SEM AÇÚCAR COM AFETO - SONIA HIRSCH



 
O açúcar é uma coisa tão refinada que vai direto para o sangue e causa uma série de alterações físicas e mentais no consumidor.

O açúcar dá uma certa bobeira mental, cientificamente explicada pelo encontro da insulina com um aminoácido chamado triptofano que é rapidamente convertido no cérebro em serotonina,
um tranqüilizante natural. "Madame está nervosa? Dá água com açúcar pra ela que passa". Ou não é?

Na Índia, alguns séculos antes de Cristo, os médicos usavam o açúcar como remédio. Foi só ali perto do ano 600 que os persas bolaram a rapadura, daí começou o tráfico. Na Europa não tinha
açúcar, era importado e custava muito caro e só os nobres podiam comprar: "Nada de drogas para os pobres".

Em 1532, Martin Afonso de Souza instalou em São Vicente o primeiro engenho de açúcar no Brasil, movido a escravos, é claro; "só 20 milhões de africanos dançaram nessa empreitada".

Em 1665, a Inglaterra já importava 8 milhões de quilos por ano.
Nesse mesmo ano, a peste bulbônica matou 30.000 pessoas em Londres, pessoas que tinham acesso ao açúcar, porque no campo, entre os pobres ninguém morreu.

Será que ninguém desconfiou da relação da nova doença e o espantoso consumo de açúcar? Já que o açúcar predispõe o corpo a infecções por causa da acidez exagerada que ele provoca.
Desconfiaram, mas ficaram calados pois seria um crime de lesa-majestade insinuar que a Coroa enriquecia às custas de um vício pernicioso. E aí ficou por isso mesmo e está assim até hoje.

Por volta de 1600, as autoridades inglesas, sabendo que o açúcar boa coisa não era, proibiram severamente o uso deste para apressar a fermentação de cerveja, É CLARO, ELES A BEBIAM !!!

EM 1792, os melhores cientistas da Europa fundaram uma sociedade anti-sacarina.

Em 1912, o Dr. Robert Boesler, dentista norte americano escrevia que "... a moderna fabricação do açúcar nos trouxe doenças inteiramente novas".

O açúcar comercial nada mais é do que um ácido cristalizado. No passado, com seu alto preço, só uma minoria nobre podia utilizá-lo, contudo, agora o seu altíssimo consumo está causando a
degeneração nos seres humanos e até em animais. Por exemplo: beija-flores que utilizam bebedouros de água com açúcar.

Mas... e o açúcar mascavo orgânico, o mel , também fazem mal???

Um exemplo bem simples para podermos entender:

Um certo dia, andando pela mata, uma pessoa descobriu a cana-de- açúcar : "Nossa, que delícia!!" e levou para sua casa.

Bom... o mano conseguiu chupar 3 paus de cana em meia hora e ficou com a boca cansada. Ele devia ter ingerido aproximadamente 350 ml de um líquido contendo: água, sacarose, sais minerais, vitaminas, fibras, etc.... Beleza, ele conseguiu digerir numa boa. Seu pâncreas nem reclamou.

E agora, todo mundo "chupa cana"? Passado algum tempo, eis que:
"Pô mano, chupar cana num é mole não... num dá pra espremer o bagaço"? E deu ... inventaram a garapa. QUE MARAVILHA !!!
Opa! "péra" aí... mas já era tarde, o mano começou a tomar garapa que nem água - 500 ml a 1 litro em 10 minutos.
Aí, o Sr. Pâncreas começou a reclamar porque estava fazendo horas extras todos os dias e insulina no mano!

Um certo dia, alguém resolveu ferver a garapa, e saiu o melado de cana, muito mais concentrado: 10 litros de garapa virou um copo de melado. "Que delícia! Vamos fazer um bolo?... Que nada, vai puro mesmo"! E aí o mano virou o copo pra dentro.

Imaginando a proporção: 10 litros de garapa dentro de um copo ingeridos em 10 minutos. Eh, gente... o pâncreas que se cuide!

Para agravar a situação, os persas bolaram a rapadura, ainda mais concentrada, e logo após, as benditas refinações. Aí "ferrou o jegue"!

Surge então uma doença nova e mortal: a DIABETES MELLITUS que fazia as pessoas eliminarem açúcar pela urina, ou seja, vazarem pelo ladrão.

Inicia-se a era das novas doenças "a degeneração da raça humana" causada pelo mau uso do açúcar, que causa um STRESS absurdo no organismo e o pâncreas pára de produzir insulina.

Não bastando ainda, causa defeitos genéticos. Por exemplo: hoje, a cada 5 crianças que nascem, uma será diabética.
Quando você decidir ter um filho, junte mais 4 casais e joguem palitinho para sortear qual terá o filho diabético.

Hoje existem 6,5 milhões de diabéticos no Brasil.
Morrem 300.000 por ano nos EUA.

Portanto, não importa se é açúcar orgânico, mascavo ou mel. O problema é a super concentração de açúcar que, quando ingerida, vai depressa demais para a corrente sangüínea, queimando
todas as etapas da digestão, fazendo subir o nível da glicose no sangue, daí o pâncreas é obrigado a produzir uma quantidade extra de insulina. A insulina vai lá e abaixa o nível, aí dá vontade de comer mais açúcar. Sobe o nível e o pâncreas solta insulina, abaixa o nível...E assim por
diante, até chegar uma hora em que o pâncreas não entende mais nada. Você come um bombom, seu pâncreas solta insulina para caixa inteira; é a HIPOGLICEMIA. Entre jovens e adultos, três a
cada cinco tem a doença - estágio pré-diabético.

SERÁ VOCÊ O PRÓXIMO ??

Como se não bastasse tanto malefício, a acidez causada pela ingestão concentrada de açúcar predispõe o corpo à infecções (como a conjuntivite) e também à vírus e bactérias.

Se você acha isso tudo uma questão de opinião, então continue como está! Ou então se cuide enquanto é tempo.

Informe-se, discuta, reflita, passe para frente, descubra soluções, alternativas, pesquise!


Sonia Hirsch,jornalista especializada em Alimentação, nasceu em 1947 , São Paulo. Aos 17 anos começou a escrever n´A Semana Portuguesa, em São Paulo no ano seguinte foi para a sucursal carioca da Editora Abril onde passou a fotografar além de escrever. Dirigiu a divisão de histórias em quadrinhos da antiga Rio Gráfica. Criou, dirigiu, produziu e musicou peças de teatro infantil. Entre 1976 e 1982 estudou alimentação e medicina natural e oriental. Retomou a atividade jornalística para escrever sobre seu novo campo de conhecimento: a alimentação como base da saúde. Em dezembro de 83 publica seu primeiro livro, PRATO FEITO. Logo saem mais três livros SEM AÇÚCAR COM AFETO, MAMÃE EU QUERO e O MENINO QUE NAO QUERIA COMER - e um autopublicado, DEIXA SAIR, em dezembro de 1985 e passa a ser sua própria editora. Em parceria com Newton Montenegro de Lima, designer de seus primeiros livros, publica uma série de panfletos informativos para distribuição gratuita. Em 1986 traduz e publica bolo´bolo, utopia anarquista de autor anônimo. Em 1987 lança DIDÓ, O CURANDEIRO, ficção para o público infanto-juvenil. Em 87 é eleita membro bolsista da Ashoka, fundação internacional de apoio a empresários sociais. Publica INHAME INHAME, O MELHOR DA FESTA e BOCA FELIZ. Em 1990 escreve e publica MANUAL DO HERÓI, que coloca ao alcance de leigos e estudiosos os conhecimentos básicos da medicina e da dietética chinesas; com este livro ultrapassa o conceito de alimentação natural e entra nas questões mais profundas da alimentação.
Desde então ela escreve livros sobre saúde valendo-se dos conhecimentos alimentação e medicina natural e oriental.


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