COMER MENOS PARA VIVER MAIS? : OS VÁRIOS FATORES RESPONSÁVEIS PELA LONGEVIDADE HUMANA

Comer menos para viver mais: é o que demonstra estudo

Comer menos para viver mais: é o que demonstra estudo


Comer menos para viver mais

24 de outubro de 2007

por Nikhil swaminathan


Novo estudo revela porque a restrição de calorias pode levar a uma vida mais longa

Os cientistas já haviam descoberto há mais de 70 anos que um modo infalível de aumentar o tempo de vida dos animais é cortar sua ingestão de calorias diárias em uma média de 30% a 40%. Mas a questão que ainda faltava ser respondida era: por quê?Agora, um estudo novo começa a revelar o misterioso mecanismo que, a partir da redução na ingestão de alimentos, protege as células contra o envelhecimento e as doenças relacionadas com o avanço da idade.De acordo com o estudo publicado na revista “Cell”, a explicação desse fenômeno está relacionada a duas enzimas, SIRT3 e SIRT4, da mitocôndria (a “central elétrica” da célula que, entre outras funções, é responsável por transformar nutrientes em energia). Os pesquisadores descobriram que uma seqüência de reações provocadas pela diminuição de ingestão calórica eleva os níveis das duas enzimas, levando a um aumento da resistência dessas baterias celulares. Ao fortalecerem a mitocôndria, as enzimas SIRT3 e SIRT4 prolongam a vida das células, evitando a formação de pequenos buracos (ou poros) em suas membranas, que poderiam servir de entrada para proteínas que alavancam o processo de apoptose, ou seja, morte celular.“Não esperávamos que a parte mais importante desse processo se passasse dentro da mitocôndria”, comenta David Sinclair, professor-assistente de patologia na Harvard Medical School e co-autor do estudo. “É possível que tenhamos encontrado reguladores do envelhecimento”.
Em 2003, o laboratório de Sinclair publicou um ensaio na revista “Nature” que descrevia o descobrimento de um novo gene que se ativava em uma célula de levedura em resposta à restrição de calorias. Sinclair apelidou o gene de “chefe do regulador de envelhecimento”. Desde então, sua equipe vem buscando um gene análogo que tenha um papel similar nas células dos mamíferos.Os pesquisadores determinaram, a partir de culturas de células embrionárias do rim, que uma ingestão menor de calorias envia um sinal que ativa um gene no interior das próprias células, que por sua vez codifica a enzima NAMPT (nicotinamida fosforibosiltransferase). Essa enzima desencadeia a produção de uma molécula chamada NAD (nicotinamida adenina dinucleotídeo), que possui um papel importante no metabolismo e na sinalização celular.A elevação dos níveis de NAD ativam os genes SIRT3 e SIRT4, aumentando os níveis das enzimas correspondentes SIRT3 e SIRT4, que então enchem o interior da mitocôndria. Sinclair afirma não saber ao certo como essas enzimas elevam o nível de produção energética da mitocôndria, mas esclarece que os eventos que levam à falência celular sofrem um atraso quando as duas estão presentes em grandes quantidades.A SIRT3 e a SIRT4 são parte da família das sirtuinas. A enzima SIRT1, que ajuda a prolongar a vida celular modulando o número de proteínas reparadoras do DNA, tanto dentro como fora do núcleo celular, também pertence a esta família. SIRT é abreviatura para “sir-2 (sir-two, em inglês) homóloga” – uma proteína conhecida e estudada por ampliar a longevidade das células de levedura. Segundo Sinclair, todos os genes do tipo SIRT nos mamíferos são alvos possíveis de medicamentos para aumentar a longevidade, assim como para evitar algumas doenças como o Mal de Alzheimer e cânceres, além de distúrbios metabólicos como o diabetes.
“Na minha opinião, a SIRT3 é a sirtuina mais interessante, já que pode ser usada no desenvolvimento de novos remédios”, diz Sinclair. “Ela protege as células, mas existem cada vez mais evidências de que também poderia mediar os benefícios dos exercícios físicos”. Agora o laboratório de Sinclair está trabalhando no desenvolvimento de um “supercamundongo”, com níveis elevados de NAMPT, para observar se ele viverá por mais tempo e será mais resistente a doenças que os camundongos normais. Matt Kaeberlein, patologista da University of Washington em Seattle, afirma que a equipe de Sinclair tem uma hipótese muito interessante ao relacionar a mitocôndria à longevidade, mas essa teoria precisaria ser colocada à prova dentro do contexto da restrição alimentar . “Se os camundongos com alto nível de expressão de NAMPT viverem mais tempo e se mostrarem mais resistentes a doenças, isso trará mais força à hipótese”.Sinclair está ansioso para ver como seu “Supercamundongo” irá se sair. “Dependendo dos resultados, o NAMPT poderia ir para a lista dos alvos dos medicamentos.”


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Fonte:Scientific American Brasil


Postado por:Mariana Seabra

SÁBADO, 25 DE OUTUBRO DE 2008


ENVELHECER...

Entra pela velhice com cuidado,
Pé ante pé, sem provocar rumores
Que despertem lembranças do passado,
Sonhos de glórias, ilusões de amores.

Do que tiveres no pomar plantado,
Apanha os frutos e recolhe as flores;
Mas lavra, ainda, e planta o teu eirado,
Que outros virão colher quando te fores.

Não te seja a velhice enfermidade.
Alimenta no espírito a saúde,
Luta contra as tibiezas da vontade.

Que a neve caia, o teu ardor não mude.
Mantém-te jovem, pouco importa a idade;
Tem cada idade a sua juventude!...

Bastos Tigre

Postado por: Érica Freitas


olá,
queriamos pedir desculpas pelo adiamento da apresentaçao dos nossos paineis que ia ser na ultima quinta-feira, 23/10. Não pudemos apresentar porque o Anderson passou mal e teve de ir para o hospital na quinta de manhã. A apresentaçao será na proxima quinta as 10hs.
Fiquem atentos! amanhã, domingo, o Fantastico apresentará uma reportagem feita pelo Dr. Drauzio Varela sobre o envelhecimento. Esperamos que seja de grande proveito para o nosso aprendizado sobre o assunto! estamos aguardando!
continuem acompanhando o nosso blog!
abraços!

TERÇA-FEIRA, 21 DE OUTUBRO DE 2008


Ácido Ascórbico e Ascorbil Fosfato de Magnésio na prevenção do envelhecimento cutâneo

Todas as funções fisiológicas atribuídas ao acido ascórbico são dependentes das propriedades de óxido-redução desta vitamina, que é um co-fator para hidroxilases e enzimas mono-oxigenases envolvidas na síntese de colágeno e, ate mesmo, de neurotransmissores. Assim, o acido ascórbico combate os conhecidos efeitos danosos gerados pelos radicais livres.
Depois da exposição aguda à luz ultravioleta, os níveis de acido ascórbico na derme, e principalmente na epiderme mostram-se altamente reduzidos; o mesmo fato observado quando da exposição ao ozônio e em ambos os casos ocorre a indução da lipoperoxidação nas camadas epidérmicas. O acido ascórbico é necessário na síntese do colágeno porque atua como co-fator nas reações de hidroxilação de prolina e lisina.
O ascorbil fosfato de magnésio, ao penetrar na epiderme, devido à ação das enzimas estearases presentes, libera vitamina C livre, tornando-se capaz de exercer as funções desta vitamina, como por exemplo, a inibição da melanogense. Acredita-se que a vitamina C e o seu derivado ascorbil fosfato de magnésio são capazes de manter a pele com bons níveis de hidratação, aumentando a sua firmeza e diminuindo, consequentemente, a aparência das rugas.

Fonte: Infofarma, v.18,nº7/8,2006
Postado por: Gabriel Lessa

SEGUNDA-FEIRA, 20 DE OUTUBRO DE 2008


Mitocôndrias e Envelhecimento

Papel das mitocôndrias no envelhecimento
As dimensões dos órgãos internos guardam relação direta com o conteúdo energético da alimentação. Quanto maior o número de calorias ingeridas, maior o peso do coração, fígado, rim, próstata, músculos e dos linfonodos (gânglios linfáticos) envolvidos na resposta imunológica. Por capricho intencional da natureza, apenas o cérebro e os testículos mantém constante suas dimensões, mesmo quando o indivíduo é submetido a redução drástica do aporte calórico.O tamanho dos órgãos internos, no entanto, não explica o retardo ou aceleração do envelhecimento. A explicação é dada por um conjunto de organelas microscópicas presentes em todas as células do organismo e responsáveis pela produção de energia: as mitocôndrias.Cada célula contém centenas de mitocôndrias espalhadas pelo citoplasma. No interior da mitocôndria, as moléculas resultantes da alimentação são utilizadas numa série complexa de reações químicas, que resultará na síntese de uma molécula capaz de armazenar energia e transportá-la para os quatro cantos da célula: o ATP. É no ATP que a célula encontrará 90% da energia necessária para exercer sua funções: produção de proteínas, movimento, excreção, troca de íons, etc. Se não fossem as mitocôndrias, não haveria possibilidade de vida; elas são as centrais energéticas da célula.A lógica sugere que qualquer fenômeno capaz de comprometer a produção do ATP na mitocôndria, pode prejudicar o funcionamento ou simplesmente matar a célula. De fato, em 1962, R. Luft, da Universidade de Estocolmo, demonstrou que o decréscimo da produção de energia na mitocôndria provocava o aparecimento de doenças debilitantes, características da idade avançada.Estudos posteriores deixaram claro que o tecido mais rapidamente atingido pelo decréscimo de energia era o sistema nervoso central. Seguiam-se, em ordem decrescente de sensibilidade, o coração, os músculos, os rins e os tecidos produtores de hormônios.
Ação dos radicais livres
A perda progressiva da capacidade de gerar energia, que caracteriza o envelhecimento das células, deve-se a um conjunto de reações químicas que ocorrem no interior da mitocôndria como conseqüência da ação de radicais livres, conceito explorado inadequadamente em muitos “tratamentos alternativos”.Na verdade, os radicais livres surgiram na literatura na década de 1950, quando D. Harman, da Universidade de Nebraska, sugeriu que a formação deles no interior das células prejudicasse seu funcionamento. Foi apenas nos anos 1980, entretanto, que ficaram claros dois conceitos:1) Radicais livres são formados nas células como resultado do conjunto de reações químicas normais, do dia-a-dia, que chamamos de metabolismo.2) São justamente as centrais energéticas da célula, as mitocôndrias, os alvos mais importantes da ação nociva desses radicais.A explicação simplificada sobre a formação desses radicais é a seguinte: o oxigênio, tão necessário à respiração, é uma substância potencialmente tóxica. Embora não possamos passar 5 minutos sem respirá-lo, a longo prazo ele pode comprometer nossa existência. Esse fenômeno é conhecido com o nome de “paradoxo do oxigênio”.Tal paradoxo tem origem química: a molécula de oxigênio é formada por dois átomos (O2). Nas reações que levam à produção de energia pela mitocôndria, a molécula de O2 é quebrada em duas partes, liberando substâncias altamente reativas chamadas de radicais livres (O-, OH- e H2O2 - água oxigenada). Quando esses radicais reagem com os constituintes da mitocôndria, provocam danos às suas estruturas e redução da capacidade de produzir energia. É o envelhecimento celular.Esse processo, chamado de oxidação, está longe de ser insignificante. Estima-se que 2% a 3% do oxigênio consumido pelas células acabe na forma de radicais livres, e que cada célula de um rato, por exemplo, sofra cerca de 100 mil ataques desses radicais por dia.Sendo a geração dos radicais de oxigênio inerente ao processo normal de produção de energia absolutamente necessário ao funcionamento do organismo, é lógico que a evolução tenha privilegiado o aparecimento de mecanismos de defesa contra a ação nefasta deles. De fato, em todas as células existem sistemas encarregados em desativá-los.
Fonte:http://drauziovarella.ig.com.br/artigos/envelhecimento_meioambiente.asp
Postado por: Anderson Parente

DOMINGO, 19 DE OUTUBRO DE 2008


Idade Biológica X Idade Cronológica


Todos contamos a nossa idade segundo o que estabelece o calendário. Mas o que realmente interessa é a idade biológica, aquela que nos informa sobre o envelhecimento de nossas células. Lógico e evidente que esta idade está diretamente relacionada à qualidade de vida, à hábitos adquiridos no nosso dia-a-dia. E a sua idade biológica a quantas anda? Maior ou menor que a cronológica? Descubra fazendo este teste.
Cientistas do instituto alemão Max Planck já identificaram um grupo de proteínas que permite conhecer a verdadeira idade biológica de uma pessoa. O método que permitirá, entre outras coisas, criar terapias médicas personalizadas para cada indivíduo, poderia ser utilizado para dignosticar, segundo a idade biológica, o momento da aposentadoria. Mas enquanto esta tecnologia não chega aos hospitais e clínicas médicas atuais, a única forma de você descobrir a diferença entre as suas idades é respondendo a este pequeno formulário.


Calcule sua verdadeira idade biológica aqui :




Postado por:Mariana Seabra

Raios ultravioleta e o envelhecimento da pele


O envelhecimento extrínseco (causado pelo stress) apresenta-se como uma intensificação do envelhecimento cronológico (intrínseco) e do aparecimento de características diferentes do envelhecimento comum. Assim, esse é o motivo pelo qual as áreas expostas e não expostas à radiação UV costumam apresentar aspectos muito diferentes.
O estudo da variação dos componentes fundamentais da pele em conseqüência do envelhecimento mostra que a elastina, responsável pela elasticidade cutânea, sofre profundas alterações perdendo a sua qualidade elástica com o avanço da idade. O colágeno, por sua vez, diminui com o passar do tempo, sendo que na pele neonatal, o colágeno está presente na forma de pequenos feixes, alinhados paralelamente à superfície da pele. Na pele envelhecida esses feixes ficam mais apertados e densos.
Com bases em evidencias atualmente disponíveis, o envelhecimento da pele parece ocorrer em paralelo com o decréscimo da síntese de colágeno e/ou aumento da atividade da enzima colagenase.

A foto exemplifica a diferença entre a pele exposta ao sol durante anos (mão) e a pele que esteve sempre coberta, ficando protegida dos raios UV (barriga).
postado por: Érica Freitas

SÁBADO, 18 DE OUTUBRO DE 2008


Culpem a evolução

Há milhões de anos, nossos ancestrais emergiram do mar e evoluíram como mamíferos terrestres, onde encontraram um sério problema: como satisfazer suas necessidades de cálcio, agora que a absorção desse elemento da água do mar não estava mais disponível? Humanos e outros mamíferos desenvolveram uma solução engenhosa para esse desafio, confiando nos nossos próprios esqueletos, onde se encontra 99% do cálcio do corpo. Em um processo conhecido como homeostase do cálcio, o mineral é depositado ou retirado do esqueleto, de forma que os níveis sangüíneos são mantidos dentro de uma faixa estreita, essencial para a condução nervosa, coagulação sangüínea, contração muscular e outros processos fisiológicos vitais. Infelizmente, esse processo está na raiz da osteoporose, porque exige o sacrifício do esqueleto, se isso for necessário, para a manutenção adequada dos níveis sangüíneos de cálcio.O sistema regulatório central da homeostase do cálcio se faz pelos hormônios paratireoidianos (PTH), a vitamina D e a ingestão de cálcio. Quando as glândulas paratireóides (localizadas próximas à glândula tireóide no pescoço) percebem um declínio nos níveis de cálcio circulantes, elas secretam PTH, um hormônio que funciona de várias formas para a elevação dos níveis de cálcio no sangue. O PTH tem uma influência poderosa sobre a osteoporose, por induzir as células de degradação óssea (osteoclastos) a dissolver o osso e liberar cálcio no sangue. O hormônio também estimula os rins a devolver cálcio para o sangue, ao invés de excretá-lo e induz o intestino delgado a absorver com maior eficiência o cálcio dos alimentos - tarefa que o PTH realiza indiretamente pelo aumento da produção de vitamina D do corpo.Cerca de 90% de vitamina D de uma pessoa é sintetizada na pele através da energia dos raios solares ultravioleta (nós também obtemos alguma vitamina D de alimentos como peixes gordurosos e laticínios enriquecidos com vitamina D). Durante o processo de reação química que vai da pele ao fígado e aos rins, o PTH auxilia a transformação de vitamina D3 (a precursora da vitamina D produzida pela ação dos raios ultravioleta quando atingem a epiderme) para a forma mais ativa da vitamina D, agindo diretamente no intestino delgado, aumentando sua absorção de cálcio dos alimentos, de forma que mais cálcio seja oferecido às funções fisiológicas e para a construção de ossos.Uma queda de vitamina D diminui a quantidade de cálcio absorvido dos alimentos e resulta no declínio dos níveis desse elemento do sangue, estimulando as glândulas paratireóides a secretar mais PTH para aumentar os níveis de vitamina D ativada.Pessoas com níveis baixos da vitamina tendem a apresentar uma condição conhecida como hiperparatireoidismo secundário. O nível elevado de PTH serve para manter a vitamina D e o cálcio próximos aos níveis normais, mas também acelera a reabsorção óssea que, em muitas pessoas, conduz à osteoporose.Pesquisas recentes revelaram que os baixos níveis de vitamina D sérica são surpreendentemente comuns, especialmente entre pessoas morando em altas latitudes, onde a exposição ao Sol é limitada.Em estudos envolvendo mulheres mais velhas, suplementos de vitamina D têm sido eficazes para normalizar os níveis da vitamina e prevenir a perda óssea. Recomendo que mulheres acima de 65 anos, vivendo em latitudes nórdicas, ingiram 400 unidades internacionais (IU) de vitamina D diariamente, mais um adicional de 400 IU durante o inverno, quando as densidades ósseas tendem a cair, aumentando o risco de fraturas.Igualmente importante é a ingestão de quantidades adequadas de cálcio (1.000 a 1.500 miligramas por dia). Estudos indicam que a melhor época da vida para a ingestão adequada de cálcio é durante a infância e adolescência, quando picos de massa óssea estão sendo construídos. O mesmo se aplica aos exercícios, que são freqüentemente recomendados para a manutenção da saúde de ossos mais velhos.




Fonte:Scientific American Brasil

Postado por:Mariana Seabra

Restaurando ossos em envelhecimento


A decomposição es rutural por osteoporose pode levar à incapacidade.A compreensão do mecanismo envolvido com o ganho e perda de massa óssea já permite tanto a prevenção como novas opções de tratamento.

por Clifford J. Osen

Maxine LaLiberté, uma nova paciente de 72 anos, chegou com dificuldade ao meu consultório. Relatou ter sido sempre muito ativa. Costumava cuidar dos nove netos e há anos vinha planejando, com seu marido, viajar pelo país em um trailer. Mas agora a dor insuportável entre as omoplatas limitava seus movimentos, fazendo com que se sentisse velha.Eu estava familiarizado com esses sintomas em pacientes idosos. Mesmo sem examiná-la, tinha quase certeza de que uma ou mais vértebras estavam fraturadas como resultado da osteoporose, distúrbio onde a perda de massa óssea pode ser tão severa que causa fraturas espontâneas ou decorrentes de pequenos traumas.A osteoporose aflige cerca de 10 milhões de norte-americanos, especialmente mulheres na pós-menopausa. Metade das mulheres nesse período apresentará problemas relacionados à osteoporose. Por sorte, o panorama dos portadores da doença nunca foi tão bom. Medicamentos capazes de restaurar a perda óssea e, portanto, reduzir substancialmente o risco de novas fraturas, já estão disponíveis.Há uma década, as opções terapêuticas para a osteoporose consistiam basicamente em suplementos de cálcio, analgésicos e, para as mulheres na pós-menopausa, terapia por reposição de estrogênio - tratamentos benéficos, mas imperfeitos. A terapia por reposição de estrogênio, por exemplo, aumenta o risco de ataque cardíaco, derrame, câncer da mama e coágulos sangüíneos. Hoje, em contraste, há medicamentos que reduzem a possibilidade de novas fraturas em até 70% no primeiro ano de tratamento.
Progressos similares têm sido alcançados também no diagnóstico. Até recentemente, uma fratura era, com freqüência, a única pista para o portador de osteoporose. Os médicos agora têm nas mãos um instrumento sofisticado dentro do consultório denominado absorciometria radiológica de energia dupla (DEXA, na sigla em inglês) para mensurar os pontos de densidade mineral dos ossos especialmente suscetíveis a fraturas. O DEXA permite o diagnóstico prematuro da osteoporose - a tempo de iniciar um tratamento capaz de manter os ossos intactos e prevenir fraturas. Além disso, o DEXA pode ser uma ferramenta útil de visualização para avaliar a possibilidade de fraturas futuras em qualquer lugar (ver box).Pesquisas recentes também permitiram uma nova apreciação sobre o papel da hereditariedade na osteoporose. O distúrbio foi durante muito tempo considerado uma condição "traumática", onde décadas de desgaste do esqueleto culminariam em fraturas e dor. Investigações genéticas revelaram, agora, que os genes influenciam a densidade óssea e, conseqüentemente, o risco de fraturas. Esses estudos indicam que diferenças genéticas respondem por até 70% da variabilidade humana em massa óssea, apesar da influência, também, de fatores como hábitos alimentares e exercícios. Aparentemente, vários diferentes genes influenciam a propensão. Ao serem descobertas as variantes genéticas especificamente relacionadas à osteoporose, obteríamos as bases para testes de detecção da suscetibilidade, que poderiam também conduzir a drogas capazes de contra-atacar seus efeitos.

Revertendo o Roubo
A necessidade de melhores opções preventivas e terapêuticas é urgente. A osteoporose, que literalmente significa "ossos porosos", é a causa subjacente de virtualmente todas as fraturas em pessoas acima de 65 anos. As vértebras, a bacia e os punhos são particularmente suscetíveis a fraturas osteoporóticas. Esses ossos quebrados podem causar dor crônica e incapacitante e, no caso da bacia, geralmente antecipam uma série de eventos que podem levar à morte: dos 275 mil norte-americanos idosos que sofrem uma fratura por ano, 20% morrem em 12 meses, devido a coágulos sanguíneos, infecções ou subnutrição. Além dos 10 milhões com osteoporose, somam-se 18 milhões com baixa massa óssea (osteopenia), uma condição não qualificada como osteoporose, mas que eleva o risco para o eventual desenvolvimento do distúrbio.
Testes clínicos aleatórios e em grande escala têm demonstrado que, sem dúvida, os bisfosfonatos mais potentes - alendronato (Fosamax) e risedronato (Actonel) não só previnem uma perda óssea maior, como também podem, na maioria dos pacientes, aumentar a densidade óssea, de 5 a 10% em três anos. Aparentemente modesto, o ganho é suficiente para reduzir em até 50% o risco de fraturas na coluna, bacia e punhos, em um ano de tratamento. Os bisfofonatos são ingeridos somente uma vez por semana e aparentam ser excepcionalmente seguros: exceto por acidez gástrica, os efeitos colaterais são raros. Motivados, em parte, pela busca por drogas mais efetivas contra a osteoporose, cientistas estão estudando como a remodelação óssea é regulada, de forma que aqueles controles possam ser manipulados. Nos últimos dois anos, obtiveram progressos ao provocar as características que regulam a osteoclastogênese - o nascimento e a maturação de osteoclastos, as células que dissolvem o osso. Tanto osteoblastos como osteoclastos se originam pela diferenciação de células precursoras na medula óssea (que também abriga as células produtoras de sangue do corpo). Células conhecidas como estromais maturam como osteoblastos, e macrófagos (um tipo de célula da série branca sanguínea) se diferenciam como osteoclastos. Biólogos observaram que as células estromais e seus descendentes, os osteoblastos, governam a produção dos osteoclastos que degradam o osso pela secreção de três moléculas sinalizadoras: duas promovem o desenvolvimento dos osteoclastos e uma suprime.Bem no início, os osteoblastos secretam uma molécula sinalizadora denominada fator de estimulação de colônias de macrófagos, que se une a um receptor nos macrófagos, induzindo-os a se multiplicarem. Uma segunda substância, RANKL, secretada pelos osteoblastos, se liga a um outro receptor nos macrófagos, induzindo as células a se diferenciarem em osteoclastos. O terceiro produto do osteoblasto, a osteoprotegerina, pode bloquear a formação do osteoclasto por agir como um receptor chamariz - agregando-se ao RANKL e evitando que ele entre em contacto com seu próprio receptor.Teoricamente, qualquer coisa que possa interferir na formação do osteoclasto - e, portanto, com a reabsorção óssea, deveria aumentar a densidade óssea. Está em andamento uma pesquisa envolvendo essa intervenção com base na nova compreensão molecular - a liberação de osteoprotegerina. Injeções da molécula em testes com humanos conseguiram reduzir a velocidade da reabsorção óssea em, pelo menos, 60%. Biólogos também identificaram cerca de uma dúzia de outros sinalizadores químicos envolvidos na coordenação da formação e reabsorção óssea - entre eles o estrogênio, hormônios paratireoidianos e o fator-1 de crescimento semelhante à insulina. O estrogênio circulante exerce distintas influências no corpo pela ação conjunta com seus receptores em vários tecidos do corpo, incluindo útero, mamas, cólon, músculos e ossos. Os médicos sabem, há 50 anos, que o estrogênio ajuda a preservar a densidade óssea, porém os mecanismos moleculares são um mistério. Está claro, agora, que uma das funções do estrogênio é interferir na criação dos osteoclastos.
Mais especificamente, o estrogênio se liga aos osteoblastos no osso, induzindo-os a aumentar a produção de osteoprotegerina e suprimir a sua produção de RANKL - uma combinação de sinais que impede a formação de osteoclastos, mantendo o controle sobre a perda óssea. O declínio de estrogênio na menopausa contribui para a perda óssea, principalmente pela remoção de um freio importante na formação e atividade do osteoclasto. Além disso, o estrogênio parece prolongar a vida dos osteoblastos enquanto, simultaneamente, promove o suicídio dos osteoclastos. O declínio de estrogênio na menopausa, então, atinge as mulheres como uma praga tripla: osteoblastos de vida curta precisam disputar com mais osteoclastos, que possuem um tempo de vida mais longo.

Clifford J. Osen é diretor executivo do aine Center for Osteoporosis Research and Education em Bangor,Maine,e é cientista adjunto do Jackson Laboratory em Bar Harbor, Maine.Obteve seu M.D.no State University of New York em Syracuse,Upstate Medical Center em 1975 e,desde 1993,é professor de clínica no Boston University edical Center. Atualmente preside a American Society for Bone and ineral Research e escreveu vários livros sobre osteoporose e saúde óssea.
Fonte:Scientific American Brasil
Postado por:Mariana Seabra

QUINTA-FEIRA, 16 DE OUTUBRO DE 2008


Nova tecnologia antienvelhecimento

Nesses últimos anos temos acompanhado uma verdadeira revolução na luta contra o envelhecimento cutâneo. Há técnicas seguras e já consagradas como os ácidos rejuvenescedores, filtros solares eficazes de amplo espectro, peelings químicos de várias modalidades, diversos preenchedores de rugas, a insubstituível toxina botulínica, lasers não-ablativos, capazes de estimular a formação de colágeno sem agredir a pele.
Há um ano já dispomos de um revolucionário método de radiofreqüência (Therma Cool), que consiste em aplicação de calor direto na derme para contrair as fibras de colágeno e promover um “lifting térmico”. Isso tudo sem cortes, nem hematomas, e sem curativos. É um método que resfria a camada mais superficial da pele sem agredi-la. Pode ser utilizado na face e no pescoço, e está em estudos a aprovação do Therma Cool no tratamento da acne, estrias e flacidez corporal.
Agora chega ao Brasil o primeiro aparelho de fotomodulação, o Gentle Waves, que utiliza luz liberada através de LED (Luz Emitida por Diodo) para ativar células cutâneas estimulando-as a produzir colágeno. Essa tecnologia converte a energia da luz dentro das células de modo semelhante ao processo da fotossíntese que, nas plantas, utiliza a luz solar transformando-a em energia celular. É um método totalmente natural e não invasivo que proporciona o rejuvenescimento cutâneo e reduz o envelhecimento.
O Gentle Waves não se baseia na energia térmica, portanto não existe nenhum trauma à pele, não há dor ou desconforto e não há efeitos colaterais. É seguro, rápido, pode ser aplicado em todos os tipos de pele e trata áreas grandes como face, colo, pescoço e mãos e é compatível com outras técnicas antienvelhecimento (botox, peelings, lasers, preenchedores, microdermoabrasão). O principal benefício do tratamento é tornar a pele mais macia, mais suave e delicada, mais elástica, com redução na aparência das linhas finas, rugas e vermelhidão. O método foi cientificamente testado e estudos submetidos ao FDA (Food and Drugs Administration) dos Estados Unidos demonstraram 60% de melhora na qualidade da pele facial, do pescoço e do colo.
Essa tecnologia é comparada ao código do acionamento do controle remoto da televisão. Se não houver a combinação adequada o controle não aciona a tevê. Assim, se não houver o código adequado o mecanismo na mitocôndria não será ativado e não produzirá colágeno. Usando o LED é possível modular as células através do aumento de energia na “linha de montagem” dos fibroblastos para estimular a produção de colágeno e reduzir a produção de colagenase (enzima que destrói o colágeno bom).
Num recente estudo realizado na Eastern Virginia Medical School dos Estados Unidos com 90 pacientes, 62% atingiram melhora da aparência da pele ao redor dos olhos, 36% melhoraram ao redor do lábio superior e 25% melhoraram a aspereza da pele. Pacientes ficam sentados em frente a uma tela onde está instalada uma cascata de 2 mil micro- lâmpadas pulsáteis amarelas. O processo inteiro pode ser completado dentro de cinco minutos e os pacientes podem retornar a sua rotina normal sem nenhuma vermelhidão ou descamação. Recomenda-se de 8 a 10 sessões, uma a duas vezes por semana. Os resultados são progressivos e percebe-se melhora a cada tratamento. Pacientes relatam mudanças notáveis por volta da quinta aplicação.

Otávio Macedo é dermatologista em São Paulo, especializado em cosmiatria. É membro fundador da Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia e membro da Academia Internacional de Dermatologia Cosmética

Fonte: http://www.terra.com.br/istoegente/253/saude/index.htm
Postado por: Erica Freitas

SEXTA-FEIRA, 10 DE OUTUBRO DE 2008


Envelhecimento Ativo


Entrevista do Dr. Drauzio Varella com Dr. Wilson Jacob Filho, médico e diretor do Serviço de Geriatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo.

Retirada do site do Dr. Drauzio Varella: http://www.drauziovarella.ig.com.br/



No início do século XX, na Europa desenvolvida, a expectativa de vida ao nascer andava ao redor dos 40 anos. Naquele tempo, homem ou mulher que atingissem essa idade provavelmente estariam se aproximando do final de suas vidas. Hoje, aos 40 anos, eles são considerados jovens. A expectativa de vida praticamente dobrou nesses países no decorrer do século XX e isso trouxe consigo uma série de problemas socioeconômicos. São muitos os que chegam aos 70, 80 anos em condições físicas, às vezes, muito boas, mas aposentados desde os 50 anos, obrigando a Previdência Social a manter o pagamento dos benefícios por um período que não havia sido previsto. Morrer mais tarde criou também problemas sérios no relacionamento familiar, especialmente no que se refere a como lidar com um parente de idade mais avançada. Atualmente, difícil a família que não tenha alguém com 70, 80 anos em condições físicas nem sempre ideais. No entanto, não são poucas as pessoas que envelhecem e chegam aos 80 em plena atividade sem passar pelo processo de decrepitude física e intelectual que tanto nos assusta.
Drauzio - É possível existir um envelhecimento saudável?
Wilson - Não só é possível, como hoje é nosso objetivo encontrar os caminhos que levam ao envelhecimento saudável. Na verdade, ele é produto de várias ações que culminam com a expectativa de vida alongada, mas em condições de exercer todos os papéis que o indivíduo exercia ou gostaria de exercer dentro da sociedade. O envelhecimento saudável impõe não só boa condição física e mental, como também a inclusão social que lhe permita desempenhar tais funções.

Drauzio - O conceito de velhice variou com o tempo. Machado de Assis, por exemplo, em obras escritas há pouco mais de cem anos, referia-se ao velho de 50 anos, quando atualmente homens de 60 praticam "windsurf". Existe um conceito médico que caracterize a velhice?
Wilson - O conceito etário, isto é, exclusivamente baseado na idade cronológica, é no mínimo temporário e vai se modificando com o passar do tempo, tanto que a Organização Mundial de Saúde reconhece não só o idoso, mas criou uma nova terminologia, "muito idoso" ou "very old", para designar o indivíduo que chega aos 80 ou 85 anos de idade.

Drauzio - Segundo o critério da OMS, quem é idoso?
Wilson - Nos países desenvolvidos, é o indivíduo a partir dos 65 anos e, nos países em desenvolvimento, a partir dos 60 anos. No Brasil, portanto, é classificado como idoso quem completa 60 anos de vida. Como se trata de um critério arbitrário, buscamos determinar uma condição funcional através da qual se consiga identificar as possibilidades de cada pessoa em cada faixa etária e entender se são normais ou estão agravadas por algum processo patológico. Delimitar essa condição é fundamental para que se possa afastar de vez o fantasma de que o idoso tem obrigatoriamente limitações funcionais exuberantes e que aos jovens seja imputada uma capacidade funcional absolutamente excepcional. Esses extremos próprios da visão popular são maléficos e prejudiciais para os dois segmentos etários.

Drauzio - Há 50 anos, o paradigma da medicina era aconselhar as pessoas de mais idade a fazerem repouso. Era clássica a imagem do velho de pijama, sentado na poltrona da sala, sem fazer qualquer esforço, sem andar, sem ir sequer à padaria. Esse paradigma foi totalmente rechaçado pela medicina atual.
Wilson - Não só rechaçado como também contrariado. Hoje, entendemos que o envelhecimento ativo conduz ao envelhecimento saudável. Na verdade, essas expressões são quase sinônimas quando empregadas na literatura e nas recomendações cotidianas. O envelhecimento ativo prioriza a atividade física não só após o indivíduo ter atingido faixa de idade mais avançada, mas durante todo o processo. Não se admite mais um período de sedentarismo em que a atividade física seja interrompida por volta dos 20, 25 anos, quando ele se torna um profissional atuante e só seja retomada mais tarde, como forma de tratamento porque já adoeceu. Além disso, é importante manter atividade social, profissional, afetiva e amorosa em todos os sentidos. O idoso precisa compreender que só pertencerá à comunidade se agir como ela age. Caso contrário, será dela excluído naturalmente.
Drauzio - Que tipo de benefício traz manter a atividade física no decorrer de toda a vida e especialmente depois dos 60 anos?
Wilson - A atividade física faz com que o organismo adapte-se a um patamar maior de exigência e de capacidade de resposta. Se olharmos o envelhecimento como um processo contínuo que vai da fase de desenvolvimento máximo até o fim da vida, veremos que ele se caracteriza pela limitação, pela perda progressiva da capacidade de adaptar-se, de responder a uma sobrecarga, seja do cotidiano - correr, subir uma escada, carregar um peso - seja uma sobrecarga artificial ou incomum, como uma doença ou condições climáticas excepcionais. Por isso, a gripe preocupa mais nos idosos do que nos jovens e uma onda de calor mata mais os velhos do que os moços. Na medida em que a atividade física faz com que a pessoa, apesar da idade mais avançada, consiga preservar a capacidade de adaptação funcional, seu organismo terá respostas mais próximas das encontradas nos indivíduos de menos idade, isto é, preserva-se a capacidade de dar resposta à demanda funcional.

Drauzio - Vamos considerar três décadas distintas: dos 60 aos 70, dos 70 aos 80 e acima dos 80 anos. Qual o tipo de atividade física indicada para cada uma dessas faixas etárias?
Wilson - Sua pergunta mostra a evolução do conhecimento sobre esse período da vida. Houve época em que a atividade física ideal para o idoso era nenhuma. Ele deveria ficar em repouso para preservar-se dos eventuais riscos que os exercícios pudessem trazer.

Drauzio - E para morrer do coração mais depressa.
Wilson - Do coração, de tédio ou de outra forma de doença agravada pela imobilidade. Depois, imaginou-se que o indivíduo deveria fazer exercícios que preservassem sua capacidade cardiocirculatória. Nos anos 1970, vivemos a onda dos exercícios aeróbios como os grandes responsáveis pela prevenção de doenças cardiovasculares. Já os anos 1990 e o início do século XXI mostraram que são os exercícios de força que fazem a diferença quando se fala na capacidade funcional do idoso e na prevenção de boa parte das doenças comuns nessa faixa etária. Recentemente, numa entrevista, o próprio Kenneth Cooper, grande defensor do exercício aeróbio como única forma de atividade física saudável, disse que intercala exercícios aeróbios com exercícios de força (aqueles feitos contra uma resistência) para elevar não só massa, mas a qualidade muscular, ou seja, a capacidade de o indivíduo utilizar seus músculos quando necessário.

Drauzio - Uma coisa é dizer - você precisa correr e levantar peso - para um homem de 60 anos, magro e em boas condições físicas e outra bem diferente fazer a mesma recomendação para quem tem 80 anos e está debilitado. Como você orienta seus pacientes?
Wilson - Ou para uma senhora que nunca praticou uma atividade física sistemática, foi dona de casa e exclusivamente se ateve às tarefas domésticas. A primeira coisa que faço é mostrar para essas pessoas que existem atividades, que não o uso de medicamentos, responsáveis por sua saúde. Segundo passo: uma vez que a pessoa esteja motivada para experimentar uma atividade física como forma de promoção de saúde, é preciso explicar-lhe os tipos de exercícios que promoverão o benefício almejado. Queixa muito comum do indivíduo que envelhece é a restrição para realizar determinadas ações. Subir um degrau, o degrau do ônibus, por exemplo, é um desafio ergonômico tanto do ponto de vista de amplitude de movimentos quanto de força de impulsão. É fácil demonstrar, mesmo no consultório, que para realizar esse ato corriqueiro fazem falta força de contração muscular e amplitude articular. A pessoa que não consegue abotoar um botão nas costas, levantar os braços acima da cabeça, ou andar alguns metros, não tem simplesmente idade mais avançada. O fator idade está agravado pela falta de competência e de treinamento muscular. Os exercícios físicos promovem benefícios em curto espaço de tempo. Algumas semanas depois de ter começado a praticá-los contra uma resistência de três quilos, por exemplo, o indivíduo percebe que já dobrou a carga. Isso lhe dá a convicção de que vale a pena continuar insistindo.

Drauzio - Na verdade, o músculo continua respondendo com hipertrofia independentemente da idade que a pessoa tenha.
Wilson - Continua respondendo a vida toda. Existem evidências científicas das mais variadas para mostrar que o músculo do idoso, quando submetido a treinamento organizado, responde de forma semelhante ao do jovem. Levando em conta o patamar geralmente mais baixo em que se iniciam os exercícios, tanto do ponto de vista da função medida com o desempenho, quanto do ponto de vista histológico, pode-se dizer que o músculo do mais velho responde da mesma maneira que o do jovem. Isso não quer dizer que o idoso, que treina, ficará jovem outra vez, mas que terá um acréscimo de força e competência muscular exatamente igual ao que o jovem sedentário teria começando e mantendo o treinamento durante o mesmo período. As curvas de ascensão são absolutamente idênticas e, em algumas semanas de treinamento, o idoso poderá adquirir condições musculares ou funcionais muito superiores ao do jovem que não participou do experimento.

Drauzio - Qual o papel do exercício físico na prevenção das doenças reumatológicas, um dos problemas sérios que enfrentam as pessoas de idade avançada, que muitas vezes não conseguem abotoar a camisa e ficam dependentes dos outros?
Wilson - Um dos motivos de queixa mais freqüente nos idosos são limitações articulares associadas às dores articulares, que se misturam e acabam conhecidas popularmente pelo codinome de reumatismo. Em geral, o reumatismo no idoso depende das doenças osteoartrose e osteoartrite, responsáveis pelas dores nos joelhos, quadril, tornozelos, mãos, ombros, costas e na coluna cervical. O reumatismo tem como característica a degeneração, a perda da mobilidade articular sem que haja um processo inflamatório propriamente dito, razão pela qual o uso indiscriminado de medicamentos antiinflamatórios pode prejudicar em vez de ajudar. Trazem alívio imediato e também conseqüências muito mais graves do que a própria doença. Pergunta-se, então, o que o exercício físico faz em termos de melhora dos sintomas. Primeiro, na quase totalidade dos casos, quando realizado na juventude ou na idade adulta, impede a instalação de vícios posturais ou de uso que levarão à piora da doença no futuro. Segundo, aumenta a competência e o vigor muscular, o trofismo muscular, o que impede a manifestação da dor, embora a doença tenha se estabelecido em determinada articulação. Em outras palavras, todos os indivíduos que têm dores localizadas, quando fazem exercícios que promovem crescimento da massa muscular ao redor da articulação comprometida, desenvolvem uma estabilidade nessa articulação que lhe permitem usá-la sem dor. Portanto, a terapêutica pelo exercício, seja pela fisioterapia, seja pela atividade física a posteriori da isenção da dor, é benéfica tanto para tratamento como para prevenção de dores futuras.

Drauzio - O problema mais grave do envelhecimento talvez seja a deterioração do sistema nervoso central, a deterioração dos processos cognitivos. Você acha que, dependendo do número de anos que vivamos, todos vamos chegar a uma fase em que perderemos o contato com o mundo que nos cerca?
Wilson- Acho que não. Acho que essa situação resulta de uma doença como qualquer outra que pode acometer os indivíduos com idade mais avançada, uma vez que raramente se manifesta antes dos 60 anos. Antigamente era conhecida como esclerose cerebral - ah, fulano está esclerosado -, mas hoje existe o consenso de denominar de demência essa perda da capacidade de raciocínio advinda de uma doença, e a mais comum no nosso meio é a Doença de Alzheimer. Infelizmente ainda não conhecemos exatamente os mecanismos pelos quais se desenvolve. O fato de existir um caso na família não significa que todos vão ter o mesmo destino. Casos familiares de Alzheimer são bastante raros. Se desconhecemos as causas exatas dessa enfermidade, sabemos que existem fatores de proteção e fatores de agressão. Então, respondendo a sua pergunta. Nem todas as pessoas que envelhecem terão esse tipo de acometimento. A maioria chegará ao limite da vida gozando de plena consciência e equilíbrio mental. Hoje sabemos que quanto mais desenvolvida foi a atividade mental e intelectual, não necessariamente a escolaridade, quanto mais o indivíduo usou seu cérebro, quanto mais exercícios mentais fez, menor a probabilidade de desenvolver demência. E, se desenvolver, será postergado o início da doença. Portanto, a lei de uso e desuso também funciona neste aspecto. Por outro lado, doenças sistêmicas que acometem o organismo como um todo, são agravantes das doenças mentais. Diabetes e hipertensão mal controlados, alcoolismo, tabagismo e, especialmente, as doenças vasculares cerebrais são fatores agressores ou de risco para doenças mentais. Portanto, o caminho a seguir para evitar que nos tornemos pessoas mentalmente limitadas no futuro é cuidar da saúde continuamente, evitar que doenças crônicas permaneçam sem controle e, acima de tudo, dar ao cérebro razões e motivos para estar constantemente funcionando, mesmo depois do término das atividades profissionais. Aquele senhor que almejava vestir o pijama e ficar em casa depois da aposentadoria, ou a senhora cuja grande atividade mental é o cotidiano da cozinha ou uma sessão de tricô no fim da tarde estão permitindo que regrida a capacidade cerebral de ação entre os neurônios. Novas tarefas, novas vivências, novos projetos são sempre bem-vindos quando se trata de preservar a atividade cerebral.

Drauzio - Você poderia dar um exemplo?
Wilson - A Universidade da Terceira Idade é um grande exemplo. A maioria da nossa população com mais de 60 anos jamais teve a chance de freqüentar uma universidade, mas elas estão aí, assim como estão os Grupos de Terceira Idade e os Centros de Convivência. Nesses locais, preparados para atendê-lo, o indivíduo exercerá funções que provavelmente nunca teve oportunidade de fazê-lo. Muitas pessoas procuram a Universidade da Terceira Idade para serem alfabetizadas. Outras para fazer o curso de Geografia ou História da Arte com o qual sempre sonharam, ou uma atividade lúdica, ou uma atividade profissionalizante. Todas saem de lá com duas certezas adquiridas. Primeira: percebem que podem aprender. Aquilo que aparentava ser um período de decadência em suas vidas, na verdade não é. Existe a possibilidade de ascendência, mesmo que não tenha acontecido antes. Segunda: passam a ver o universo de maneira diferente. O ângulo de visão que era fechado abre-se para um mundo novo. Todas as formaturas de alunos da terceira idade têm mostrado esse tipo de perspectiva. O indivíduo olha para um futuro por um ângulo aberto, de uma maneira absolutamente inusitada em sua vida.

Drauzio - É comum encontrar homens e mulheres de 40 anos queixando-se da memória que falha. Isso é real ou uma impressão subjetiva? A memória tende a desaparecer com a idade?
Wilson - Antes de dizer que ela vai se modificando com a idade, é preciso deixar claro que existem várias memórias: a de longa duração, a memória imediata (eu me lembro da pergunta que você acabou de fazer para dar a resposta), a memória recente (lembro hoje a recomendação que me foi feita ontem), a memória do passado, da infância. Em geral, a que mais apresenta comprometimento com o passar da idade, independentemente de qualquer doença, é a memória para fatos imediatos. O fenômeno da demência compromete a memória, mas é uma doença que pode ser diagnosticada e tratada. O indivíduo que envelhece sem doença mental, como eu disse a grande maioria, percebe as alterações da memória. Na fase de adulto jovem, elas estão associadas mais a um déficit de atenção. O próprio reclamante afirma que para determinados fins sua memória é ótima, mas que acaba esquecendo coisas menos importantes. É um problema seletivo. Quando fazemos testes de memória nos idosos, comparando-os com os jovens, percebemos que os idosos de boa memória usam estratégias mneumônicas muito interessantes. O mais óbvio é que anotam os compromissos daquele dia: contas a pagar, compras a fazer, etc. É muito comum também estabelecerem relações que facilitam guardar determinados eventos. Por exemplo, se conhecem uma pessoa chamada Wilson, relacionam esse nome com o de um tio avô que tinha um nome parecido e não se esquecem mais dele. O jovem, por acreditar que sua memória é infalível, não usa essas regras mneumônicas e se esquece do que deveria fazer. Depois, reclama que está ficando velho, o que é absolutamente inverídico.

Drauzio - Existem exercícios para a memória?
Wilson - Existem hoje o que chamamos de clínicas de memória, onde o indivíduo é reestimulado a prestar atenção nos detalhes. O detalhe é um fator mneumônico que leva a informação a possuir uma rede de busca ampliada. Essas pequenas oficinas de memória como as que existem no Hospital das Clínicas, por exemplo, permitem ao indivíduo descobrir formas de guardar os elementos de seu cotidiano, evitando a perda de memória e o constrangimento que isso traz.

Drauzio - Essa perda de memória que vem com a idade não pode ser atribuída ao acúmulo de informações armazenadas no cérebro aos 50 anos, uma vez que aos 20 o acervo era bem menor? Wilson - Sem dúvida nenhuma o armazenamento das informações é cumulativo. Curiosamente, as adquiridas no passado são mais preservadas do que as do cotidiano, o que confirma sua idéia. Como há menos espaço, a memória precisa ser seletiva. Por isso a nova informação só passa para seu patrimônio se for realmente muito importante. Caso contrário, ou terá uso imediato ou será apagada.

Drauzio - Gostaria de ouvir sua opinião sobre os tratamentos para retardar o envelhecimento.
Wilson - Todos os tratamentos conhecidos até hoje carecem de justificativa científica. Não existe até o momento nenhum tratamento à base de remédios ou de dietas capaz de promover o retardo ou a regressão do envelhecimento. A única coisa que se conhece são os mecanismos que postergam as decrepitudes, as limitações e que favorecem o envelhecimento saudável.

Drauzio - Que conselhos você daria para as pessoas que estão passando dos 60 anos?
Wilson - Antes de mais nada, elas devem ter certeza de que vão viver muito. Nunca na história do ser humana houve a expectativa de se viver mais de 60 anos como há agora. Depois devem planejar como querem viver esse tempo e para tanto seria útil ouvir a opinião de profissionais que têm conhecimento do assunto. Por fim, é fundamental querer viver bem todos os anos que têm pela frente e não aceitar de forma passiva os acontecimentos. A chave do sucesso está em participa ativamente do processo de envelhecimento.
postado por: Julia Horita

O que provoca o envelhecimento? - Liz Ward

traduzido por HowStuffWorks Brasil

Há poucas diferenças físicas entre um grupo de alunos da primeira série. Porém, se você der uma olhada no mesmo grupo 65 anos depois, as diferenças físicas são em número muito maior do que as semelhanças. Alguns serão símbolos da saúde, ao passo que outros estarão lutando com um ou mais problemas crônicos. Uns estarão vigorosos; outros, letárgicos.

À medida que envelhecemos, vamos ficando cada vez menos fisicamente parecidos com nossos semelhantes. Isso acontece em razão da soma de nossas experiências de vida. Aos seis anos, ainda não aconteceu muita coisa a nossos corpos a ponto de nos deixar radicalmente diferentes dos outros. Na meia-idade e na terceira idade, já tivemos décadas para desenvolver e manter hábitos que causam grandes impactos sobre nossa saúde, tanto positiva quanto negativamente. O ambiente também afeta nossa saúde, incluindo o local onde trabalhamos e vivemos e o quanto nos expomos a doenças contagiosas. O ato de envelhecer é universal, mas cada um de nós passa por isso de maneiras diferentes.

Quando estamos velhos?
O envelhecimento pode até ser inevitável, mas o ritmo em que ele acontece não é. O motivo e a maneira como nossos corpos envelhecem ainda estão envoltos em bastante mistério, embora estejamos aprendendo mais a cada ano que passa. Os cientistas, no entanto, acreditam que a idade cronológica tem pouco a ver com a idade biológica, ou seja, o número de velas em seu bolo de aniversário só funciona como um marcador de tempo e, na verdade, diz muito pouco sobre sua saúde.

Natureza ou criação?
As complexidades do envelhecimento dificultam a descoberta do motivo exato pelo qual uma pessoa envelhece bem, enquanto outra parece e age como se fosse mais velha do que realmente é. Boa saúde e resistência são passados de geração para geração como olhos azuis e cabelos loiros? Ou será que são produto do ambiente, incluindo os alimentos que comemos, a exposição a compostos químicos perigosos ou doenças contagiosas ou a falta de exercícios regulares? Certamente todos têm sua importância, mas ainda não sabemos qual exerce mais influência.Os genes são muito bons em prever a saúde e a longevidade, ou doenças e morte, mas são apenas uma parte da história toda. Se seus pais e avós chegaram bem aos 90 anos, são boas as chances de que você também consiga, contanto que não abuse de seu corpo no meio do caminho (cientistas dizem que toda a genética pára de exercer influência quando chegamos aos 80, pois a partir daí o histórico familiar não afeta a longevidade, ou afeta pouquíssimo).
Caso seu pai tenha morrido jovem com um ataque do coração ou sua mãe tenha tido câncer, você pode estar geneticamente predisposto a ter essas doenças. Os cientistas do Projeto Genoma Humano continuam a descobrir mais e mais determinantes genéticos para doenças crônicas e fatais.
Embora os genes determinem, parcialmente, quem irá desenvolver problemas crônicos que aceleram o processo de envelhecimento, como câncer e doenças cardíacas, não há dúvidas de que um estilo de vida saudável é sua melhor arma contra seus genes, ou mesmo a chave de ouro, caso já tenha genes bons.
Um homem cujos pais e irmãos tenham morrido de ataque cardíaco durante os 40 e 50 anos de idade pode escapar do mesmo destino ao se exercitar regularmente e manter seus níveis de colesterol e peso corporal sob controle. Por outro lado, um homem sem nenhuma predisposição genética para doenças do coração pode criar problemas cardíacos se comer alimentos gordurosos e que obstruem as artérias ou levar um estilo de vida totalmente sedentário.
Estilos de vida saudáveis atrasam várias das mudanças trazidas pela idade e nunca é tarde demais para pegar a estrada da saúde. Ingerir alimentos nutritivos ajuda muito a garantir a boa saúde; por exemplo, obter quantidade suficiente de cálcio e vitamina D em qualquer idade irá retardar o início e a progressão da osteoporose, uma doença óssea que causa dor, fraturas, hospitalização e até morte para os mais velhos.
Caso seja um fumante e decida parar, em qualquer momento de sua vida, já terá diminuídas as chances de ter um ataque cardíaco. Praticar exercícios ou tornar-se mais ativo fisicamente aumenta o funcionamento pulmonar e diminui o risco de um ataque cardíaco, independentemente de sua idade.

Como envelhecemos?
As células, unidade mais básica do corpo, estão no cerne de qualquer discussão sobre o envelhecimento. Temos trilhões de células e elas se dividem em diferentes tecidos que compõem órgãos, como seu cérebro, coração e pele.Algumas células, como as que revestem o trato gastrointestinal, reproduzem-se continuamente, ao passo que outras, como as células no interior das artérias, ficam dormentes e se replicam em resposta a ferimentos. Há outras, contudo, incluindo as células cardíacas, nervosas e musculares, que não podem se reproduzir. Algumas dessas células que não se reproduzem possuem curtos períodos de vida e devem ser substituídas continuamente por outras células (células vermelhas e brancas do sangue são bons exemplos disso).
Outras, como as células nervosas e cardíacas, vivem por anos ou até décadas. Ao longo do tempo, a morte celular ocorre em um ritmo mais rápido do que a produção celular, o que nos deixa com menos células. Como resultado, ficamos com uma capacidade menor de reparar o desgaste do corpo e com nosso sistema imunológico comprometido. Acabamos ficando mais suscetíveis a infecções e menos eficientes na tarefa de procurar e destruir células mutantes que poderiam causar tumores. Na verdade, vários adultos mais velhos sucumbem a problemas a que teriam resistido quando eram mais jovens.
Embora a morte celular seja a base necessária para a compreensão do processo de envelhecimento, não é o único fator. Esse processo é extremamente complicado e costuma ser difícil distingüir entre as alterações que são resultado do tempo e as que derivam de condições médicas mais comuns, incluindo pressão alta e doenças cardíacas.
O envelhecimento é o declínio inevitável da resistência do corpo levando à diminuição das capacidades, tanto mentais quanto físicas. Algumas alterações da idade afetam a todos nós. Um exemplo é a diminuição da qualidade da visão: consideramos normal a necessidade de óculos para compensar a perda de visão, principalmente porque esse problema afeta todo mundo que viver muito tempo.
Por outro lado, a catarata, formações no cristalino do olho que nublam nossa visão, pode ser prevenida e não é considerada parte do processo de envelhecimento, apesar de surgir predominante em pessoas mais velhas. Para complicar ainda mais, os órgãos envelhecem em velocidades diferentes, o que explica o motivo de alguém de 50 anos conseguir ouvir tão bem quanto alguém 20 anos mais novo, mas, ao mesmo tempo, ter artrite e pressão alta.

Há várias teorias sobre as causas do envelhecimento. Algumas dizem que o envelhecimento está pré-programado em nossas células, ao passo que outras afirmam que o envelhecimento é o principal resultado dos danos sofridos por nossas células. Embora ninguém consiga realmente explicar o processo do envelhecimento por completo, aí vai uma amostra:
Que som é esse? De acordo com a teoria, é seu relógio biológico, movendo-se a um ritmo pré-determinado. Essa mesma teoria diz que o DNA, o material genético das células, tem a data de morte marcada desde o dia em que você nasce. Embora essa teoria pareça fatalista na superfície, lembre-se de que biologia não tem nada a ver com destino. Não dá para mudar seus genes, mas é possível diminuir o ritmo do tempo com boa alimentação e atividade física regular.
Seu corpo produz hormônios que ajudam a regular inúmeras funções, incluindo crescimento, comportamento, reprodução e sistema imunológico. Na juventude, a produção hormonal é alta, mas, conforme se vai envelhecendo, os níveis hormonais caem diminuindo a capacidade do corpo de se reparar e se manter funcionando perfeitamente.
O trabalho das células produz dejetos. Ao longo do tempo, as células acabam produzindo mais dejetos do que conseguem eliminar, o que pode afetar sua própria capacidade de funcionamento e lentamente levar à morte. A lipofuscina, ou pigmento do envelhecimento, é um dos dejetos encontrados principalmente em células nervosas e nos músculos cardíacos. A lipofuscina, que liga gordura a proteínas nas células, vai se acumulando com o tempo e pode interferir no funcionamento celular.
O colágeno da proteína está no centro dessa teoria. O colágeno, algo como a cola do corpo, é uma das proteínas mais comuns na composição da pele, ossos, ligamentos e tendões. Na juventude, ele é flexível, mas conforme envelhecemos vai se tornando mais rígido e encolhe. É por isso que sua pele fica menos elástica do que antes.Deixando a estética de lado, ligações cruzadas podem bloquear o transporte de nutrientes para as células e obstruir a remoção de dejetos. Os radicais livres são saqueadores que circulam por seu corpo, prontos a atacar células saudáveis, sendo produzidos como parte das milhões de reações químicas realizadas por seu corpo para sustentar a vida.
Além disso, seu corpo também produz radicais livres em resposta a toxinas do ambiente, como quantidade excessiva de exposição desprotegida à luz do sol e à fumaça do cigarro. Os radicais livres oxidam suas células (assim como o metal, que enferruja). Como são moléculas desequilibradas e voláteis, sacrificam as células saudáveis para ficarem mais estáveis.
Ao fazer isso, os radicais livres destroem ou alteram o DNA, o diagrama genético da célula, e afetam várias outras funções celulares. Os radicais livres podem matar as células como resultado de seus ataques ou criar células mutantes que levam a outros problemas crônicos, incluindo câncer e doenças cardíacas. Felizmente, o corpo tem um sofisticado sistema de defesa contra os radicais livres. Infelizmente, porém, essas defesas perdem eficácia com o tempo e os danos celulares se tornam maiores.
Essa teoria também poderia ser chamada de Teoria Use e Perca. A idéia é de que o uso e o excesso de uso dos órgãos os deixa cada vez mais perto da destruição. Acredita-se que a alimentação ruim, o excesso de álcool e o fumo aceleram o desgaste natural do corpo. Com a idade, o corpo perde sua capacidade de se reparar.
Como ocorre o desgaste? Os radicais livres, que causam os danos celulares, podem ser os culpados. Assim como a idéia do desgaste, essa teoria diz que você nasce com uma certa quantidade de energia. Se viver em ritmo 'rápido', vai morrer jovem, já que usou suas reservas de energia mais rapidamente. Já as 'pessoas relaxadas', que sofrem menos estresse e levam a vida com mais tranqüilidade, conseguiriam viver mais se essa teoria se mostrar correta.
A defesa mais importante contra germes e toxinas é um sistema imunológico forte. São as células brancas que englobam e destroem possíveis pestes, como as bactérias e os vírus. Além disso, elas ainda fabricam anticorpos, os 'soldados' que patrulham a corrente sangüínea, atacando e desarmando qualquer substância que não reconheçam como parte do corpo.
O problema é que o sistema imunológico perde sua eficiência com o tempo, fazendo com que menos anticorpos sejam produzidos e aumentando seu risco de contrair infecções. E mais: o corpo pode começar a produzir anticorpos que destroem seu próprio tecido, as chamadas doenças auto-imunes, como lúpus e artrite reumatóide.Para aprender mais sobre a saúde em idades avançadas, confira:
Saúde em idades avançadas (em inglês)
O processo de envelhecimento
Como funciona o envelhecimento? (em inglês)

SOBRE OS AUTORES:Elizabeth Ward, M.S., R.D., é nutricionista e escritora. Ela escreveu ou co-escreveu cinco livros, incluindo Super nutrition after 50 (Supernutrição após os 50) e The complete idiot's guide to feeding your baby and toddler (O guia básico completo para alimentar seu bebê). Ward é a editora de nutrição de Muscle & Fitness Hers, editora colaboradora da Environmental Nutrition e escritora colaboradora do site WebMD.com.Jeffrey Blumberg, Ph.D., F.A.C.N., C.N.S. é professor de ciência e políticas nutricionais e diretor do Laboratório de Pesquisa de Antioxidantes no Centro de Pesquisas Jean Mayer sobre Envelhecimento, mantido pelo Departamento de Agricultura dos EUA, na Tufts University. Além de já ter redigido mais de 180 artigos de pesquisa em publicações científicas analisadas por seus colegas, ele trabalhou no Surgeon General's Workshop sobre Promoção da Saúde e Envelhecimento, no Comitê de Medicina Esportiva do Comitê Olímpico dos Estados Unidos, na Diretoria da American Aging Association (Associação Americana de Envelhecimento), na Consulta da OMS/OAA para a Preparação e Uso de Diretrizes Nutricionais Baseadas em Alimentos, no Comitê Conselheiro de Alimentos da FDA (Administração de Drogas e Alimentos dos EUA) e na Consulta Especializada da OMS para o Desenvolvimento de Diretrizes Alimentares para os Idosos. Atualmente faz parte da diretoria editorial de várias publicações científicas, entre elas o Journal of the American College of Nutrition, o Journal of Nutrition for the Elderly, o Journal of Medicinal Food e o Antioxidants & Redox Signaling.


postado por: Mariana Seabra e Julia Horita

QUINTA-FEIRA, 9 DE OUTUBRO DE 2008


09/10 - Dia Mundial da Visão


Dia Mundial da Visão: doenças relacionadas à idade são tema de campanha

A visão é o primeiro sentido a sofrer os efeitos do envelhecimento - já aos 40 anos muita gente é obrigada a usar lentes de correção para vista cansada (presbiopia). Mas a idade pode trazer problemas mais sérios, como catarata, degeneração macular e glaucoma - doenças que podem levar à cegueira. Esse é o foco escolhido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para esta quinta-feira, Dia Mundial da Visão. O slogan da campanha é "Olhos no futuro - lutando contra a deficiência visual do idoso".

A data faz parte do Programa Visão 2020, criado em 1999, que busca eliminar a cegueira evitável nos próximos 12 anos. No Brasil, é coordenado pelo Ministério da Saúde, por organizações não-governamentais, profissionais e grupos da sociedade civil.



A OMS estima que 314 milhões de pessoas sofram algum tipo de deficiência visual em todo o mundo. Dessas, 37 milhões são cegas. O Brasil tem cerca de 4 milhões pessoas com deficiência visual e aproximadamente 1,25 milhão de cegos, segundo a Sociedade Brasileira de Oftalmologia.





Catarata:



O Conselho Brasileiro de Oftalmologia informa que mais de 50% dos casos de cegueira no país devem-se a catarata não operada. A doença, que é a única causa evitável de perda de visão, é definida como qualquer opacificação do cristalino que atrapalhe a entrada de luz nos olhos.


Alguns fatores podem provocar ou acelerar o aparecimento do problema, como o uso de esteróides, doenças metabólicas, traumas e exposição a raios UV, entre outros. A correção é feita por cirurgia.




Glaucoma:





Estima-se que existam cerca de 900 mil portadores de glaucoma no Brasil. A doença, que provoca lesão no nervo ótico, leva à cegueira irreversível quando não diagnosticada a tempo. O tratamento geralmente é feito com colírios e, em alguns casos, opta-se pela cirurgia.








Degeneração macular relacionada à idade:

Ocorre geralmente a partir dos 60 anos e afeta a área central da retina (mácula), provocando baixa visão central, dificultando principalmente a leitura. Os danos à visão central são irreversíveis, mas a detecção precoce e os cuidados podem auxiliar no controle da doença. A fotocoagulação por laser é indicada em alguns casos.





Doação de córneas

Mais de 26 mil brasileiros aguardam um transplante de córneas, segundo o último levantamento do Ministério da Saúde, relativo ao primeiro semestre do ano. Por isso, o Conselho Brasileiro de Oftalmologia também aproveita o Dia Mundial da Visão para conscientizar as pessoas sobre a importância da doação.

No a site do Conselho há informações sobre córneas, relação de bancos de olhos de todo o país e referências sobre como e quem pode doar.



Reportagem retirada de: http://cienciaesaude.uol.com.br/ultnot/2008/10/08/ult4477u1024.jhtm
Imagens da SBO (Sociedade Brasileira de Oftalmologia)





postado por: Julia Horita

QUARTA-FEIRA, 8 DE OUTUBRO DE 2008


Fatores relacionados ao envelhecimento

Envelhecer faz parte da nossa história, mas cuidados básicos podem suavizar seus efeitos. Assim, rugas e cabelos brancos podem ser adiados com uma vida saudável, boa alimentação, bastante água, prática de exercícios físicos e proteção do sol.
A pele envelhecida se caracteriza por ser fina, sem elasticidade, apresentar rugas finas e aprofundamento das linhas de expressão. O envelhecimento pode se dar pelas características genéticas que herdamos ou devido a fatores ambientais e hábitos de vida, como fumo, alimentação inadequada, falta de exercícios físicos etc.

FATORES RELACIONADOS AO ENVELHECIMENTO DA PELE

Radiação solarA radiação solar atua na pele causando desde queimaduras até foto envelhecimento e aparecimento dos cânceres de pele. Várias alterações de pigmentação da pele são provocadas pela exposição solar, como as manchas, pintas e sardas. A pele foto envelhecida é mais espessa, por vezes amarelada, áspera e manchada. Pessoas com pele envelhecida pelo sol têm maior probabilidade de desenvolver câncer e lesões pré-cancerosas.

CigarroPessoas fumantes possuem marcas acentuadas de envelhecimento na pele. O calor da chama e o contato da fumaça com a pele provocam o envelhecimento e a perda de elasticidade cutânea. Além disso, o fumo reduz o fluxo sangüíneo da pele, dificultando a oxigenação dos tecidos. A redução deste fluxo parece contribuir para o envelhecimento precoce da pele e para a formação de rugas. Rugas acentuadas ao redor da boca são muito comuns em fumantes.

Álcool
O consumo de álcool influi no metabolismo. Altera a produção de enzimas e estimula a formação de radicais livres, que causam o envelhecimento. A exceção à regra é o vinho tinto, consumido moderadamente, que contém flavonóides, que têm ação antioxidante.

Movimentos muscularesO movimento repetitivo e contínuo de alguns músculos da face aprofunda as rugas, causando as chamadas marcas de expressão, como as rugas ao redor dos olhos. Já a atividade muscular é importante para o organismo como um todo, tornando a pessoa mais disposta, melhorando seu físico e também a sua saúde.

Radicais livres
São uns dos maiores causadores do envelhecimento cutâneo. Os radicais livres se formam dentro das células pela exposição aos raios ultravioleta, pela poluição, estresse, fumo, etc. Acredita-se que os radicais livres provocam a degradação do colágeno (substância que dá sustentação à pele) e a acumulação de elastina, que é uma característica da pele fotoenvelhecida.

Bronzeamento Artificial
A Sociedade Brasileira de Dermatologia condena formalmente o bronzeamento artificial que pode causar o envelhecimento precoce da pele (rugas e manchas) e formação de câncer de pele.

Envelhecimento e Alimentação
Uma dieta não balanceada contribui para o envelhecimento da pele. Assim como a ingestão de líquidos é importante para a saúde geral e também para a hidratação do organismo, a dieta é importante para manter a pele saudável. Existem elementos que são essenciais e devem ser ingeridos para repor perdas ou para suprir necessidades, quando o organismo não produz a quantidade diária suficiente. São eles: água em abundância, vegetais, frutas, peixe, carnes magras, etc. Enfim, toda a gama de alimentos que contenham as vitaminas, proteínas e fibras necessárias ao organismo e que ajudem a prevenir os radicais livres, que aceleram o processo do envelhecimento.

Tratamento do Envelhecimento
Sabendo-se do papel do sol no envelhecimento da pele, qualquer tratamento de rejuvenescimento obrigatoriamente começa com filtro solar! Como regra “básica” devemos preferir os filtros com FPS 15 ou maior, que protejam contra os raios UVA e UVB. Outros tratamentos podem ser indicados pelo dermatologista, como técnicas de preenchimento, cirurgias e a aplicação de medicamentos. Os dermatologistas têm os conhecimentos necessários para fazer esta indicação e prescrever o melhor tratamento para cada caso.

http://www.sbd.org.br/publico/temas/envelhecimento.aspx
Postado por: Erica Freitas


Viver mais sem comer menos


Agência FAPESP-13/6/2008
Por Fábio de Castro

Na década de 1930, cientistas demonstraram que uma dieta com poucas calorias retardava o envelhecimento, aumentando a longevidade dos animais. Agora, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) conseguiram promover em camundongos os mesmos efeitos benéficos da dieta de restrição calórica sem precisar diminuir a quantidade de alimento.
A estratégia consistiu em tratar os animais com uma droga que diminui o aproveitamento energético das mitocôndrias. Além de aumentar em cerca de 10% a longevidade, o tratamento reduziu os índices ligados à síndrome metabólica – o conjunto de fatores de risco cardiovascular que inclui diabetes, hipertensão arterial, distúrbios lipídicos e obesidade.
O estudo, coordenado por Alicia Kowaltowski, professora do Departamento de Bioquímica da USP, foi publicado no site e em breve sairá na edição impressa da revista Aging Cell.
A mitocôndria é uma organela celular que, com o uso do oxigênio da respiração, converte a energia dos alimentos em energia química, ou trifosfato de adenosina (ATP), vital às atividades celulares.
De acordo com Alicia, a estratégia utilizada se baseou no mecanismo conhecido como desacoplamento mitocondrial. "O desacoplamento consiste em diminuir a síntese de ATP mantendo a mesma quantidade de alimento", disse à Agência FAPESP. O estudo tem apoio da FAPESP na modalidade Projeto Temático.
Segundo a cientista, para sintetizar o ATP, a mitocôndria gera um gradiente de prótons – isto é, fica mais positiva do lado de fora do que em seu interior. Esse gradiente serve como fonte de energia para a síntese de ATP.
"A droga que utilizamos, o dinitrofenol, diminui esse gradiente de prótons, deixando que alguns deles voltem para dentro da mitocôndria sem que haja síntese de ATP", explicou.
O dinitrofenol é conhecido há muito tempo e, na década de 1930, já era utilizado como droga para o emagrecimento. Mas, apesar de eficaz, seu uso causava controvérsias, uma vez que a dose terapêutica estava muito próxima da dose tóxica.
"O que fizemos foi utilizar o dinitrofenol em uma dose muito menor para mostrar que a diminuição do aproveitamento de energia da mitocôntria é capaz de prevenir os efeitos do envelhecimento", afirmou Alicia.
O estudo teve participação da professora Marisa Medeiros e das estudantes Camille Caldeira da Silva, Fernanda Cerqueira e Lívea Barbosa, que realizaram os experimentos.
Segundo Alicia, o grupo já havia realizado um estudo semelhante, em 2004, em um modelo de envelhecimento de leveduras. "A partir daquele estudo em células in vitro resolvemos testar a estratégia em animais", disse.
O objetivo da pesquisa foi mimetizar os efeitos de uma dieta de restrição de calorias para diminuir o aproveitamento energético, mas sem reduzir a quantidade de comida ingerida.
"Assim como os humanos, os camundongos tendem a engordar quando envelhecem. Os que foram tratados com o dinitrofenol, no entanto, ganharam menos peso à medida que envelheciam, apesar de comerem a mesma quantidade do que os outros", afirmou.
O ganho de peso, segundo a pesquisadora, está associado ao aumento dos níveis de glicemia, triglicérides e insulina, características da síndrome metabólica. "Nos camundongos submetidos à estratégia todos esses indicadores estavam diminuídos." Lesões por radicais livres
Segundo a professora do Departamento de Bioquímica da USP, o estudo não pretende sugerir o dinitrofenol como opção terapêutica, devido a seus efeitos tóxicos. "A idéia foi demonstrar que a manipulação das funções da mitocôndria é muito eficaz para controlar o envelhecimento e o ganho de peso", disse.
O estudo demonstrou também que a estratégia é eficiente para diminuir as lesões provocadas por radicais livres – outra das causas do envelhecimento.
"À medida que envelhecemos, acumulamos lesões por radicais livres nas moléculas. Sabemos que a restrição calórica diminui a geração de radicais livres na mitocôndria, diminuindo também essas lesões. Comprovamos que o tratamento com o dinitrofenol também é eficiente para diminuí-las, configurando uma estratégia antioxidante muito mais eficaz que o uso de vitaminas, por exemplo", disse.
Um dos objetivos do grupo, a partir de agora, é modificar o dinitrofenol para gerar novas drogas que possam ser utilizadas para o desacoplamento mitocondrial.
"Outra possibilidade é ativar vias naturais de desacoplamento presente nas mitocôndrias, como os canais para potássio, ou certas proteínas desacopladoras. Uma droga que ativasse essas vias seria muito interessante para promover, sem depender de nenhuma proteína, os efeitos que conseguimos produzir quimicamente", destacou.
Alicia salienta que a FAPESP acaba de aprovar novo pedido de bolsa de pós-doutorado para o Projeto Temático que coordena, de modo a dar continuidade a essa linha de pesquisa. "Estou selecionando candidatos. Além de continuar essa pesquisa aplicada, com fins farmacêuticos, queremos estudar os mecanismos e os processos celulares envolvidos no envelhecimento", disse.
Para ler o artigo Mild mitochondrial uncoupling in mice affects energy metabolism, redox balance and longevity, de Alicia Kowaltowski e outros, publicado na Aging Cell, 
clique aqui

TERÇA-FEIRA, 7 DE OUTUBRO DE 2008


Humor!





postado por: Érica Freitas




Envelhecimento da Pele


As alterações senis nas áreas da pele não frequentemente expostas à luz solar manifestam-se clinicamente apenas por adelgaçamento da pele e uma diminuição na quantidade de gordura subcutânea. Em contraste, muitas vezes há alterações pronunciadas no aspecto da pele exposta das pessoas idosas, especialmente na pele clara. Estas alterações, no entanto, constituem o resultado da exposição crônica ao sol, em vez da idade. Nas áreas expostas, especialmente na face, a pele mostra rugas, sulcos e adelgaçamento. Alem disso, pode haver uma distribuição irregular de pigmento. Na região da nuca, a pele, depois de muitos anos de exposição ao sol, pode mostrar-se espessada e gretada. Isto é designado cútis rhomboidalis nuchae.
Histopatologia: na pele não regularmente exposta à luz solar, com a idade há um desaparecimento progressivo do tecido elástico na derme papilar. Ele afeta as fibras oxitalânicas, que no jovem formam uma delgada rede superficial perpendicular à junção dermoepidérmica. Na meia idade, as fibras oxitalânicas na derme papilar são fragmentadas e menos numerosas do que no jovem, e na idade avançada podem estar totalmente ausentes. Nenhuma pessoa branca além de 40 anos de idade possui tecido elástico normal na pele da face. O número de fibras elásticas aumentam, e elas são mais espessas, enroladas e emaranhadas.

Fonte: Histopatologia da pele volume 1
Walter F. Lever
Gundula Schaumburg-Lever
postado por: Érica Freitas

Se os humanos fossem feitos para durar

O envelhecimento costuma ser definido como uma doença que pode ser revertida ou eliminada. Na verdade, muitos fornecedores de juventude em vidrinhos gostariam de nos fazer acreditar que os problemas médicos associados ao envelhecimento são culpa nossa, decorrentes principalmente de nosso modo de vida decadente.
É claro que qualquer idiota pode diminuir a duração de sua vida. Mas é absolutamente injusto culpar as pessoas pelas conseqüências de herdar um corpo que não tem sistemas perfeitos de conserto e manutenção e que não foi concebido para um uso prolongado ou para ter saúde permanente. Continuaríamos nos desgastando com o passar do tempo mesmo que um modo de vida ideal, mítico, pudesse ser identificado e adotado.
Essa realidade significa que o envelhecimento e muitos de seus transtornos concomitantes não são antinaturais, nem evitáveis. Nenhuma intervenção simples compensaria as inúmeras imperfeições espalhadas por toda a nossa anatomia e que são reveladas pela passagem do tempo. Mas temos confiança em que a ciência biomédica vai ter condições de amenizar certas doenças trazidas pelo tempo. Os pesquisadores estão identificando rapidamente (e discernindo a função de) miríades de nossos genes, desenvolvendo remédios para controlá-los e aprendendo a canalizar e aumentar as extraordinárias faculdades de recuperação que já existem em nosso corpo. Esses avanços incríveis vão acabar compensando muitos dos defeitos de concepção contidos em todos nós.

Essa reportagem foi retirada da revista Scientific American Brasil de setembro de 2002 e foi escrita por S. Jay Oshlansky, Bruce A. Carnes e Robert N. Butler.

S. Jay Oshlansky, Bruce A. Carnes e Robert N. Butler interessam-se todos há muito tempo pelos processos subjacentes ao envelhecimento humano. Olshansky é professor da Escola de Saúde Pública da Universidade de Illinois, em Chicago. Ele e Carnes, ambos profissionais antigos do Centro de Pesquisa de Opinião Nacional/Centro de Envelhecimento da Universidade de Chicago, colaboram em estudos - financiados pelo Instituto Nacional de Envelhecimento (INE) e pela Administração Nacional Aeronáutica e Espacial - sobre a biodemografia do envelhecimento (exame das razões biológicas para os tipos de doenças e morte relacionadas com a idade). São co-autores de The Quest for Immortality: Science at the Frontiers of Aging (A Busca da Imortalidade: A Ciência nas Fronteiras do Envelhecimento) (W. W. Norton, 2001).


Postado por: Erica Freitas e Gabriel Lessa


Falta de magnésio acelera o envelhecimento celular



Divulgação Científica
Agência FAPESP - 8/4/2008

Um novo estudo aponta que a falta de magnésio acelera o envelhecimento das células. Segundo a pesquisa, feita nos Estados Unidos, a deficiência crônica do mineral pode promover ou acelerar doenças relacionadas à idade.
Magnésio é fundamental para uma série de processo biológicos, sejam metabólicos, regulatórios ou estruturais. Sua presença é necessária para que muitas enzimas funcionem corretamente. Trata-se de um micronutriente obtido essencialmente da ingestão de vegetais de folhas verdes e de grãos integrais.
Apesar disso, como destaca o estudo, mais da metade da população norte-americana tem falta do mineral, devido principalmente à alimentação não saudável.
"A dieta típica dos Estados Unidos se desviou das fontes naturais para opções mais refinadas e freqüentemente pobres em nutrientes, fazendo com que a carência de magnésio se tornasse comum", destacaram os autores. O cenário resulta no aumento no risco de diversas doenças ligadas à idade, como pressão alta, problemas cardiovasculares, diabetes e osteosporose.
Para entender melhor como a deficiência de magnésio contribui para essas doenças, David Killilea e Bruce Ames, do Departamento de Biologia Molecular e Celular da Universidade da Califórnia em Berkeley, analisaram os efeitos de longo prazo da deficiência moderada do mineral em fibroblastos, células que fornecem a base estrutural para muitos tecidos no corpo humano.
Embora as células tenham sobrevivido e se dividido normalmente em condições com carência de magnésio, elas envelheceram mais rapidamente do que as células que cresceram em concentrações normais do nutriente.
Os autores relacionaram a senescência prematura das células em parte ao encurtamento dos telômeros, seqüências de DNA que protegem as extremidades dos cromossomos e cujo mau funcionamento tem importante papel tanto no envelhecimento como no desenvolvimento de cânceres.



postado por: Mariana Seabra

SEGUNDA-FEIRA, 6 DE OUTUBRO DE 2008


Proposta

Para dar início realmente ao blog, apresentaremos a proposta que deu direito ao nosso grupo de trabalhar com o tema Bioquímica do Envelhecimento:

Várias pesquisas têm mostrado que atualmente existe uma forte tendência ao aumento percentual de idosos na população mundial, fenômeno que decorre de diversos fatores geográficos. Daí a necessidade de uma atenção diferenciada aos processos que caracterizam o envelhecimento, pois essa é, sem dúvida, ao longo da vida, a transformação mais preocupante no que diz respeito ao bem estar individual. A boa compreensão desses processos e a busca de meios para reverter, retardar ou diminuir-lhes os efeitos é a forma mais eficiente de proporcionar uma melhor qualidade de vida aos idosos.
Apesar das dificuldades para a conceituação do que seja o envelhecimento, procuraremos definições que se encaixam e se aplicam sobre esse processo. Buscaremos, também, expor as diversas teorias, as quais tentam explicar e justificar as causas do envelhecimento. Abordaremos basicamente as teorias sistêmicas e esteocásticas. Entre as teorias sistêmicas citaremos as teorias metabólicas, que se relacionam com a taxa de vida, e a as teorias genéticas, tratando dos supostos genes responsáveis pelo envelhecimento e também de pontos que envolvem a hereditariedade. Já entre as teorias esteocásticas citaremos as teorias do uso e desgaste, das proteínas alteradas, das mutações somáticas, do erro catastrófico, da lipofuccina e o acúmulo de detritos, do dano oxidativo, e dos radicais livres.
Para a construção do nosso trabalho procuraremos, também, expor os efeitos decorrentes das principais transformações fisiológicas e morfológicas que ocorrem no corpo do idoso. No âmbito da morfologia serão analisadas modificações nos sentidos e em alguns sistemas como o esquelético, o muscular, o cardiovascular, o nervoso e o respiratório. E nas modificações fisiológicas será dada ênfase nos aspectos hormonais.
Além das abordagens já propostas, serão apresentadas também as doenças e síndromes relacionas ao envelhecimento precoce e acelerado, como o Mal de Alzeimer , Mal de Parkinson, doença de Cockayne e Hutchingson-Gilford.
Dedicaremos ainda uma atenção aos tratamentos e reparos oferecidos aos idosos, além das medidas preventivas. Será citada, por exemplo, a importância das vitaminas C e E e da aplicação de toxinas como a botulínica e bioplastia.
É importante reforçar que sobre os tópicos citados se dará prioridade ao aspecto bioquímico. O grupo pretende enfocar os processos e mecanismos que ocorrem na escala micro. Expondo, portanto, a função e ação de enzimas, proteínas, genes e demais substâncias a nível molecular.

Boa noite (mais uma vez),

Julia


Primeiro Passo

Depois de muitos desencontros com a monitora-tutora, dou início, afinal, às postagens no nosso blog sobre Bioquímica do Envelhecimento! No total, são cinco postadores: Anderson Parente (representante do grupo), Érica Freitas, Gabriel Lessa, Julia Horita (que vos fala) e Mariana Seabra. Todos somos alunos do curso de Medicina da Universidade de Brasília, turma 88. O blog faz parte do trabalho final da matéria "Bioquímica e Biofísica", no módulo do Professor Marcelo Hermes. Ao fim do trabalho, apresentaremos também os Painéis de Biobio, de forma que blog complemente painel, e vice-versa.Como estudantes de Medicina que somos, sabemos que o papel do profissional de saúde também é o de educador. Portanto, o blog também se apresenta como um modo de tornar mais acessíveis informações importantes a todos, por meio de textos encontrados em artigos científicos, reportagens interessantes ou mesmo charges, fotografias, gráficos e esquemas.
Além disso, sabemos que o tema Envelhecimento causa extremo interesse, já que cada vez mais o percentual de idosos no mundo aumenta. Dessa forma, todos procuram maneiras de amenizar os efeitos causados pela chegada da chamada Terceira Idade. Esperamos que o blog seja útil na disseminação do conhecimento sobre o assunto, além de servir para que aprendamos sempre mais também, é claro.

Boa noite, e até mais!

Julia

Fonte:http://envelhecimentobiobio.blogspot.com.br/2008_10_01_archive.html

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