual se localizam as células responsáveis pela produção de insulina, a secretar quantidades cada vez maiores da substância. Caso esse processo seja experimentado pelo organismo por muitos anos, a instalação do diabetes é quase inevitável. Ainda assim, as pessoas com blindagem genética à doença podem viver muitos e muitos anos sem que seu organismo acuse o golpe do abuso de açúcar na dieta. Essa blindagem pode ser reproduzida, mesmo em pessoas com diabetes, com o auxílio de medicamentos. Assim, com a doença sob controle, alguns diabéticos podem ocasionalmente comer doces sem maiores danos ao organismo.
É indicado reduzir a ingestão de alimentos ricos em carboidratos?
Os carboidratos são a principal fonte de energia do organismo. A pirâmide nutricional preconiza que cerca da metade das calorias diárias deve ser consumida sob a forma de carboidratos – preferencialmente os alimentos de baixa carga glicêmica, como os integrais ricos em fibras. Para uma alimentação saudável, no entanto, deve-se levar em conta também a quantidade de calorias e de gordura contida nos alimentos. Não adianta encher o prato com alimentos de baixo teor glicêmico, se esse prato estiver cheio de fatias suculentas de picanha ou de uma quantidade de calorias maior do que o recomendável. Um estudo da Universidade de Sydney, na Austrália, publicado recentemente na revista científica Archives of Internal Medicine, concluiu que dietas de emagrecimento à base de alimentos com carga glicêmica baixa são mais eficientes. A pesquisa acompanhou 129 pessoas com sobrepeso ou obesidade, com idade de 18 a 40 anos, divididas em quatro grupos, com cardápios diferentes cuja composição variava de acordo com a quantidade de proteínas e carboidratos de alto ou baixo teor glicêmico. A perda de peso promovida por todos os regimes foi semelhante. A diferença é que os cardápios de carga glicêmica mais baixa proporcionaram até o dobro da queima de gordura nos primeiros três meses. Ou seja, proporcionaram um emagrecimento mais rápido e mais saudável.
Quais são os melhores substitutos do açúcar refinado, fora os adoçantes?
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que a ingestão de açúcar refinado não ultrapasse 10% do consumo diário total de calorias. Isso equivale, numa dieta de 2.000 calorias diárias, a quatro colheres de sopa rasas, aproximadamente. Essa porção inclui tanto a colherinha que adoça o cafezinho de manhã quanto o açúcar usado na receita do bolo ou na do molho de tomate. Por isso, se o objetivo é reduzir calorias e obter um sabor mais próximo ao do açúcar, uma opção é o açúcar light, que mistura o alimento refinado e adoçante. O açúcar refinado também pode ser substituído pelo mascavo ou por mel. A vantagem é que, enquanto o açúcar refinado não contém vitaminas nem sais minerais, o mascavo e o mel possuem. A desvantagem é que, como eles apresentam um poder edulcorante menor, as pessoas são tentadas a usá-los em maior quantidade.
As bebidas alcoólicas também elevam a glicose no sangue?
Boa parte das bebidas alcoólicas é composta de carboidratos provenientes do trigo ou da cevada, da uva ou do milho. É o caso, por exemplo, da cerveja, do vinho e do uísque, respectivamente. É por isso que o consumo de álcool pode alterar os níveis de glicose no sangue. Um copo de cerveja, por exemplo, eleva 50% mais os níveis de glicose no sangue do que uma colher de sopa de açúcar. Para metabolizar o álcool, o organismo consome muita energia. Para isso, tem de recorrer aos estoques de glicose armazenados no fígado e nos músculos. Quando isso ocorre, a pessoa pode ser acometida por tontura, mal-estar, fraqueza e dores no corpo – a ressaca, para ser mais direto.
O açúcar vicia?
Por causa do aumento nos níveis de dopamina e serotonina, substâncias produzidas no cérebro e que estão associadas ao prazer e ao bem-estar, o açúcar pode, de fato, viciar. Mas a dependência criada pela sensação de bem-estar e prazer decorrente do consumo de açúcar é mais de ordem psicológica do que química.
Por que gostamos tanto de doces?
O atual plantel de seres humanos é resultado de milhares de anos de evolução durante os quais, em diversas fases, comer alimentos adocicados foi vital para a sobrevivência. A humanidade, portanto, está programada para comer doces. A língua e o nariz são forrados de células que têm a função de detectar o sabor e o aroma dos doces. As razões para essa preferência ancestral são duas. Os doces são ricos em glicose, a principal fornecedora de energia para as células. Além disso, o sabor adocicado servia de indicador para que nossos ancestrais pudessem distinguir os alimentos saudáveis dos venenosos e estragados. A diferença básica entre a situação atual e a dos primórdios da evolução humana é a abundância. Os humanos primitivos comiam doces misturados às fibras dos frutos e sempre enfrentavam escassez calórica. Hoje, come-se açúcar não apenas em excesso, mas em concentrações com alto grau de pureza e sem a presença das fibras.
Uma interrupção no consumo de açúcar pode levar à depressão?
Se a dieta exigir o corte radical dos carboidratos (e não apenas do açúcar), isso pode ocorrer. A explicação dos especialistas está na química cerebral. Os carboidratos funcionam como matéria-prima indispensável à síntese de serotonina, o neurotransmissor associado à sensação de bem-estar. Uma queda brusca na oferta desse nutriente pode levar a uma redução considerável nas taxas de serotonina e, com isso, suscitar sintomas de depressão. Além disso, o consumo de doces, especificamente, eleva as taxas de outro neurotransmissor: a dopamina, associada à sensação de prazer. Essa relação explica, por exemplo, por que pessoas com sintomas de depressão ou alterações de humor muitas vezes aumentam o consumo de doces.
Adoçante artificial causa câncer?
Ratos submetidos a doses elevadas do adoçante ciclamato apresentaram alta incidência de leucemia. Os especialistas, porém, dizem que, para produzir o mesmo efeito em seres humanos, o ciclamato teria de ser consumido em doses diárias descomunais por décadas a fio. Como toda substância química, os adoçantes devem ser ingeridos com cuidado. Alguns apresentam sódio em sua composição, o que pode aumentar a retenção de líquidos e os níveis da pressão arterial. Por isso, pacientes hipertensos devem preferir adoçantes sem a substância. Alguns adoçantes, como o aspartame e o sorbitol, não são totalmente isentos de calorias. A frutose e o sorbitol podem alterar a glicemia e, por isso, não são recomendáveis para os diabéticos. Como não há estudos que comprovem a segurança do uso de adoçantes e produtos dietéticos por mulheres grávidas, os especialistas recomendam que seu consumo seja moderado durante a gestação.
Fonte: http://biosferams.blogspot.com

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