A bela é fera: conheça a polêmica (e requisitada) dieta pregada por Bela Gil
Se você acha que faz tudo certo, come salada em todas as refeições, passa o dia bebendo litros de água, lancha de três em três horas para acelerar o metabolismo, não abre mão de frutas mesmo nos dias gélidos... Bom, se você segue à risca os mandamentos acima, então Bela tem algumas coisas para te ensinar. Filha de Gilberto e Flora Gil, Isabela, de apenas 25 anos – casada desde os 18 e mãe de Flor, que aos 5 anos nunca tomou refrigerante (“Aquela bebida de adulto, né mamãe?”) –, desponta como uma das nutricionistas mais requisitadas do eixo Rio - São Paulo - Nova York – e agora Roma. Nova York foi onde Bela morou como marido nos últimos sete anos, estudou nutrição e se transformou em chef naturalista, antes de voltar ao Brasil, no início deste ano. Mês passado, esteve na Itália a convite do criador do movimento Slow Food, Carlo Petrini, para dar palestra ao lado do pai, macrobiótico de longuíssima data.
Em uma das nossas conversas, Bela estava prestes a embarcar para Roma. Entre fazer check-in, conexão, voar e até se instalar no hotel, foram quase 20 horas em trânsito. Ela saiu de casa no Rio ao meio-dia. Perguntei o que uma pessoa que desde os 15 anos alimenta-se basicamente de arroz integral, grãos e legumes orgânicos come em situações como essa. “Trouxe uma porção da minha feijoada vegetariana. Ontem à noite fiz cookies de chocolate e amêndoas, única besteira que deixo a Flor comer, e separei dois para beliscar mais tarde”, me conta enquanto espera a conexão para Roma no aeroporto de Guarulhos. Quando Bela chegou a Roma, falamos de novo. “No avião, bebi água, dormi e não comi mais nada. Chegando aqui, fomos almoçar por volta das 17h, e eu comi crudités e peixe na brasa com vegetais”.
Quando está fora de casa ou vai a restaurantes que não são macrobióticos (o seu favorito no Brasil é o do professor Kikuchi, que fica na Liberdade, em São Paulo), Bela pede os vegetais disponíveis no cardápio. “E também um pedacinho de peixe, porque não consigo comer a porção inteira”. Apesar de ter comido McDonald’s até os 13 anos, a filha de Gil sempre se interessou por alimentação. “Minha mãe me elogiava para as amigas porque amava salada desde pequena”. Na casa de Flora, todos os tipos de comida eram bem-vindos, ninguém era obrigado a seguir a radical dieta do patriarca. “Era arroz integral e tofu para o meu pai e arroz branco e filé de frango para a gente”. Pequena, Bela era fanática por frutas e lembra até hoje o pai criticando: “Pra que comer tanta fruta assim, menina, isso não faz bem”. Na época ela não entendia – fruta, todos diziam, era um alimento saudável e inofensivo. “Só quando comecei a estudar medicina aiurvédica entendi que meu pai estava certo”.
Regra para comer fruta: como tem natureza fria segundo a aiurvédica, o ideal é consumi-las na primavera e no verão. Sobretudo se você for vata (ou yin na medicina chinesa), consumir frutas no inverno aumenta as chances de contrair gripes à toa. “Para melhorar resfriados, é só cortar a ingestão de fruta e leite”, ensina. Bela não é totalmente contra detox (“mesmo que não seja perfeito, ajuda a aumentar a consciência alimentar”), mas prefere atitudes menos radicais e argumenta que, quem segue uma alimentação correta, já se desintoxica no dia a dia. “A dieta deve ser natural, o menos processada possível. A intenção é manter seu metabolismo funcionando normalmente, sem choques abruptos. Meus pacientes emagrecem comendo comida". Mesmo laticínios, vilões para macrobióticos e vegans, são permitidos na dieta de Bela. “Para quem não tem rejeição, queijo e outros derivados do leite estão liberados em pequenas porções duas vezes por semana”.
No Rio, Bela tem consultório próprio, mas nas outras cidades atende nas casas dos pacientes. As consultas incluem leitura da íris, questionário aiurvédico e exame de urina. “Quem está em harmonia pode comer de tudo, mas tem de aprender como preparar, quanto, quando e como se alimentar”, diz. Ela também discorda da quase verdade absoluta entre nutricionistas de que você deva fazer lanches de três em três horas. “Se comer em intervalos tão curtos, seu fígado não tem tempo de passar pelo autodetox. O primeiro passo para uma vida mais limpa é fazer jejum entre as refeições principais e, assim, permitir que o corpo complete todo o ciclo digestivo com calma, sem ser incomodado com novos alimentos”.
Para o organismo funcionar perfeitamente, quatro itens são fundamentais na cartilha de Bela: alimentação a mais natural possível, meditação, exercícios físicos e de respiração. “A menos que seja uma recomendação médica, beber muita água o dia inteiro não é bom – e em excesso pode piorar a retenção de líquido”, derrubando outro mito da dieta saudável. Assim como só se deve comer quando sentir fome, o ideal é beber água apenas quando se tem sede. “Quem tem constituição seca pode tomar dois copos em jejum para ajudar no funcionamento do intestino”, sugere.
Bela diz que sua mais importante missão é convencer seus pacientes de que comida é mais que paladar. “Trocar um prazer puramente sensorial e passageiro como um cachorro-quente por um prato de vegetais deixa você bem por muitas horas, até seu raciocínio vai funcionar mais claramente. Já o cachorro-quente só faz poluir. A maioria das pessoas ainda não se deu conta disso, mas por isso estou aqui”. A Bela de Gil está mesmo virando uma fera!
www.belagil.com
Os mandamentos de Bela
- Muita água o dia inteiro não é bom. O ideal é beber apenas quando se tem sede;
- Coma frutas à vontade no verão. No inverno, sobretudo se estiver gripado, evite;
- Para quem não tem rejeição, queijo e derivados do leite estão liberados duas vezes por semana;
-Faça jejum entre as refeições principais. Nada de comer a cada três horas;
-Se não consegue ficar sem beliscar, opte por bolachas de arroz ou pipoca com pouquíssimo sal e sem manteiga.
Por Alexandra Farah
Fonte:http://vogue.globo.com/beleza/fitness-e-dieta/noticia/2013/12/bela-e-fera-conheca-polemica-e-requisitada-dieta-pregada-por-bela-gil.html
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