OMS aponta alto nível de sedentarismo entre adolescentes
Foto: Pixabay
Quatro em cada cinco adolescentes no mundo são
sedentários, diz OMS
Organização Mundial da
Saúde recomenda uma hora diária de atividade física para melhorar a saúde e
evitar doenças
Quatro em cada
cinco adolescentes no mundo são sedentários, especialmente as meninas, diz um
estudo publicado nesta sexta-feira (22) pela OMS, que recomenda uma hora diária
de atividade física para melhorar a saúde e evitar doenças.
Para
estimar o número de pessoas de 11 a 17 anos que não cumprem esta recomendação,
a Organização Mundial da Saúde (OMS) analisou, pela primeira vez, dados de 1,6
milhão de estudantes reunidos em 146 países entre 2001 e 2016.
Em
escala mundial, 81% dos adolescentes escolarizados - 85% das meninas e 78% dos
meninos - não cumpriram a recomendação da OMS em 2016, contra 82,5% em 2001.
Ninguém sugere
que esta tendência tenha sido invertida recentemente, afirmou a coautora Leanne
Riley durante a apresentação à imprensa do estudo, publicado na revista The
Lancet Child & Adolescent Health.
Uma
das causas da falta de atividade física é a "revolução eletrônica",
que mudou o comportamento dos jovens, já que as telas nos tornaram "menos
ativos", explica Riley.
Ela
também destacou a insegurança crescente que, por exemplo, dificulta aos
adolescentes irem à escola a pé ou de bicicleta. Por outro lado, os jovens são
cada vez mais estimulados a estudar, segundo a principal autora da pesquisa,
Regina Guthold, que incetiva os professores a favorecerem o deslocamento diário
dos alunos "de forma lúdica".
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Crianças mais ativas -
O
percentual de adolescentes que não segue a recomendação da OMS vai de 66% em
Bangladesh a 94% na Coreia do Sul.
Os
países onde a falta de atividade física é menos frequente são Índia, devido ao
local de destaque que o críquete ocupa, e Estados Unidos, graças à boa
qualidade da educação física nas escolas, à grande cobertura midiática que o
esporte tem e à boa acessibilidade aos clubes.
Em
geral, o número de meninos e meninas que não realizavam atividade física
suficiente diminuiu sutilmente entre 2001 e 2016 de 80% para 78%, mas não houve
mudanças no caso das meninas, e a cifra se manteve perto de 85%.
Na
maior parte dos países, a diferença entre a proporção de meninos e meninas
aumentou. "Por motivos culturais", as meninas costumam ficar menos
motivadas a praticar um esporte ou uma atividade física, como ir à escola de
bicicleta, diz Guthold.
As
maiores diferenças de gênero se observam na Irlanda e nos Estados Unidos. Estes
países "fizeram muito para promover uma participação esportiva maciça, mas
se trata de acontecimentos que tendem a interessar mais os rapazes",
explicou Riley.
Só
em quatro países do mundo as meninas que vão à escola são mais ativas que os
meninos. São eles: Tonga, Samoa, Zâmbia e Afeganistão.
Por
outro lado, o estudo da OMS não mostra "nenhum vínculo evidente"
entre o grupo de renda dos países e a insuficiência da atividade física dos
adolescentes escolarizados. As taxas de inatividade são elevadas em todas as
categorias de países.
A
região onde os jovens são mais inativos é a Ásia-Pacífico, tanto para meninos
quanto para meninas. A prevalência menor foi observada em países ricos para os
meninos e na Ásia meridional para as meninas.
Segundo
a OMS, os adolescentes deveriam acumular pelo menos 60 minutos diários de
atividade física de intensidade moderada a sustentada. Diante da sedentarização
da sociedade, os países fixaram o objetivo de reduzir em 15% a inatividade
física dos adultos e dos adolescentes entre 2018 e 2030.
"Fixamos
metas ambiciosas, mas não as estamos alcançando. Temos que fazer mais para
frear o avanço da obesidade neste grupo etário e promover melhores níveis de
atividade física", destacou Riley.
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