Intolerância à lactose pode surgir com idade: 5 indícios de que está ocorrendo com você!
A intolerância à lactose é um quadro de saúde caracterizado pela má digestão do açúcar do leite, chamado lactose, e os sintomas causados por esta condição.
Após a ingestão de leite e derivados, o corpo humano costuma quebrar as moléculas de lactose em glicose e galactose, com a ajuda da lactase, uma enzima produzida especialmente para esta finalidade. O intuito é facilitar a absorção dos monossacarídeos pelo organismo para a produção de energia.
Quando a lactase deixa de ser produzida, consequentemente a lactose não é mais quebrada pelo corpo – condição que pode provocar sintomas gastrointestinais e colaborar para o desenvolvimento da intolerância à lactose.
Intolerância à lactose pode surgir depois de adulto?
São três os fatores causadores do problema, e dois deles podem provocar a intolerância em adultos que até então nunca tinham vivenciado a condição.
A primeira causa está relacionada a fatores genéticos, caso no qual a intolerância surge desde muito cedo. Crianças que nascem com esta deficiência congênita são incapazes de produzir lactase e assim permanecem durante a fase adulta. “É a raridade da raridade. Elas não podem nem ser amamentadas”, explica o gastroenterologista.
Os outros dois tipos de intolerância estão relacionadas com a redução da produção de lactase, que pode ocorrer ao longo dos anos.
A deficiência primária provoca a interrupção gradual e natural da formação da enzima pelo organismo. “O gene da produção de lactase funciona normalmente. O que acontece é que a partir do segundo ano de idade, a pessoa passa a ter predisposição para interromper a geração da enzima.”
Barbuti explica que a intensidade dos sintomas da intolerância, quando relacionados à queda na produção natural da lactase, depende do momento que a interrupção iniciou-se. “Os sintomas da intolerância à lactose são condicionados, também, pela quantidade de lactose ingerida ao longo dos anos. Tem paciente que até melhora, com a ajuda da ingestão de probióticos”, adiciona o especialista.
A terceira categoria de intolerância, conhecida como deficiência secundária, está ligada a problemas gastrointestinais, como a doença de Crohn, doença celíaca, síndrome do intestino irritável, diarreias, entre outros. “Essas doenças fazem com que a pessoa deixa de produzir a lactase por um tempo.”
Sintomas da intolerância à lactose
A grande disponibilidade de lactose sobrando no organismo faz com que bactérias presentes dentro do corpo humano passem a se alimentar do açúcar do leite. Esta alimentação dos microrganismos gera cinco principais sintomas:
- Gases e distensão do intestino
- Enxaqueca
- Fadiga crônica
- Alteração do metabolismo do colesterol
- Diarreia
“A lactose funciona como laxante natural”, diz o médico.
Intolerância à lactose x alergia à proteína do leite
Quando se fala em intolerância à lactose é comum associar o quadro a uma alergia. Entretanto, os dois processos são distintos.
A intolerância à lactose é configurada pela má digestão da lactose junto aos sintomas descritos acima quando o açúcar não é quebrado pelo organismo.
Já a alergia à proteína do leite é uma reação de defesa do organismo quando há o contato com este alimento. “A principal proteína do leite que causa alergia é a globulina, que faz com que o sistema imunológico a reconheça como agressora, o que gera uma reação que tem como objetivo combater este agente estranho”, afirma a nutricionista Fátima Corradini Domingues.
O processo alérgico é mais comum de ocorrer em bebês. "Ocorre mais agressivamente nos primeiros anos de vida, principalmente na transição do leite materno para o leite de vaca e em bebês menores de 6 meses de vida. Os sintomas tendem a diminuir com passar dos anos", conta o pediatra Marcelo Reibscheid, da UTI Neonatal do Hospital e Maternidade São Luiz.
Diagnóstico
Os sintomas da alergia à proteína do leite são diarreia, gases, cólicas, distensão abdominal, lesões na pele, dificuldade de respirar e pequeno sangramento intestinal. O diagnóstico é feito a partir de exame clínico e testes laboratoriais específicos para este tipo de alergia.
Já no caso da intolerância, além da análise dos sintomas típicos, o quadro pode ser diagnosticado após avaliação médica e exames laboratoriais, como o teste de intolerância à lactose, o teste de hidrogênio na respiração, o teste de acidez das fezes e exame genético para descobrir se a pessoa possui ou não o gene responsável pela produção da lactase.
Tratamento
A intolerância à lactose não tem cura e não oferece risco à vida, como a alergia à proteína do leite. Entretanto, o desconforto causado pela falta de lactase no corpo não é agradável, o que faz com que tratamentos a fim de amenizar os efeitos deste quadro de saúde estejam disponíveis para quem precisa lidar com a ausência da enzima.
Barbuti recomenda, por exemplo, que o paciente que busca aliviar os sintomas da intolerância realize a suspensão da ingestão de alimentos que contenham lactose para que o açúcar deixe de servir de alimento às bactérias presentes no corpo humano.
Outra alternativa é o consumo de lactases, à venda no mercado, antes da ingestão da lactose. “Elas colaboram para que não ocorram mudanças no hábito alimentar do indivíduo. O leite é um baita alimento”, lembra o gastroenterologista.
O especialista também afirma que a troca de leite de vaca pelo de cabra ou similares não é a solução para este tipo de quadro de saúde. “A lactose permanece neles”, alerta o médico.
Fonte:https://www.vix.com/pt/bdm/medicina-alternativa/2102/alergia-alimentar-4-mitos-sobre-o-problema?utm_source=next_article
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