Provavelmente o documentário recente mais popular sobre os
malefícios diversos da indústria da carne para alimentação humana, “A Carne é Fraca” (2005) já é conhecido como uma espécie de “Terráqueos” (Earthlings) brasileiro – um olhar revelador sobre o que
acontece na pecuária, nos abatadouros, no meio-ambiente, no ser humano e em
nosso modo-de-vida com o atual estado da indústria da carnificina. É um filme
denuncista que mostra o que precisa acontecer para que tantas picanhas, nuggets, hambúrguers e linguiças possam ser entregues às mesas de vários brasileiros
todos os dias, explorando aspectos da vida, da saúde, do meio ambiente, da
economia e do desrespeito e brutalidade com os animais. O documentário traz
algumas cenas fortes que geralmente são desconfortáveis ou perturbadoras demais
para algumas pessoas, mas que naturalmente são parte fundamental da rotina
diária da indústria, que mata mais de 250 milhões de toneladas
de carne por ano, e do consumo inconsciente
do que desconhece o processo e continua alienado a essa realidade.
“Porque não permitem que a gente entre e visite e grave coisas nos abatedouros? Porque realmente aquelas cenas lá dentro são muito chocantes”.
~ Marly Winckler, Presidente SVB (Sociedade Vegetariana Brasileira)
“O Ministério Público precisa acordar para essa questão”.
~ Laerte Levai, Promotor de Justiça (SP)
Apesar de trazer alguns dados estatísticos interessantes da
realidade brasileira e depoimentos como o do conceituado jornalista Washington Novaes, o rigor estatístico não é o forte do
documentário, e sim o levantamento de quantas áreas estão em grave condição com
a atividade predatória e insustentável da indústria da carne, além da questão
defesa da vida animal, que é grave o suficiente. Entre elas, a precificação da
carne brasileira, que, como diz João Meirelles Filho (Instituto Peabiru),
“é mais barata no Brasil porque os custos ambientais não estão
internalizados no custo da carne“.
Produzido pelo Instituto Nina Rosa, que
“promove conhecimento sobre defesa animal, consumo sem crueldade e
vegetarianismo”, o documentário tem vários trechos onde a fundadora, Nina Rosa Jacob, e de vários especialistas, como psicólogos,
professores, médicos, ativistas, veterinários, jornalistas e a participação
especial do pugilista Eder Jofre, vegetariano desde
1956.
“Esse é um velho e surrado clichê, pretexto pra dizer ‘Mas sem carne como é que eu vou obter minhas proteínas’?”
~Márcio Bontempo, médico ortomolecular
“Algumas mães ainda perguntam: mas não vai fazer falta (pro meu filho)? Eu digo: “absolutamente”. Quanto mais tarde ele souber que existe a tal da carne, melhor.
~ Paulo Eiró Gonsalves, médico pediatra
Segue o documentário na íntegra em HD (53min20seg):
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