COMO LIDAR COM A CRIANÇA QUE NÃO QUER COMER?

  

Katja Rowell e Jenny McGlothlin autoras do livro Helping your child with extreme picky eating  (Foto: divulgação)

Katja Rowell e Jenny McGlothlin, autoras do livro Helping your child with extreme picky eating (Foto: divulgação)

Quem nunca enfrentou uma dificuldade para alimentar os filhos que atire a primeira papinha. Toda criança tem seus gostos e preferências – e algumas são especialmente difíceis de agradar quando o assunto é comida. O livro Helping your child with extreme picky eating (em tradução livre: “Como ajudar o seu filho com alimentação extremamente seletiva”), recém-lançado nos Estados Unidos, trata justamente sobre isso.

Helping your child with extreme picky eating (Foto: divulgação)

O livro explica aos pais e cuidadores como solucionar os desafios alimentares das crianças e conseguir fazer refeições prazerosas em família – sem estresse e sem precisar barganhar colheradas. Um dos segredos, segundo as autoras, é nunca fazer seu filho comer à força, já que isso pode gerar ansiedade diante da comida e dificultar as coisas mais para frente. Se o seu filho rejeita um alimento, por exemplo, o conselho das autoras é relaxar e continuar oferecendo esse mesmo alimento em várias outras ocasiões, usado em novas receitas, preparado de diferentes formas, até que a criança encontre uma que a agrade.

Escrito pela médica especialista em alimentação infantil Katja Rowell e pela fonoaudióloga especializada em tratamentos de transtornos alimentares de crianças Jenny McGlothlin, a obra ainda não tem previsão de lançamento em português. A seguir, confira entrevista concedida à CRESCER.

CRESCER: Quais são as diferenças entre o seu livro e os demais que tratam de alimentação infantil?
Katja Rowell: O principal foco é a relação entre as crianças e os pais. Todos os pais desejam ter refeições agradáveis à mesa com os filhos. Nós acreditamos que, muitas vezes, os adultos acabam se sentindo frustrados com aqueles conselhos antigos: faça com que a criança coma, dê uma recompensa, negocie comida em troca de sobremesa ou videogame. Esse tipo de comportamento só aumenta a luta de poder, faz as famílias se sentirem arrasadas e não ajuda a criança a comer alimentos variados. Nosso livro apóia a alimentação infantil e visa diminuir a ansiedade e a discussões. O ponto forte são as sugestões de várias estratégias práticas. Damos exemplos de como os pais podem aplicá-las diante dos desafios e, ao mesmo tempo, serem carinhosos, mantendo-se próximos à criança. Esses sentimentos bons e de confiança são cruciais para ajudá-la a superar a ansiedade diante da comida.

C.: No livro você diz que há diferentes “temperamentos  alimentares”. Quão importante é que os pais entendam isso e não fiquem comparando a alimentação das crianças?
K. R.:
 Algumas crianças são curiosas e aventureiras, enquanto outras são mais cautelosas e suspeitam de novas experiências. Pense em qualquer festa infantil: algumas correm, riem, se soltam. Outras precisam de mais tempo para interagir e preferem apenas observar em vez de participar das atividades. Da mesma forma, as crianças também se comportam de maneiras diferentes diante da comida. É preciso compreender que há crianças que, por exemplo, adoram abacate logo na primeira vez que experimentam, mas algumas levarão anos ou nunca irão gostar. Por isso, os pais devem relaxar e continuar oferecendo o alimento rejeitado várias vezes, de diferentes formas, e não forçar a criança a comer. Acreditamos que muitos adultos se lembram de pelo menos um alimento que foram forçados a comer na infância e que deve ter levado anos para gostar daquilo – se é que passaram a gostar.

Todos os pais são capazes de alimentar seus filhos (sejam eles abertos às novidades ou muito seletivos). Todos nós lidamos com a comida de formas diferentes. Alguns amam comer e planejar as refeições, mas outros não se interessam tanto assim. Um pai ou mãe que ama comida e costuma comer a cada 3 ou 4 horas sente dificuldade para lidar com uma criança que não tem tanto apetite assim. Quando os pais entendem essas diferenças e compreendem os motivos desses desafios, eles conseguem sentir mais empatia e ajudar a criança a se alimentar. 

C.: Há um trecho do livro que diz: “A alimentação é imprevisível. Algumas crianças comem muito em alguns dias e quase nada em outros, podendo até recusar seus alimentos favoritos”. Por que isso acontece?
K. R.:
 O ritmo de crescimento é muito acelerado no primeiro ano de vida, mas, nos toddlers (crianças de 2 a 3 anos), esse ritmo diminui. Por isso, naturalmente, muitas nessa faixa etária ficam seletivas – isso se deve também, em parte, porque elas aprendem a dizer “não” e observam a reação dos pais. A alimentação de crianças pequenas não é racional e nem previsível. Eles amam um alimento em um dia e o jogam no chão no outro. Elas podem querer apenas arroz no almoço ou só frango no jantar. Mas esse comportamento tende, no geral, a se nivelar ao longo de um dia ou de uma semana em termos de nutrição. Muitos pais acham que a criança precisa comer muito mais do que ela come e acabam pressionando para que coma mais. Eles costumam dizer: “Só mais duas colheradas e você pode ir brincar”.

Os bebês nascem com a habilidade de autorregular o apetite. Se os pais tentam constantemente fazer a criança comer muito, podem acontecer duas coisas: ou elas vão simplesmente ignorar a sensação de saciedade ou então irão resistir, comer menos e, como consequência, ganharão menos peso.

C.: No livro, você diz aos pais que eles não estão sozinhos, que a seletividade da criança não é culpa deles e que alguns fatores estão além do controle. É reconfortante saber disso. O que você diria para quem ainda se culpa pelas dificuldades em alimentar os filhos?
K. R.:
 Estimativas mostram que de 10% a 15% das crianças apresentam comportamento extremamente seletivo para comer. Há um longo caminho a ser percorrido para que os pais deixem de se sentir culpados pela resistência das crianças. Eles sempre fazem o melhor que podem e, às vezes, erram por conta de dicas que receberam de outras pessoas e que não funcionam. Reconhecer isso pode diminuir esse sentimento.

Mas, se mesmo assim a culpa persiste, a orientação é que eles se deem tempo de senti-la e compreendê-la. O conselho é respirar fundo, chorar um pouco se for preciso, ou fazer qualquer outra coisa que possa aliviar. Todos nós cometemos erros de vez em quando, mesmo que nos esforcemos para não errar. Bons pais sabem quando é preciso pedir ajuda e quando devem tentar algo diferente. Faça o que todos nós fazemos como pais: aprenda com os erros, busque ajuda profissional se for preciso e vá em frente! A boa notícia é que as crianças sempre podem ter progressos e as coisas melhoram. Quando os pais se sentem compreendidos e se empoderam com informações isso ajuda a não sentir culpa. 

C.: Quais são as principais preocupações dos pais em relação à alimentação e como você os aconselha a lidar com elas?
K. R.:
 Os pais costumam se preocupar com o crescimento e a nutrição das crianças. Uma pesquisa interessante mostra que, quanto mais os pais forçam a criança a comer, menos ela come e menos engorda. Mas a questão é: os pais realmente precisam se preocupar? A maioria das crianças se sai melhor em termos de nutrição do que os pais imaginam. Na América do Norte, a maior preocupação parece ser sobre a questão da proteína, mas a maioria das crianças ingere mais do que suficiente. Nós acreditamos, no entanto, que toda criança que apresente muita resistência para comer deve fazer exame para checar os níveis de ferro no sangue.

C.: Quais táticas definitivamente não funcionam para fazer a criança comer e devem ser evitadas?
K. R.:
 Os pais nunca devem forçar a criança a comer enquanto ela chora, grita ou sente ânsia. Isso só aumenta a ansiedade e não ajuda em nada. Usar TV, vídeos no tablet ou no computador para distrair a criança e fazê-la comer parece funcionar para conseguir que ela coma umas colheradas a mais, mas deixa muito a desejar. Isso porque não permite que a criança aprecie o alimento e não a ensina a perceber a saciedade do próprio corpo. Se você está agindo de forma a apenas fazer a criança comer em vez de ensiná-la a sentir prazer com a alimentação, provavelmente você irá falhar. A criança precisa aprender a comer a partir da fome e do apetite, e não para agradar os adultos ou para ganhar brinquedos.

C.: Como funciona o método STEPS+, que vocês criaram e ensinam no livro?
K. R.:
 O STEPS+ é uma forma de acabar com a batalha pela alimentação e, quem sabe, fazer o momento da refeição ser aguardado com entusiasmo. É um método eficaz desde os toddlers até as crianças em idade pré-escolar. Queremos ajudar a família a melhorar e, ao mesmo tempo, ensinar a criança a apreciar uma maior variedade de alimentos, na quantidade certa. O intuito é não deixar os desafios dominarem a rotina. Cada passo do nosso método é detalhadamente explicado em cada capítulo do livro. Os cinco passos são: a) diminuir a luta de poder, a ansiedade e o estresse – tanto seu como do seu filho; b) estabelecer uma rotina; c) desfrutar de refeições prazerosas em família; d) planejar cardápios e entender o que e quanto comer; e) fortalecer e apoiar as habilidades motoras e sensoriais das crianças.

C.: Quanto tempo demora para os pais verem os progressos do método?
K. R.:
 Isso depende de muitos fatores. Temos visto crianças que antes nunca queriam comer e, logo na primeira aplicação do método, já pedem para repetir o prato. No geral, estamos vendo o apetite aumentar rapidamente, em poucos dias. A aceitação da variedade de alimentos leva mais tempo. Quanto mais nova a criança, mais rápido vemos os resultados.

C.: Qual é a importância de ambos os pais e os demais cuidadores estarem envolvidos no processo?
K. R.:
 O ideal é que todos os adultos que alimentam a criança e fazem as refeições com ela estejam usando a mesma abordagem. E isso pode incluir os avós, a babá e os professores. Por exemplo: não adianta a família fazer progressos em casa se, na escola, a professora insistir que a criança só pode brincar depois que “comer tudo”. Vejo famílias em que apenas um dos pais deixa de punir quando a criança não come, mas o outro continua a fazer chantagens. Os pais precisam conversar um com o outro e ser muito francos. Se não concordam entre si, pode ser melhor que apenas um deles assuma a liderança da tarefa por uns seis meses, para ver se há resultados.

Todos nós fomos criados com as regras de nossos pais e temos memórias relativas à comida. Se eles faziam com que comêssemos vegetais para poder comer a sobremesa, provavelmente agiremos assim com nossos filhos. No entanto, se éramos forçados a comer e isso se tornou uma má memória, nós tendemos a compensar isso deixando as crianças comerem o que e quando quiserem.

Fonte:https://revistacrescer.globo.com/Criancas/Alimentacao/noticia/2015/06/crianca-que-nao-come-bem-como-lidar-com-situacao.html

  • DANIELA FOLLONI
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A idade da criança influencia muito na quantidade que ela come. “A criança tem um grande pico de crescimento no primeiro ano de vida, praticamente dobrando o peso ou até triplicando. Sem contar que ela ganha muita altura”, diz a pediatra Daniela Piotto, do Fleury Medicina e Saúde (SP). Um pouco mais tarde, entre os 2 e 5 anos, acontece um declínio no apetite. É aquela fase que a gente fala que a criança não come. Isso acontece porque a quantidade de alimento que ela necessita, se comparada ao primeiro ano de vida, é menor. Esse parece ser o caso de Augusto 5, filho de Fernanda, 39, bacharel em turismo, de Jundiaí (SP). “Ele tem problemas para comer desde que parou as papinhas. Só às vezes aceita uma verdura. Acabo colocando o que desejo escondido em alimentos, como o bolinho de arroz com vegetais, chuchu no arroz... é uma luta constante”, conta a mãe.

O que fazer quando a criança não come? (Foto: Getty image)

O que fazer quando a criança não come? (Foto: Getty image)

Segundo a pediatra Daniela, a quantidade que a criança precisa comer é decidida pelo centro de apetite de seu cérebro. "Ela come o necessário para o crescimento e para os seus gastos calóricos. É preciso diferenciar o que é mesmo falta de apetite de uma alta expectativa os pais de que a criança raspe o prato, e coma uma quantidade de alimento maior do que o necessário", informa.

Agora, mesmo acalmando a expectativa em relação à quantidade, não é recomendado nem aceitável que a criança passe muito tempo em jejum. “Não recomendamos pular refeições, porque isso desregula todo sistema de liberação de hormônios, pode ocasionar hipoglicemia que é prejudicial ao cérebro e, consequentemente, ao aprendizado. Então, é muito importante manter uma rotina de refeições”, avisa Daniela.

Por que o seu filho não come?

Mas, por que afinal a criança não come? Em primeiro lugar, é preciso verificar a causa da falta de apetite. “Se a criança deixou de comer, você deve checar se ela está com algum problema, pode ser patológico – uma doença, como uma gripe, uma dor de ouvido que está vindo aí – ou até emocional”, avisa a nutricionista Mariana de Novaes Oliveira,  mestre em ciências da saúde, de Jundiaí (SP). Se esses fatores forem descartados, há outras razões que podem ajudá-lo a entender a falta de apetite. O paladar é um deles. A criança pode preferir tomate a beterraba, maçã a banana e por aí vai. “Nós, adultos, temos preferências. Então, por que a criança não pode ter o paladar dela? O importante é ela estar alimentada, nutrida e saudável”, lembra Camila Kirmayr, sócia da assessoria de alimentação infantil Coisa de Nutri (SP). Além disso, existe a seletividade alimentar, como rejeição a cheiros, sabores e texturas. “Não é frescura e precisa ser cuidada para que não piore. A criança tem mesmo uma repulsa pelo alimento”, explica a educadora alimentar.

Como resolver?


Há atitudes que podem estimular o prazer da boa alimentação. Uma ideia que dá resultado é aproximar a criança dos alimentos de um jeito divertido. “Se ela não come fruta, procure fazer com que o momento da fruta seja legal. Um piquenique, levar a criança ao mercado... Deixar cheirar, pegar, perguntar se quer experimentar. Chegando em casa, deixe-a preparar o alimento junto com você. O experimentar, que é a última fase, pode não acontecer da primeira vez, mas o fato de um dia pegar, no outro cheirar, no outro ajudar a cortar, faz com que o momento com o alimento seja prazeroso, o que é um grande passo”, explica Mariana.

A dermatologista Priscila Senise, 41, de Americana (SP) está passando por esse processo com a filha Julia, 5. “No caso da Julia, nenhuma patologia foi detectada. Hoje em dia ela não está tão seletiva, mas come bem pouquinho. Fala que está morrendo de fome e o ‘morrendo de fome’ dela é cinco colheres e pronto. Eu gosto de levar no supermercado para ver se ela se interessa. Isso tem ajudado”, avalia. Também é importante criar uma rotina de alimentação. Os especialistas recomendam alimentar-se de 3 em 3 horas em quantidade menores de comida. Além de dar o exemplo, claro! Muito difícil querer que o filho coma verduras se você não come. Ou que tome café da manhã se você não toma.

Quando a criança não quer comer (Foto: Getty image)

É preciso insistir nos alimentos e não retirá-los do cardápio na primeira recusa (Foto: Getty image)

Fazer combinados juntos antes de sentar à mesa também ajuda. “Definam qual o tempo na mesa, as regrinhas de educação, a não ingestão de tanto líquido, o não aos eletrônicos. Ou seja, tenha tudo acertado antes de chegar à mesa. E, quando algo sair do combinado, apenas lembre do combinado”, sugere Camila. O que fazer quanto à recusa dos alimentos? “Não dê ibope. Procure agir com calma e maturidade e não tente substituir por outro alimento apenas para garantir que a criança não fique sem comer. Quando houver recusa, chilique, simplesmente pause a refeição e volte em outro momento”, indica Camila.

Também continue insistindo nos alimentos. É o que faz Luciana Hora, 44, pedagoga, de Santana de Parnaíba (SP), mãe de Lucas, 7, que até por volta de 1 ano e meio comia bem, em quantidade e variedade... mas depois começou a ficar muito seletivo. “Eu não ofereço só o que ele gosta, porque acho que aí, sim, eu estarei incentivando esse padrão dele. Ofereço tudo, mesmo sabendo que ele não gosta... vai que muda de ideia? Na última consulta com a pediatra, fiquei bastante esperançosa porque ele engordou 5 quilos em 1 ano, e a média é de 2 a 3 no máximo. O ano passado ele estava abaixo do peso”, comemora.

Suplemento, pode?

Os suplementos podem ser indicados, se tiver recomendação médica. Não faça nenhuma automedicação. “Sabemos que o suplemento às vezes pode diminuir um pouco a preocupação da família. Mas, a orientação deve ser individualizada, feita por um pediatra. Por isso, a recomendação é procurar um médico caso o seu filho estiver perdendo peso, se não estiver aumentando o número do sapato e/ou trocando o número da roupa... Ou seja, não está crescendo ou não tem um ganho de peso adequado”, orienta a pediatra Daniela. Segundo ela, se a criança apresenta sinais de doença, também é preciso suplementar. Caso contrário, investir – e seguir firme - na mudança de hábitos é o caminho.

Fonte:https://revistacrescer.globo.com/Alimentacao/noticia/2021/05/socorro-meu-filho-nao-come.html


  • GISLENE PEREIRA
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Se o seu filho rejeita uma comida, vale insistir, no mínimo, oito vezes (Foto: Guto Seixas)

1 - ELE NÃO TEM INTERESSE PELA COMIDA
Exercite a criatividade. Para a nutricionista Nadia de Souza, do Hospital e Maternidade São Cristóvão (SP), vale a pena apostar em desenhos em quadrinhos, músicas, quebra-cabeças e outras brincadeiras que envolvam a temática da alimentação. Mas, lembre-se: o objetivo é aumentar o interesse pela alimentação e não barganhar ou convencer a criança a comer, já que isso deve acontecer de forma natural e prazerosa. Além disso, se for possível, convide seu filho para ajudar no preparo das refeições. O ato de tocar e cheirar o alimento pode despertar a curiosidade para provar algo novo. Outro incentivo eficaz é levá-lo para conhecer a origem dos alimentos, fazer compras na feira, plantar e regar alguma verdura...

2 - O SABOR DO ALIMENTO É DESAGRADÁVEL PARA ELE
“Quando a criança começa a se alimentar, o sabor mais aceitável para ela é o adocicado, que lembra o leite materno”, avisa a nutróloga Ana Luísa Vilela, de São Paulo. Por isso, ao introduzir a comida salgada na alimentação, a profissional sugere misturar, de vez em quando, pedaços de banana às papinhas.

Bom saber: como os bebês têm o paladar mais aguçado que os adultos (sim, perdemos papilas gustativas e, com isso, a sensibilidade, ao longo dos anos), o sabor amargo de alguns alimentos é percebido de forma amplificada por eles – e, se nem boa parte dos adultos suporta comer jiló, imagine os pequenos! Uma dica para disfarçar o amargor de vegetais, como berinjela, brócolis, almeirão e couve-de-bruxelas, é temperá--los com um pouco de suco de limão (o azedo predomina e é mais facilmente aceito).

Caso seu filho já tenha fechado a boca para o que você ofereceu algumas vezes, não se dê por vencido. Pode ser necessá-rio insistir um pouco mais. “O que parece rejeição é, muitas vezes, resultado de um processo natural de familiarização com sabores e texturas e da própria evolução da maturação dos reflexos sensoriais do paladar, que permitem distinguir o azedo, o doce, o amargo e o salgado. Por isso, os pais devem ofertar cada alimento, pelo menos, oito vezes”, ensina Nadia.

Invista em diferentes formas de preparo – vegetais assados, por exemplo, costumam agradar mais facilmente do que os crus. “Para a criança, a batata cozida é diferente da frita, que também se distingue do purê. Portanto, cada uma dessas apresentações conta como uma novidade e deve fazer parte das tentativas”, orienta Mauro Fisberg, coordenador do Centro de Dificuldades Alimentares do Hospital Infantil Sabará (SP).

3 - O HORÁRIO DAS REFEIÇÕES NÃO COSTUMA SER REGULAR
Pense bem: se fazer as crianças encararem um novo alimento já é um desafio quando estão com fome, imagine se o seu apetite estiver comprometido por terem beliscado fora de hora? Por essa razão, é desaconselhável liberar guloseimas, alimentos gordurosos e ricos em glicose nos intervalos entre as refeições, pois reduzem a fome, que deveria ser reservada aos pratos principais.

Outra medida fundamental é definir um padrão na quantidade de comida e nos horários. A partir do primeiro ano, devem ser oferecidas de cinco a seis refeições por dia, sendo três principais – café da manhã, almoço e jantar – mais dois lanches intermediários e, se necessário, uma ceia antes de dormir, caso a criança esteja com fome.

O ambiente em que os filhos se alimentam também tem grande importância para a refeição ser bem-sucedida. O ideal é sentá-los em um lugar seguro, como no cadeirão (até por volta de 2 anos), e reunir toda a família à mesa – de acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade de Loughborough, no Reino Unido, jantar com os familiares torna as crianças menos exigentes como cardápio. “Mas estipule um tempo máximo para a refeição acontecer. Já foi observado que, depois de 20 minutos, a garotada dispersa e não se alimenta para valer”, argumenta Fisberg. Aparelhos como rádio, televisão e celular devem ser evitados, pois provocam distração e tiram o foco do ato de comer.

4 - ELE DIZ QUE ESTÁ DE BARRIGA CHEIA
Quando estamos famintos, temos a sensação de que comeríamos o que estivesse pela frente, certo? A lógica se aplica às crianças: aproveite o início da refeição, quando a fome deles é maior, para introduzir novos alimentos ou oferecer as opções mais saudáveis, como os vegetais. Só depois inclua os itens aos quais estão habituados. Forçar a barra também não está com nada. “Nunca devemos ser agressivos e obrigar os filhos a comer a quantidade que julgamos adequada. Tampouco empregar um sistema de punição e barganha para convencê-los a aceitar determinados alimentos”, ressalta Felgueira. Dica: limite as porções a uma colher de sopa de cada grupo alimentar por ano de vida – ser realista em vez de encher o prato vai diminuir sua frustração.

Pelo sim, pelo não, é fundamental verificar com o pediatra do seu filho, nas consultas de rotina, se o desenvolvimento dele está adequado, com base na curva de crescimento, e
se há suspeita de alguma deficiência nutricional. Caso contrário, faça apenas o que estiver ao seu alcance e se convença de que cada criança tem seu próprio padrão alimentar.

Fonte:https://revistacrescer.globo.com/Criancas/Alimentacao/noticia/2015/12/4-motivos-que-fazem-crianca-nao-querer-comer.html

Alimentação infantil: seu filho não quer comer? Veja 4 motivos que podem estar por trás desse (mau) hábito

Se "Não quero!" e "Não gosto!" estão aparecendo à sua mesa com mais frequência do que o de costume, é preciso paciência. Saiba como evitar que as crianças rejeitem itens novos ou mesmo alimentos que antes aceitavam e o que fazer para que elas tenham rotina alimentar mais saudável

Por Gislene Pereira

31/01/2023 06h35  Atualizado 31/01/2023

 

"Meu filho não come" é, sem dúvida, uma das principais queixas que os pais fazem aos pediatras. Essa frase pode estar relacionada a diversos comportamentos alimentares das crianças. Tem aquelas que se alimentavam bem e, depois de um tempo, passaram a rejeitar determinados alimentos; as que têm maior resistência aos legumes e verduras; as que são muito seletivas ou, ainda, aquelas cujos pais nunca acham que estão comendo o suficiente. Aqui, reunimos as quatro principais questões que podem estar por trás dessas atitudes do seu filho e explicamos como contorná-las. Seja qual for o seu caso, é essencial ter em mente que pequenas mudanças de hábito — ou até mesmo no preparo de determinadas pratos — podem fazer a diferença na rotina e tornar as refeições mais prazerosas e tranquilas para a família toda. Confira!

1. Ele não tem intesse pela comida

Exercite a criatividade. Para a nutricionista Nadia de Souza, do Hospital e Maternidade São Cristóvão (SP), vale a pena apostar em desenhos em quadrinhos, músicas, quebra-cabeças e outras brincadeiras que envolvam a temática da alimentação. Mas, lembre-se: o objetivo é aumentar o interesse pela alimentação e não barganhar ou convencer a criança a comer, já que isso deve acontecer de forma natural e prazerosa. Além disso, se for possível, convide seu filho para ajudar no preparo das refeições. O ato de tocar e cheirar o alimento pode despertar a curiosidade para provar algo novo. Outro incentivo eficaz é levá-lo para conhecer a origem dos alimentos, fazer compras na feira, plantar e regar alguma verdura...


2. O sabor do alimento é desagradável para ele

“Quando a criança começa a se alimentar, o sabor mais aceitável para ela é o adocicado, que lembra o leite materno”, avisa a nutróloga Ana Luísa Vilela, de São Paulo. Por isso, ao introduzir a comida salgada na alimentação, a profissional sugere misturar, de vez em quando, pedaços de banana às papinhas.

Bom saber: como os bebês têm o paladar mais aguçado que os adultos (sim, perdemos papilas gustativas e, com isso, a sensibilidade, ao longo dos anos), o sabor amargo de alguns alimentos é percebido de forma amplificada por eles – e, se nem boa parte dos adultos suporta comer jiló, imagine os pequenos! Uma dica para disfarçar o amargor de vegetais, como berinjela, brócolis, almeirão e couve-de-bruxelas, é temperá--los com um pouco de suco de limão (o azedo predomina e é mais facilmente aceito).

Caso seu filho já tenha fechado a boca para o que você ofereceu algumas vezes, não se dê por vencido. Pode ser necessá-rio insistir um pouco mais. “O que parece rejeição é, muitas vezes, resultado de um processo natural de familiarização com sabores e texturas e da própria evolução da maturação dos reflexos sensoriais do paladar, que permitem distinguir o azedo, o doce, o amargo e o salgado. Por isso, os pais devem ofertar cada alimento, pelo menos, oito vezes”, ensina Nadia.

Invista em diferentes formas de preparo – vegetais assados, por exemplo, costumam agradar mais facilmente do que os crus. “Para a criança, a batata cozida é diferente da frita, que também se distingue do purê. Portanto, cada uma dessas apresentações conta como uma novidade e deve fazer parte das tentativas”, orienta Mauro Fisberg, coordenador do Centro de Dificuldades Alimentares, do Hospital Infantil Sabará (SP).

O ambiente em que os filhos se alimentam também tem grande importância para a refeição ser bem-sucedida — Foto: Getty Images

O ambiente em que os filhos se alimentam também tem grande importância para a refeição ser bem-sucedida — Foto: Getty Images

3. O horário das refeições não costuma ser regular

Pense bem: se fazer as crianças encararem um novo alimento já é um desafio quando estão com fome, imagine se o seu apetite estiver comprometido por ter beliscado fora de hora? Por essa razão, é desaconselhável liberar guloseimas, alimentos gordurosos e ricos em glicose nos intervalos entre as refeições, pois reduzem a fome, que deveria ser reservada aos pratos principais.

Outra medida fundamental é definir um padrão na quantidade de comida e nos horários. A partir do primeiro ano, devem ser oferecidas de cinco a seis refeições por dia, sendo três principais – café da manhã, almoço e jantar – mais dois lanches intermediários e, se necessário, uma ceia antes de dormir, caso a criança esteja com fome.

O ambiente em que os filhos se alimentam também tem grande importância para a refeição ser bem-sucedida. O ideal é sentá-los em um lugar seguro, como no cadeirão (até por volta de 2 anos), e reunir toda a família à mesa – de acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade de Loughborough, no Reino Unido, jantar com os familiares torna as crianças menos exigentes com o cardápio. “Mas estipule um tempo máximo para a refeição acontecer. Já foi observado que, depois de 20 minutos, a garotada dispersa e não se alimenta para valer”, argumenta Fisberg. Aparelhos como rádio, televisão e celular devem ser evitados, pois provocam distração e tiram o foco do ato de comer.

4. Ele diz que está de barriga cheia

Quando estamos famintos, temos a sensação de que comeríamos o que estivesse pela frente, certo? A lógica se aplica às crianças: aproveite o início da refeição, quando a fome delas é maior, para introduzir novos alimentos ou oferecer as opções mais saudáveis, como os vegetais. Só depois inclua os itens aos quais estão habituados.

Forçar a barra também não está com nada. “Nunca devemos ser agressivos e obrigar os filhos a comer a quantidade que julgamos adequada. Tampouco empregar um sistema de punição e barganha para convencê-los a aceitar determinados alimentos”, ressalta o pediatra Rodrigo Felgueira, do Hospital São Luiz Jabaquara. Dica: limite as porções a uma colher de sopa de cada grupo alimentar por ano de vida – ser realista em vez de encher o prato vai diminuir sua frustração.

Pelo sim, pelo não, é fundamental verificar com o pediatra do seu filho, nas consultas de rotina, se o desenvolvimento dele está adequado, com base na curva de crescimento, e se há suspeita de alguma deficiência nutricional. Caso contrário, faça apenas o que estiver ao seu alcance e se convença de que cada criança tem seu próprio padrão alimentar.

Fonte:https://revistacrescer.globo.com/criancas/alimentacao/noticia/2023/01/alimentacao-infantil-seu-filho-nao-quer-comer-veja-4-motivos-que-podem-estar-por-tras-desse-mau-habito.ghtml

  • ANDREIA FRIQUES
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(Foto: Getty Images)

Perda de interesse pela comida (Foto: Getty Images)

O que fazer quando a criança perde o interesse pela comida? Meu filho, de 1 ano, passou a recusar tudo. Cospe ou tem ânsia. Só quer leite e até a quantidade diminuiu. Devo me preocupar?
Mari Nascimbeni, via Instagram

Os bebês têm um ritmo de crescimento, desenvolvimento e ganho de peso muito acelerado no primeiro ano de vida. Geralmente, triplicam de peso e dobram de comprimento do nascimento até 1 ano. Essa demanda metabólica para crescer requer calorias e nutrientes adequados que vêm da amamentação e, depois dos 6 meses, da introdução da alimentação.

Após o primeiro ano, esse ritmo diminui e isso, claro, reflete no apetite.

A tendência é que, a partir do segundo ano, o pequeno cresça mais lentamente. É comum – e até esperado – que um bebê de 8 meses, por exemplo, tenha mais fome do que uma criança com mais de 1 ano. Além disso, nessa fase, eles se interessam por tudo ao seu redor. Se a fome já está menor, o ambiente ajuda a piorar, pois qualquer acontecimento é motivo para não querer comer: um dentinho nascendo, uma visita que chegou... Tudo pode contribuir para que a criança se distraia ou se incomode e recuse o prato.

O que você deve analisar é: ele está doente? Aconteceu algo diferente? Teve um susto ou trauma relacionado à alimentação? Se não houver nada orgânico impedindo a criança de comer ou dificultando a aceitação, a dica é ter calma. É uma fase que vai passar. Outra dica é conter a tentação de oferecer qualquer coisa, como biscoitos pobres em nutrientes e bebidas ultraprocessadas.

Quando a família cai nessa cilada, ela está contribuindo para que a criança recuse ainda mais os alimentos naturais. Portanto, faça um acompanhamento com o pediatra e um nutricionista materno-infantil. Tenha calma, sabedoria e perseverança para ofertar ao seu filho alimentos saudáveis.

  • ANDREIA FRIQUES
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Cardápio Único (Foto: Getty Images)

"Trata-se de uma etapa normal no desenvolvimento, um período de transição que, como qualquer outro, requer cuidados." (Foto: Getty Images)

"Em casa, meu filho só aceita sopa de fubá. Mas na escola ele come de tudo. Por que ele faz isso?"

Fabiana Rossetti, mãe do Enzo, 2 anos, via Instagram

Seu filho pode estar vivendo uma fase que muitos autores chamam de “miniadolescência”. Geralmente, ela ocorre entre 18 meses e 3 anos, quando a criança deixa de ser bebê e deseja afirmar sua independência. Trata-se de uma etapa normal no desenvolvimento, um período de transição que, como qualquer outro, requer cuidados.

Alguns começam a escolher mais o que querem comer, e muitas famílias ficam perdidas quando percebem que, da noite para o dia, aquela criança que até então comia de tudo passa a dizer “não” para vários alimentos. Outros tornam-se totalmente seletivos, e isso pode estar relacionado a uma situação orgânica, doença ou a um trauma. Essa situação pode ser transitória ou levar um tempo para se resolver, necessitando de apoio de uma equipe multiprofissional.

No caso do seu filho, esse comportamento pode estar ligado à rotina familiar ou à necessidade de impor sua vontade em casa. O grau da recusa pode depender de como a família o aborda na hora da comida. Por isso, pergunte-se: ele ingeria outros alimentos ou, desde o início, só aceitava a sopa de fubá? Senta-se à mesa com os outros membros da família ou come separado? Quando está em casa, tem oferta de guloseimas em outros horários? Toma mamadeira em excesso? Percebe que a mãe ou o cuidador ficam desestruturados pela sua recusa?

Esses são alguns pontos que devem ser levados em consideração pelo nutricionista materno-infantil, pediatra ou pela família para diagnosticar o porquê do comportamento. O fato de ele aceitar a comida na escola é positivo, pois mostra que, provavelmente, não se trata de nada orgânico. É preciso ajustar o comportamento no contexto familiar.

O que fazer quando ele só diz “não” à comida

Há várias providências que você pode tomar para lidar com as recusas do seu filho:

• Continue a oferecer a comida habitual e também novos alimentos;

•Ignore os acessos de birra;

• Varie o cardápio e convide a criança a participar do  preparo;

• Retire o que ele não comeu, sem fazer comentários;

• Não use expressões como “Não sei mais o que fazer com essa criança”;

• Não ofereça presentes como recompensa para ele topar comer;

• Acalme-se, tenha paciência e perseverança. Vai dar tudo certo!

CF-ANDREIA-FRIQUES-NUTRICIONISTA (Foto: Divulgação)

ANDREIA FRIQUES É NUTRICIONISTA MATERNO-INFANTIL, MESTRE EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS, PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NUTRIÇÃO MATERNO-INFANTIL (ABRANMI) E MÃE DE MIGUEL, 11, E DAVI, 7. É AUTORA DE NUTRIÇÃO MATERNO-INFANTIL. MANDE SUA DÚVIDA PARA CRESCER@EDGLOBO.COM.BR ou pelas nossas redes sociais (Foto: Divulgação)


Fonte:https://revistacrescer.globo.com/Criancas/noticia/2019/11/como-lidar-com-rejeicao-alimentar-do-seu-filho.html


  • JUAN ORTIZ E SÍLVIA LIS
 ATUALIZADO EM 

A fase que sucede a introdução alimentar costuma ser um bicho-papão para os pais. Não à toa, essa etapa da vida é conhecida como os “terrible twos”, “os terríveis 2 anos”, em que a criança começa a se perceber enquanto um indivíduo e adquire mais independência. É como se fosse a adolescência da infância, na qual os pequenos se tornam mais rebeldes. Recusar certos alimentos faz parte desse grito de independência.

Criança aprendendo a usar talheres para comer (Foto: Kampus Production/Pexels)

(Foto: Kampus Production/Pexels)

Primeiro, é bom esclarecer que este é um período pelo qual toda criança irá passar. Faz parte da sua jornada de autoconhecimento e não deve ser repreendido. Logo, o ideal é criar um ambiente confortável destinado às refeições e inserir esse momento de forma rotineira na vida dos pequenos, mesmo que você precise segurar a angústia de ver caras feias frequentes ou a comida no chão.

“É fundamental pensarmos na participação da criança no processo de alimentação. Os utensílios que ela usa, a posição em que fica sentada, todo o ambiente deve ser de conforto, porque isso ajuda muito na aceitação da comida”, esclarece a nutricionista Bárbara Lourenço, professora da Universidade de São Paulo (USP) e cientista visitante na Escola de Saúde Pública de Harvard (Estados Unidos).

Especializada em pediatria, Bárbara reforça a necessidade de prestar atenção nos sinais de fome e saciedade. “É preciso levar mais a sério as pistas que a criança dá para que ela mesma regule a quantidade do que precisa comer, sabendo que isso se constrói ao longo do tempo. Muitas vezes, os pequenos ficam numa posição mais coagida pelos pais a comer em maior quantidade e se tornam birrentos”, afirma.

A rejeição de um alimento específico nessa fase não deve ser motivo para grandes preocupações. A chave é buscar oferecer a maior variedade possível de comida — grãos, frutas, hortaliças, carnes — para uma refeição nutritiva, permitindo que um determinado alimento substitua outro que não caiu nas graças deles naquele momento. Se a criança não gosta de cenoura, por exemplo, e prefere abóbora, tudo bem. Ela ainda está consumindo um vegetal alaranjado, fonte de betacaroteno e outros diversos nutrientes semelhantes que compensam a falta da cenoura. O mesmo vale para vários outros alimentos recusados, que podem ter seu lugar temporariamente ocupado por algum parecido em termos nutricionais.

Fonte:https://revistacrescer.globo.com/Alimentacao/noticia/2022/05/o-que-fazer-quando-crianca-de-2-anos-rejeita-alimentos-especificos.html


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