ADEUS BARRIGA INCHADA



Toda mulher já passou por isso: pernas inchadas, abdome endurecido, gases, cólicas... As causas desses sintomas são diversas. Muitas vezes, fazem parte do cotidiano feminino por serem consequências da TPM, do estresse do dia a dia, de uma refeição farta e, o que pouca gente sabe, da ingestão de alimentos que o organismo não aceita bem.
A intolerância alimentar ocorre porque, ao chegarem ao estômago, tais substâncias não são parcialmente ou totalmente absorvidas, acumulando- -se e provocando desconfortos. Nesses casos, o organismo não produz as enzimas necessárias para a digestão desses alimentos ou elas são insuficientes. “Ao receber esses alimentos, o corpo não consegue digeri-los e os considera estranhos. Então, na tentativa de defesa, procura expeli-los de alguma forma e isso é o que provoca indisposições”, explica Tobias Rabelo, especialista em nutrologia e nutrição esportiva.
O inchaço, principalmente no abdome, nas pernas e nos pés, é uma das evidências de que algo está errado, podendo ser acompanhado de gases, cólicas, olheiras, náuseas, dores de cabeça, fadiga, diarreia, urina com cheiro forte, alteração de humor e até mau hálito. Outros sintomas são rinite, gastrite, sinusite e amidalite constantes.
Mas não significa que todas essas manifestações ocorram logo após a ingestão do alimento. Segundo a nutricionista Flávia Cyfer, eles podem surgir depois de três horas ou até três dias, fazendo que a associação do sintoma com a causa seja difícil de ser encontrada sem ajuda médica. “Não é preciso apresentar todos os sintomas para a intolerância alimentar ser considerada. A frequência deles é o mais importante”, completa Flávia.
Os causadores de intolerância alimentar mais comuns são ovos, leite, soja, trigo e frutos do mar, além de corantes, conservantes e intensificadores de sabor presentes em produtos industrializados, enlatados e congelados. Parece assustador? Calma, não é. Basta ficar atenta à alimentação e procurar um profissional da saúde ao se sentir mal frequentemente.

Intolerância não é alergia
Com a correria do dia a dia, não é fácil perceber os sintomas da intolerância alimentar, muito menos relacionar qualquer incômodo físico ao que foi ingerido durante as refeições. Mas se você frequentemente se sente mal e acredita que o motivo seja algum alimento, não basta parar de comê-lo.
Procure um profissional da saúde para realizar exames e receber o tratamento correto. “O diagnóstico médico parte de um levantamento clínico do paciente e se estende à verificação da frequência alimentar, aos exames físicos e aos testes imunológicos e bioquímicos”, resume Paula Volpe, gastroenterologista do Hospital 9 de Julho, em São Paulo.
A alergia alimentar é facilmente confundida com a intolerância. Embora os sintomas sejam semelhantes, a primeira é uma resposta exagerada do sistema imunológico ao contato com determinadas substâncias. Já a segunda é a dificuldade da digestão de determinados alimentos não gerada pelo sistema de defesa. É importante saber que, apesar de os processos estarem interligados, eles não são os mesmos.

Primeiros sinais do desconforto
Inchaço no abdome, nas pernas e nos pés - Gases - Cólicas - Olheiras - Náusea - Dor de cabeça - Fadiga - Diarreia - Alteração de humor - Mau hálito - Urina com cheiro forte - Rinite, gastrite, sinusite e amidalite constantes


Fui diagnosticada. E agora?
Janaína Ferraz, nutricionista clínica e proprietária do Espaço Nutrir, afirma que dois tipos de testes são frequentemente realizados para auxiliar no diagnóstico da intolerância alimentar. Um deles é o cutâneo, no qual o médico testa determinado número de alérgenos sobre a pele do antebraço do paciente e observa quais deles causam reações.
O outro é chamado de RAST. Nele, uma amostra de sangue é retirada e usada para determinar os níveis do anticorpo IgE (imunoglobulina E) na presença de um alimento em particular. “O resultado positivo indica que o organismo produziu anticorpos a um alérgeno e está preparado para uma reação”, afirma Janaína. Outro teste que pode fazer parte do diagnóstico é a dieta de eliminação. Embora demore um pouco mais de tempo para produzir resultados, ela é uma maneira bastante eficaz de determinar quais substâncias estão sendo rejeitadas pelo organismo.
A dieta começa com um conjunto limitado de alimentos considerados suscetíveis de causar reações. Em dias ou semanas, outros alimentos são adicionados um a um, sendo possível reconhecer os que são de baixa, média e alta intolerância.
A primeira atitude é excluir das refeições os alimentos aos quais há intolerância. Tenha o cuidado de substituí-los por outros que contenham os mesmos nutrientes, para que sua dieta fique balanceada.
“Quem tem intolerância à lactose, por exemplo, deve procurar outra fonte de cálcio, como o leite hidrolisado”, afirma Tobias Rabelo.
Já para quem é intolerante à quitina, substância formadora do exoesqueleto dos crustáceos, Tobias indica uma fonte proteica alternativa, como a carne de frango ou de peixe. Outro cuidado é ficar de olho no rótulo dos alimentos, para verificar se na composição deles há substâncias que não são toleradas pelo seu organismo.
Enquanto o tratamento é realizado, muitas vezes o médico pode prescrever suplementos ou fórmulas naturais manipuladas, que ajudam no suporte digestivo, têm ação antioxidante, são detoxificantes e reparam o quadro gastrointestinal.
E atenção: medicações que tratam somente os sintomas da intolerância alimentar, como inchaço nas pernas, náuseas, diarreia e gases, não resolvem o problema, somente “maquiam” suas causas. “Remédios antigases, por exemplo, ajudam o paciente a combater somente o desconforto momentâneo. Assim, na próxima vez que ele consumir o alimento, vai enfrentar os mesmos sintomas”, afirma Karoline Pereira Silva, nutricionista da Academia Companhia Athletica Shopping Anália Franco (SP).

Pouca gente sabe, mas aquela sensação horrível de abdome endurecido pode ser um dos sintomas da intolerância alimentar. Descubra se esse é o seu caso e quais alimentos você deve evitar a partir de agora

Em caso de emergência, faça essa receitaA dica da nutricionista Flávia Cyfer vai ajudá-la a diminuir o inchaço imediatamente. Tome um copo sempre que precisar.
Ingredientes
Modo de preparo

Abacaxi + cavalinha + capim-limão fresco
1. Ferva 250 ml de água e coloque-a sobre duas colheres (chá) das ervas frescas.
2. Abafe por 3 a 5 minutos, coe e coloque na geladeira.
3. Bata a fruta juntamente com o chá no liquidifi cador.




Diminua os incômodos
Para reduzir o inchaço e o incômodo causados pela intolerância alimentar, beba muita água. “É errado parar de consumir líquidos para desinchar. Deve-se pensar exatamente o contrário, pois a água ajuda a expelir as toxinas e o excesso de sódio do corpo, além de aumentar a filtração renal, que gera desinchaço. Recomendo o consumo de 200 ml a 250 ml a cada hora”, esclarece o especialista Tobias Rabelo.

Aliado a isso, reduza o consumo de alimentos congelados e enlatados, cujos conservantes contribuem para o inchaço, além de shoyu, molho inglês, molho de pimenta e cubos de caldo de carne, ricos em sódio, elemento que contribui para a retenção de líquidos.
Se por um lado a recomendação é deixar de consumir certos alimentos, por outro, a dica é aumentar a ingestão dos chamados diuréticos, que evitam a retenção de líquido, como o aipo, a salsinha, o abacaxi e também a melancia. De preferência, eles sempre devem ser consumidos crus.
“Vale a pena adquirir hábitos como comer talos de aipo com pasta de grão-de-bico, salpicar salsinha fresca sobre o arroz já pronto e trocar o sal por condimentos naturais, como o açafrão e o manjericão. Isso ajuda – e muito – a reduzir o inchaço", ensina Flávia Cyfer. Mamão, gengibre e canela também ajudam na digestão.
Para quem prefere o consumo de líquidos, os suchás são perfeitos para diminuir o inchaço. O nome pode parecer um pouco estranho, mas suchá nada mais é do que a combinação de suco com chá (veja receita ao lado).


A culpa é de quem?
O número de casos de intolerância alimentar vem crescendo no Brasil e no mundo a cada ano e ainda há muitas dúvidas sobre o assunto. Apesar de os fatores variarem de pessoa para pessoa, há algumas situações que podem gerar o problema. A nutricionista Karoline Pereira Silva elenca algumas delas:

O alto consumo de alimentos industrializados: eles têm baixo valor nutricional e alto teor de substâncias nocivas à saúde (como conservantes, que fazem o prazo de validade ser maior), e interferem nas reações químicas do corpo.
Operação cesariana: as crianças que nascem de parto normal já entram em contato com as bactérias da mãe, aumentando, assim, a resistência do organismo. Já as que nascem por meio de cirurgia cesariana estão mais sujeitas a desenvolver alergias e intolerâncias quando chegarem à fase adulta.
Alimentação errada: a má introdução da criança à alimentação após o período de amamentação também pode causar alergias ou intolerâncias. Ao deixar de alimentar o filho exclusivamente com o leite materno, a mãe deve seguir as orientações do pediatra para oferecer as refeições de acordo com a fase de vida do bebê, levando em consideração o momento em que ele estiver pronto para digerir determinados tipos de substâncias.



ANTES DE FAZER QUALQUER RECEITA CASEIRA, PROCURE UM NUTRICIONISTA, POIS EXISTEM CHÁS QUE NÃO PODEM SER TOMADOS POR PESSOAS COM CERTAS DOENÇAS

Fonte:http://dietaja.uol.com.br/saude-fitness/207/artigo258185-2.asp

Comentários