COMO VAMOS COMER E ALIMENTAR O MUNDO DO FUTURO

  

150 empresas - Alimentação (Foto: Getty Images)

(Foto: Getty Images)

Como vamos comer e alimentar o mundo no futuro

Alimentar os habitantes do planeta sem destruí-lo é um desafio: a saída pode estar em mudanças de hábito e também na maneira como produzimos nossos alimentos, com o surgimento de startups capazes de transformar o segmento

A população global deve se aproximar de 10 bilhões de pessoas até meados do século. Atualmente, quase 1 bilhão de pessoas no mundo passam fome. Alimentar os habitantes do planeta sem destruí-lo é um desafio. A saída pode estar em mudanças de hábito sobre o que colocamos no prato e também na maneira como produzimos nossos alimentos.

O desperdício ainda é um grande problema. Quase 30% da comida produzida termina no lixo. Os negócios que resolvem essas questões buscam reduzir essas perdas, como as startups especializadas em reciclar alimentos; melhorar a logística, como no caso das fazendas verticais; e ampliar a capacidade de produzir proteínas com menos impacto ambiental, como os produtos com base em vegetais.

Mais conscientes, as pessoas têm buscado produtos saudáveis e menos agressivos ao meio ambiente, e que estejam de acordo com seus valores e propósitos. Os consumidores começam a pensar em questões como “o que exatamente estou comendo?”, “onde esse produto foi produzido e como chegou à minha casa?” quando vão às compras.

Um estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), coordenado pelo The Good Food Institute (GFI) e apoiado por 11 empresas do setor de alimentos, mostra que metade dos brasileiros reduziu o consumo de carne nos últimos 12 meses e 39% já consomem alternativas vegetais em substituição às animais pelo menos três vezes por semana. A projeção da PlantPlus Foods para 2030 é que o mercado global de plant-based movimente US$ 25,5 bilhões.

Na mesma linha, o uso da tecnologia vai auxiliar na tomada de decisões mais seguras e saudáveis, com a possibilidade de obter dietas inteligentes. Segundo um levantamento feito pela agência de inteligência de mercado Mintel, as pessoas poderão adequar suas dietas e seu estilo de vida para melhorar a saúde do corpo e da mente.

Além disso, poderão compartilhar dados pessoais por meio de dispositivos de internet das coisas, recebendo das empresas desde lista de compras até receitas e refeições personalizadas, com sabor, temperos e preferência de texturas. Porém, para isso, as empresas precisarão desenvolver sistemas de produção mais ágeis, incluindo impressoras 3D, para atender às demandas de personalização.

A onda vegetal veio para ficar


Com mais pessoas preocupadas com o meio ambiente e a qualidade de vida, o segmento de plant-based, como são chamados os alimentos à base de plantas e vegetais, cresce ano após ano 

- Metade dos brasileiros reduziu o consumo de carne nos últimos 12 meses*
- 39% já consomem alternativas vegetais em substituição às animais pelo menos três vezes por semana*
- Esse mercado teve 1,4 milhão de consumidores a mais em 2021, em comparação ao mesmo período do ano anterior**
- Ao longo dos últimos 12 meses, o setor conquistou cerca de 4 milhões de pessoas. No mesmo período, a carne bovina teve redução de quase 2% em número de compradores e 10% a menos em ocasiões de consumo**
- A projeção para 2030 é que o segmento movimente US$ 25,5 bilhões no mundo***
Fontes: *“O consumidor brasileiro e o mercado plant-based”, do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), coordenado pelo The Good Food Institute (GFI) e apoiado por 11 empresas do setor de alimentos/ ** Kantar, empresa de pesquisa e consultoria/***PlantPlus Foods

Tendências que impulsionam a alimentação à base de plantas

- 70% dos brasileiros têm vontade de se alimentar de forma consciente por conta dos benefícios para a saúde e o planeta
- 61% das mulheres querem evitar consumir produtos que sejam prejudiciais ao meio ambiente
- 90% dos consumidores de proteínas vegetais fazem parte das classes A, B e C, e mais da metade está acima dos 35 anos
Fonte: Kantar, empresa de pesquisa e consultoria

Tecnologias para escolhas de menos impacto

- Impressão em 3D de alimentos surge como uma tendência para a produção de alimentos*
- Em alguns anos, os consumidores poderão compartilhar dados pessoais por meio de dispositivos de internet das coisas (IoT) para receber listas de compras, receitas e refeições personalizadas, com sabor, temperos e preferência de texturas**
- Alimentos funcionais e os nutracêuticos, produtos farmacêuticos nutricionais, ou seja, alimentos e bebidas modificados molecularmente ou infundidos com micronutrientes específicos, serão um item básico na lista de compras até 2030***
Fontes: *Food & Beverage Report - Baum + Whiteman, 2022/ **Global Food and Drink Trends 2030 - Mintel/ ***The Future of Food & Drink 2030 - WGSN

IoR, blockchain e metaverso na alimentação do futuro


- Ganha força o uso de IoT e blockchain na agricultura. As tecnologias permitem o desenvolvimento de formas mais eficientes de colheita e cultivo nas plantações
- “Second-life food”: as empresas já estão usando a ciência e as mais recentes tecnologias para criar comidas sintéticas e cultivadas em laboratório
- Metaverso: com as marcas de alimentos tentando encontrar novas maneiras de se conectar com seu público, o metaverso é a próxima fronteira a explorar. Isso quer dizer que os tradicionais menus vão para dentro desse novo universo digital

Fonte: Foods Trends, McKinsey, 2022

https://epocanegocios.globo.com/Inovadores/noticia/2022/06/como-vamos-comer-e-alimentar-o-mundo-no-futuro.html

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