Como Recuperar a Flora Intestinal- Alimentos, Suplementos e Dicas
“Todas as doenças começam no intestino.” Apesar de ser mais atual do que nunca, a frase foi dita há mais de dois mil anos pelo pai da medicina moderna, o médico e filósofo grego Hipócrates.
Muito embora Hipócrates já soubesse da importância da saúde intestinal muitos séculos atrás, foi somente nas últimas décadas que a Ciência começou a entender melhor o funcionamento do órgão.
Hoje sabemos que um intestino saudável é indispensável para a manutenção do equilíbrio corporal. Quando doente, o órgão contribui para o desenvolvimento de uma série de condições, como diabetes, obesidade, depressão, baixa imunidade, artrite e síndrome da fadiga crônica.
A boa notícia é que, através da mudança de alguns hábitos e do consumo de determinados alimentos e suplementos, é possível recuperar a flora intestinal e prevenir boa parte das doenças enumeradas acima.
Mas o que é a flora intestinal?
Conhecida também como microbiota intestinal, a flora nada mais é do que um conjunto de microrganismos que habitam o trato digestivo e atuam em diversos processos metabólicos, como a digestão.
O corpo humano contém nada menos que 100 trilhões de microrganismos apenas nos intestinos, a maioria dos quais é composta por bactérias. Isso significa que nós temos cerca de dez vezes mais bactérias do que células em todo nosso corpo – ou que somos apenas 10% “humanos”!
Como é indispensável ao metabolismo energético e participa direta e indiretamente de uma série de outras funções no organismo, muitos pesquisadores afirmam que a flora intestinal é quase que um órgão do nosso corpo.
Para que serve?
De acordo com um estudo publicado no jornal científico Nutrition in Clinical Practice, os microrganismos que compõem a flora intestinal formam uma rede complexa que controla o gasto energético, a nutrição corporal e a manutenção do peso.
De maneira resumida, as principais funções da flora intestinal são:
- auxiliar o corpo a digerir e absorver nutrientes;
- regular o metabolismo;
- síntese de determinadas vitaminas (como a vitamina K);
- prevenir o ataque de organismos invasores e compostos tóxicos;
- manter a integridade do sistema imunológico.
Desequilíbrio da flora
Se a microbiota intestinal está em desequilíbrio, um dos primeiros sintomas será o enfraquecimento do sistema imune. Outros sinais de que a flora intestinal talvez não esteja tão saudável assim:
- problemas digestivos frequentes (gases, diarreia, constipação);
- deficiência nas vitaminas D, K, B12 e B7;
- desequilíbrio hormonal;
- sensação de fadiga;
- depressão, ansiedade, confusão mental;
- piora na saúde da pele: acne, psoríase, eczema, rosácea;
- doenças autoimunes (reumatismo, doença inflamatória intestinal);
- hemorroidas e alergia;
- alterações no apetite, vontade frequente de comer alimentos pouco saudáveis e dificuldade para controlar o peso.
Situações que causam o desequilíbrio da flora intestinal
O consumo de alimentos altamente processados e pouco nutritivos (como a farinha branca, o açúcar e determinados óleos vegetais), o uso de antibióticos e até mesmo o estresse crônico podem contribuir para o desequilíbrio da flora intestinal.
Outros fatores que pioram a saúde da microbiota intestinal são a infecção crônica, o uso de anticoncepcionais e uma baixa ingestão de fibras na dieta.
É possível recuperar a flora intestinal?
Sim, é possível, desde que sejam feitas alterações à mesa e em determinados hábitos. Evitar o uso indiscriminado de antibióticos e remover as toxinas da dieta (provenientes de aditivos químicos, agrotóxicos, oxidação de gorduras, intolerância ao glúten e aos laticínios, etc.) são os primeiros passos.
Em seguida, para recuperar a flora intestinal é fundamental consumir alimentos prebióticos (fibras digestíveis) e probióticos (bactérias que melhoram a saúde do intestino), como os que listaremos logo adiante.
Por último, para melhorar a saúde intestinal será necessário reduzir o estresse e o consumo de álcool, parar de fumar, começar a praticar atividade física e aumentar a ingestão diária de água.
Alimentos para recuperar a flora intestinal
São basicamente dois tipos de alimentos que podem ajudar a restaurar o equilíbrio da flora intestinal:
– Probióticos
Uma das melhores coisas que você pode fazer para recuperar a flora intestinal é consumir regularmente alimentos fermentados, ricos em probióticos. Isso porque esses alimentos são fontes de bactérias que produzem ácido láctico, um subproduto que promove o crescimento e a nutrição da microbiota intestinal. Uma vez no intestino, essas bactérias ajudam a fermentar os carboidratos (que os seres humanos não são capazes de digerir).
Além disso, a proliferação destas bactérias as verduras e legumes fermentados melhoram a digestibilidade do alimento e aumentam a disponibilidade das vitaminas. Por último, a fermentação dos alimentos ainda produz inúmeras enzimas e substâncias com alto potencial antibiótico e anticancerígeno.
– Melhores alimentos fermentados para recuperar a flora intestinal: kefir, chucrute, iogurte, picles fermentado na salmoura, missô (pasta de soja), tempeh e natto (alimentos fermentados típicos da culinária japonesa).
– Vegetais
As bactérias do intestino sobrevivem através da fermentação das fibras alimentares provenientes dos alimentos de origem vegetal. Aos nutrientes que fornecem substrato para a fermentação das bactérias intestinais damos o nome de prebióticos.
Quando comemos um alimento rico em fibras, elas não são digeridas no estômago, de maneira que chegam praticamente intactas ao intestino. Uma vez no cólon, as bactérias irão fermentá-las, e os compostos resultantes do processo servirão de alimento para a flora intestinal.
Por esse motivo, o consumo de frutas, verduras, legumes e cereais integrais ricos em fibras é fundamental para alimentar as bactérias benéficas e recuperar a flora intestinal.
Existem dois tipos de fibras – solúveis e insolúveis – e, muito embora ambas tragam benefícios à saúde, a predileção da microbiota intestinal é pelas fibras solúveis, que fermentam mais facilmente.
– Alimentos que são fontes de fibras solúveis: feijão, lentilha, grão de bico, ervilha, soja, aveia, semente de linhaça, abacate, pêssego, ameixa, abacaxi e nozes:
Outros alimentos para melhorar a flora intestinal são a alcachofra (fonte de inulina, uma fibra solúvel extremamente benéfica à saúde do sistema digestivo), banana, brócolis (e outros vegetais crucíferos) e frutas vermelhas.
Suplementos
Quem tem uma alimentação baseada sobretudo em alimentos processados e quase não consome verduras e legumes, ou então aqueles que acabaram de passar por um longo tratamento com antibióticos, podem necessitar de suplementos para recuperar a flora intestinal.
Os suplementos probióticos podem ser encontrados em forma de cápsulas, gotas ou mesmo em pó. De maneira geral, estes suplementos fornecem muitos milhões – ou até mesmo bilhões – de bactérias que irão se estabelecer diretamente no intestino.
Os principais microrganismos dos suplementos para recuperar a flora intestinal são as bifidobactérias e os lactobacilos.
Ao lado dos lactobacilos acidófilos (ou Lactobacillus acidophilus), Lactobaccilus plantarum, Lactobaccilus acidophilus, Lactobaccilus brevis, Bifidobacterium lactis e Bifidobacterium longum são os tipos mais comuns de probióticos encontrados à venda.
A quantidade diária e o tipo de suplemento irão depender de avaliação médica, uma vez que não é recomendável tomar suplementos para recuperar a flora intestinal sem orientação profissional adequada.
Dicas
- É possível começar a recuperar a flora intestinal em menos de 24 horas. Há casos, no entanto, em que outras doenças podem estar afetando a saúde intestinal. Caso não observe uma melhora nos sintomas mesmo após semanas de tratamento com os alimentos sugeridos anteriormente, procure um médico para que seja solicitado um exame de fezes;
- Uma dieta que favoreça a microbiota intestinal deve conter pelo menos 25-30 gramas de fibra alimentar;
- Não se automedique: utilizar antibióticos sem orientação médica pode levar à destruição da flora intestinal;
- Chá preto, farinha de banana verde, vinagre de maçã, sementes de chia e linhaça, gengibre, açafrão e ômega 3 são todos alimentos prebióticos que você pode acrescentar à sua dieta para recuperar a flora intestinal;
- Suplementos de glutamina também podem ser aliados da saúde do intestino, uma vez que o aminoácido participa ativamente da reconstrução da mucosa intestinal;
- Como o cloro ajuda a eliminar as bactérias benéficas do intestino, opte sempre que possível pela água mineral. Pelo mesmo motivo, também é recomendável reduzir o número de visitas à piscina durante o tratamento para recuperar a flora intestinal.
Desequilíbrio da flora
intestinal afeta digestão e sistema imunológico
Entenda os sintomas de disbiose e como
prevenir e tratar o problema
A ingestão de alimentos refinados, ricos em gordura e açúcar ou então industrializados contribui para uma série de problemas: ganho de peso, resistência baixa, cansaço, pele opaca e um sério desequilíbrio da flora intestinal chamado disbiose. A boa notícia é que a solução pode estar em seu prato! Afinal, diz o ditado popular que você é aquilo que come.
Uma pesquisa realizada no Reino Unido descobriu que, das doenças detectadas e diagnosticadas a cada ano, ao menos quatro são ocasionadas e relacionadas ao estilo de vida, como sedentarismo, má alimentação, obesidade, tabagismo e alcoolismo. Saber que quase metade das doenças - 45% nos homens e 40% nas mulheres - poderia ser prevenida faz com que alimentos saudáveis como frutas, cereais, peixes e legumes sejam colocados sob a mira do microscópio e estudados atentamente.
Com isso, diversos estudos descobriram que substâncias encontradas nos vegetais verde-escuros, frutas, verduras, peixes, óleos vegetais e cereais ajudam a prevenir, tratar e evitar o desenvolvimento de certas doenças. No entanto, o organismo deve estar preparado para receber esses nutrientes, e qualquer dificuldade da digestão e absorção destes pode causar sérios prejuízos ao organismo. Entenda melhor como isso pode acontecer:
Como nosso corpo absorve as vitaminas
É no intestino, já no fim da digestão, que é feita a síntese de algumas vitaminas (vitamina K e vitaminas do complexo B), importantíssimas para o bom funcionamento de nosso corpo e para a produção de energia. O intestino possui dez vezes mais bactérias e cem vezes mais material genético do que o número total de células do organismo, com funções de extrema importância. Uma flora intestinal equilibrada é capaz melhorar não só a digestão, como também a regulação do nosso sistema imunológico.
Quando ocorre um desequilíbrio entre as bactérias do intestino, acontece um fenômeno denominado disbiose, que ocorre quando há um predomínio de micro-organismos maléficos sobre os benéficos no órgão. Entre as possíveis causas da disbiose estão uma alimentação desbalanceada e rica em carboidratos refinados, açúcares, gorduras saturadas e baixa ingestão de fibras; ingestão excessiva de agrotóxicos; automedicação e uso elevado de antibióticos, anti-inflamatórios e antiácidos; e uso abusivo do álcool e do cigarro. A disbiose é um problema complexo, com diversas manifestações que precisam ser acompanhadas para não comprometer a qualidade de vida.
A presença de sintomas como indigestão, distensão abdominal, flatulência, obstipação e diarreia, especialmente após as refeições, indicam a necessidade de ficar atento ao equilíbrio da flora intestinal. Um intestino desequilibrado não é capaz de absorver de forma controlada e seletiva medicamentos ou suplementos nutricionais. Por conta disso, é necessário diagnosticar e tratar problemas da flora intestinal adequadamente, para que nosso corpo possa aproveitar os benefícios de uma alimentação repleta de nutrientes.
Como prevenir e tratar a disbiose
Para reestabelecermos a saúde da flora intestinal é preciso promover mudanças reais no estilo de vida, diminuindo os fatores estressantes e incluindo em seu dia a dia uma dieta balanceada, com alimentos que promovem a saúde, como os chamados alimentos funcionais e os probióticos.
O que evitar?
- Alimentos ricos em gordura
- Alimentos industrializados
- Alimentos refinados e ricos em açúcar
- Uso indiscriminado de alguns medicamentos, como antibióticos e laxantes
- Álcool
- Tabagismo
No que investir?
- Legumes, verduras e frutas (frescas e orgânicas)
- Alimentos ricos em frutooligosacárides e inulina, encontrados nas fibras e cereais.
- Probióticos (alimentos enriquecidos com bactérias benéficas à flora intestinal, como iogurtes)
- Atividade física
- Aumento da ingestão de água
Escrito por Roberto Navarro Sousa Nilo
Nutrologia - CRM 78392/SP
Por Especialistas - Em 18/8/2016
Flora intestinal: O que é, Para que serve e Como repor
A flora intestinal, também conhecida como microbiota intestinal, é um conjunto de bactérias que vive e se desenvolve no intestino, sendo conhecida como microbiota residente. Embora sejam bactérias, esses micro-organismos são bons para o corpo, pois evoluíram ao longo de milhares de anos para criar uma relação benéfica com o intestino.
Assim, tanto a própria pessoa, como as bactérias tiram benefícios desta relação. Por exemplo, o intestino fornece toda a matéria e nutrientes necessários para o crescimento e reprodução das bactérias, enquanto as bactérias auxiliam na digestão dos alimentos, ao mesmo tempo que criam um ambiente intestinal que não permite o desenvolvimento de bactérias ruins que poderiam causar doenças.
Apesar da flora intestinal ser algo que surge naturalmente, nem sempre está nos seus níveis ótimos, podendo surgir desiquilíbrios que facilitam o desenvolvimento das bactérias ruins. Assim, pode ser necessário tomar remédios para repor os níveis dessas bactérias, que são conhecidos como probióticos.
Como surge e evolui a flora intestinal
O desenvolvimento da flora intestinal se inicia no momento do nascimento e, ao longo dos primeiros meses de vida, vai sendo moldada de acordo com as doenças que o bebê pega, o uso de antibióticos e o tipo de alimentos que ingere.
O primeiro contato do intestino com as bactérias parece ser durante o parto e, por esse motivo bebês que nascem por parto vaginal normal apresentam uma primeira flora intestinal diferente de bebês que nascem por cesárea. Isso acontece porque no parto vaginal, o bebê entra principalmente em contato com as bactérias do canal vaginal e do intestino da mãe, enquanto na cesárea as principais bactérias são as da pele da mãe e as do ambiente hospitalar.
Esta flora vai mudando e crescendo até por volta dos 2-3 anos, momento em que se encontra semelhante à de um adulto. Assim, a fase mais importante de crescimento e estabelecimento da flora acontece na primeira infância e, geralmente, as bactérias que se encontram presentes por volta dos 3 anos vão se manter por toda a vida. No entanto, e embora seja mais difícil, a flora também pode ir variando ao longo da vida, especialmente devido a maus estilos de vida em adulto, por exemplo.
Flora intestinal de acordo com o tipo de parto
Os principais tipos de bactérias na flora intestinal do bebê, de acordo com a forma de nascimento, são:
Parto vaginal normal | Parto por cesárea |
Lactobacillus | Acinetobacter |
Prevotella | Bacillales |
Sneathia | Corynebacterineae |
Cariobacterineae | Micrococcineae |
Propionibacterineae | Staphylococcus |
Normalmente, as bactérias adquiridas durante o parto vaginal são mais benéficas para o organismo e, por isso, é possível que crianças que nasçam por parto vaginal tenham menos chances de desenvolver doenças crônicas que as que nasceram por cesárea, como asma ou dermatites, por exemplo.
Além disso, a amamentação com leite materno também ajuda a moldar a flora intestinal no bebê, fornecendo nutrientes e micro-organismos importantes para o desenvolvimento de uma microbiota mais saudável.
O que pode afetar a flora intestinal
O desiquilíbrio da flora intestinal, também conhecida como disbiose, acontece quando existem menos bactérias boas no intestino ou quando um desses tipos está em maior número, dificultando a digestão e facilitando o desenvolvimento das bactérias ruins.
Algumas das principais causas que levam ao desiquilíbrio da microbiota incluem:
- Uso constante de antibióticos: pois eliminam tanto as bactérias ruins como as boas do organismo;
- Uso frequente de laxantes: o funcionamento exagerado do intestino causa a eliminação de bactérias boas;
- Dieta rica em açúcar e produtos industrializados: facilitam o desenvolvimento das bactérias ruins;
- Baixo consumo de fibras: são o principal alimento das bactérias boas e, por isso, quando estão em baixa quantidade prejudicam seu desenvolvimento.
Quando a flora intestinal está muito afetada é comum o surgimento de sintomas relacionados com o mau funcionamento do intestino como excesso de gases intestinais, diarreia ou até prisão de ventre frequente.
Como repor a flora intestinal
Uma das melhores formas de manter um flora intestinal saudável é fazendo uma alimentação saudável e variada, rica em legumes e vegetais e com poucos alimentos industrializados, frituras ou alimentos açucarados. Além disso, apostar em alimentos ricos em fibras, como aveia, linhaça ou feijão com casca, também ajudam a manter o bom desenvolvimento das bactérias da flora intestinal.
Outra opção que deve ser incluída recorrentemente na dieta são os alimentos probióticos, que são alimentos que contêm bactérias boas que vão ajudar a povoar o intestino. Alguns exemplos incluem o iogurte natural, o kefir ou o kombucha.
Veja outros exemplos de alimentos com poder probiótico, no vídeo seguinte:
Porém, quando a flora intestinal já está alterada, surgindo sintomas como excesso de gases intestinais e diarreias frequentes, ou prisão de ventre, por exemplo, a melhor forma de tratar é ingerindo remédios probióticos.
Como tomar remédios para a flora intestinal
Os remédios que melhoram a flora intestinal são os probióticos. Estes remédios são pequenas cápsulas que contêm vários milhões de bactérias vivas que são ingeridas para chegar no intestino e ajudar a equilibrar a microbiota.
Embora os probióticos sejam utilizados mais frequentemente por adultos, também pode ser usados no bebê e na criança, com supervisão do pediatra, especialmente no caso de bebês que nasceram por cesárea e não fazem amamentação. Para isso, já existem probióticos em forma de xarope, que podem ser dados junto com a comida.
Existem vários tipos de probióticos, mas normalmente os melhores são os que possuem mais tipos de bactérias e em maior número. No entanto, é sempre aconselhável consultar um gastroenterologista ou um naturopata para saber qual o melhor para cada caso, já que diferentes tipo de probióticos podem ser usados para tratar problemas de saúde diferentes.
Quando tomar remédios para a flora intestinal
Os probióticos geralmente são utilizados quando surgem sintomas de desiquilíbrio da flora intestinal, no entanto também podem ser usados ao mesmo tempo que se está fazendo o tratamento com antibióticos, por exemplo, para substituir a microbiota que está sendo eliminada e evitando o surgimento de diarreia.
Além disso, os probióticos são ainda importantes durante infecções intestinais, como gastroenterites, para ajudar a repor a flora saudável, acelerando a recuperação.
Em pessoas com prisão de ventre crônica ou diarreias frequentes, pode ser boa opção fazer probióticos por cerca de 2 a 3 meses, 2 vezes por ano, para regular o intestino e melhorar seu funcionamento.
Benefícios de uma flora intestinal saudável
O benefício mais conhecido de uma flora intestinal saudável consiste na melhora da digestão dos alimentos e absorção dos nutrientes. No entanto, como protege contra bactérias ruins, a microbiota também ajuda a fortalecer o sistema imune, reduzindo a frequência de surgimento de doenças.
Em estudos mais recentes, a flora intestinal também tem sido apontada como um importante regulador da produção de neurotransmissores, como a serotonina, que melhoram a sensação de bem-estar e combatem a depressão.
Por isso, manter uma microbiota intestinal saudável parece ser uma boa forma de garantir uma melhor saúde geral, não estando apenas relacionado com o funcionamento do intestino.
Alimentos ricos em Fibras
Os alimentos ricos em fibras são principalmente as frutas, verduras, legumes, arroz integral, feijão, milho, grão-de-bico e frutas secas. Mas o farelo de trigo, aveia, gérmen de trigo, e a semente de linhaça também são bons exemplos.
É importante consumir fibras diariamente porque elas melhoram a saúde, combatendo a prisão de ventre, e ainda ajudam a regular os níveis de glicose no sangue, o que ajuda a emagrecer e a combater a diabetes tipo 2. Os principais benefícios das fibras para saúde são:
- Combater a prisão de ventre, pois aceleram o trânsito intestinal;
- Ajudar a emagrecer, pois aumentam a sensação de saciedade;
- Controlar a diabetes, pois ajudam a diminuir os níveis de açúcar no sangue;
- Baixar colesterol e triglicerídeos, pois reduzem a absorção de gorduras no intestino e o aumento do açúcar no sangue;
- Manter a saúde da flora intestinal, pois servem de alimentos para as bactérias benéficas que estão presentes naturalmente no intestino.
Para alcançar todos estes benefícios é necessário consumir alimentos ricos em fibras diariamente, e de preferência, em todas as refeições, no café da manhã, nos lanches, e também no almoço e no jantar, em quantidade adequada.
Lista de alimentos ricos em fibras
A tabela a seguir traz as informações para 100 g dos principais alimentos ricos em fibras:
Cereais | Quantidade de fibras | Energia |
Farelo de trigo | 30 g | 310 kcal |
Farinha de Centeio | 15,5 g | 336 kcal |
Aveia | 9,1 g | 394 kcal |
Pão de trigo integral | 6,9 g | 253 kcal |
Verduras, hortaliças e derivados | ||
Farinha de mandioca | 6,5 g | 365 kcal |
Couve manteiga refogada | 5,7 g | 90 kcal |
Brócolis cozido | 3,4 g | 25 kcal |
Cenoura crua | 3,2 g | 34 kcal |
Batata doce cozida | 2,2 g | 77 kcal |
Pimentão verde | 2,6 g | 21 kcal |
Frutas | ||
Caqui | 6,5 g | 71 kcal |
Abacate | 6,3 g | 96 kcal |
Goiaba | 6,3 g | 52 kcal |
Laranja da terra | 4,1 g | 51 kcal |
Maçã | 2,0 g | 63 kcal |
Nozes e sementes | ||
Linhaça | 33,5 g | 495 kcal |
Amêndoas | 11,6 g | 581 kcal |
Castanha do Pará | 7,9 g | 643 kcal |
Coco cru | 5,4 g | 406 kcal |
Castanha de caju | 3,7 g | 570 kcal |
Leguminosas | ||
Farinha de soja | 20,2 g | 404 kcal |
Feijão carioca cozido | 8,5 g | 76 kcal |
Amendoim | 8,0 g | 544 kcal |
Lentilha cozida | 7,9 g | 73 kcal |
Tipos de fibras alimentares
As fibras alimentares podem ser classificadas como sendo solúveis ou insolúveis, sendo que a principal diferença entre elas é que a fibra solúvel se dissolve em água, enquanto a fibra insolúvel não. Cada uma delas tem seus principais benefícios.
Fibras solúveis
As fibras solúveis se dissolvem na água formando um gel, e por isso permanecem mais tempo no estômago e no intestino delgado, dando assim uma maior sensação de saciedade. Estas fibras também se ligam à gordura e ao açúcar dos alimentos no intestino, ajudando a reduzir o colesterol e a controlar a diabetes.
Alguns exemplos de fibras solúveis são: frutas, vegetais, legumes, e alimentos que contém aveia, gérmen de trigo, cevada e centeio. Elas ajudam a diminuir o colesterol, são fermentadas pelas bactérias boas do intestino e ajudam a manter os minerais. Confira a quantidade de fibras solúveis presente nestes alimentos aqui.
Fibras insolúveis
As fibras insolúveis não se diluem na água e por isso chegam ao intestino grosso acelerando o trânsito intestinal, aumentando o volume das fezes, e por isso ajudam a prevenir e a combater a prisão de ventre, hemorroidas e inflamações do intestino.
Elas são encontradas principalmente nos cereais inteiros e seus derivados integrais, e a aumentam o volume das fezes, atuando como um laxante natural. Alguns exemplos são: amêndoas com casca, nozes, passas, abacate, pera e maçã com casca, e tangerina. Confira a quantidade de fibras insolúveis presente nestes alimentos aqui.
Quantidade de fibras por dia
A ingestão diária de fibras deve ser entre 20 e 40 g por dia. Uma dica para comer mais fibras na dieta é ingerir mais alimentos crus e com casca, especialmente frutas e legumes, evitando alimentos refinados, como farinha de trigo branca e arroz branco.
Para combater a prisão de ventre, é importante lembrar que além de aumentar o consumo de fibras, também deve-se aumentar a ingestão de água ou chá sem açúcar, pois a água hidratas as fibras no intestino, facilitando a passagem das fezes. Comer mais alimentos ricos em água, como gelatina, laranja e melancia, também ajuda a evitar a prisão de ventre causada pela ingestão de mais fibras e menos água.
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