Barriga inchada depois de comer? Conheça cinco chaves para aliviar a distensão abdominal
Distensão abdominal é uma condição comum, que ocorre após ingestão de alimentos
Por La Nacion — Rio de Janeiro
21/10/2023 04h00 Atualizado há um dia
Sentir a barriga inchada como um balão ao terminar de comer é bastante comum. O estômago enche, aumenta visivelmente de tamanho e gera desconforto: dores, ruídos, refluxo. É uma sensação de peso que incomoda. Muitas são as causas que podem ser atribuídas a essa condição que chega sem avisar e reduz a qualidade de vida.
Um relatório da IntraMed, empresa especializada em estudos da área médica, descreve esta condição como “uma queixa gastrointestinal comum que se manifesta subjetivamente por sintomas de inchaço abdominal recorrente, pressão ou sensação de gás aprisionado, associada ou não a um aumento na circunferência abdominal”. Por sua vez, o americano National Institutes of Health (NIH) classifica-a como uma condição em que o abdômen fica cheio e inchado. Mas quais são as suas causas?
Julio Bragagnolo, médico e chefe da unidade de Nutrição e Diabetes do Hospital Ramos Mejía, em Buenos Aires, esclarece que isso acontece quando os hábitos alimentares são desordenados: “tem a ver com a distribuição dos alimentos. Muitos passam o dia inteiro dentro de um escritório ou indo de um lugar para outro a trabalho e pulam refeições, almoçam pouco, evitam lanches e chegam ao jantar com extrema voracidade”, e acrescenta que esta situação leva à ingestão do primeiro alimento que é encontrado na geladeira ou na despensa, sem a noção da quantidade e qualidade do que se consome.
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O inchaço também está relacionado ao jejum intermitente. “Quanto mais dura, mais fome se gera e isso faz com que a próxima refeição não seja totalmente nutritiva”, explica Bragagnolo. Nessa linha, a pesquisadora em Nutrição Estela Mazzei comenta que, diante do apetite excessivo, as pessoas tendem a comer rápido, sem pausas.
“Comer em alta velocidade faz com que o ar entre em excesso no corpo e faz com que a pessoa se sinta inchada, pesada, com refluxo e náusea”, explica a nutricionista. Por outro lado, Mazzei destaca algumas doenças como outro fator de risco. Entre eles, ele cita a doença celíaca, a intolerância à lactose, a síndrome do intestino irritável e o supercrescimento bacteriano do intestino delgado (SIBO), patologia que ocorre quando o excesso de bactérias do cólon passa para o intestino delgado.
Cinco dicas para evitar inchaço no estômago
Os especialistas consultados pelo La Nación alertam sobre a importância de implementar certos hábitos na alimentação que podem ajudar a reduzir as chances de sofrer de inchaço no estômago. “É preciso levar em conta não só o que comer, mas também como fazê-lo, evitando desconfortos e aumentando a gordura corporal”, diz Mazzei.
- Porções: cada pessoa é diferente, e o que uma precisa pode não se aplicar a outra. Portanto, a quantidade de comida varia de pessoa para pessoa. Bragagnolo sugere servir uma porção no prato e evitar levar os pratos para a mesa, pois você pode perder a noção do que está comendo e muitas vezes pode resultar em excesso.
- Televisão: segundo Bragagnolo, comer com a televisão ao fundo é um hábito arraigado que impede as pessoas de terem consciência do que comem por distração. Perante este cenário, o especialista recomenda sentar-se à mesa na companhia de amigos ou familiares e criar um espaço para partilhar as emoções do dia e dos projetos. “Neste momento se dimensiona o que se come”, reflete Bragagnolo.
- Ingestão: os especialistas consultados concordam com a necessidade de comer devagar e mastigar bem. Nessa linha, Mazzei explica que o processo de digestão começa na boca e por isso tem como ponto de partida a moagem dos alimentos. “Naqueles que comem rápido, esse processo não ocorre de maneira correta, e parte da comida não é digerida adequadamente”, afirma a nutricionista. Dessa forma, acrescenta que o estômago terá que fazer o dobro do trabalho para decompor os alimentos, o que pode causar distensão e dor. Em relação à duração de um almoço ou jantar, Mazzei comenta que deve ser de pelo menos 20 minutos, pois, “a partir desse momento o cérebro manda uma ordem de que você está satisfeito, caso contrário, se durar menos tempo, “há possibilidades de comer demais".
- Alimentação: Uma alimentação balanceada e variada, rica em vitaminas, minerais, fibras, proteínas e antioxidantes “vai proporcionar saúde”, afirma Bragagnolo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a ingestão diária de cinco porções de frutas. Em contraste, as diretrizes dietéticas na Argentina, por exemplo, sugerem apenas dois. Segundo Bragagnolo, as pessoas tendem a preferir mais amidos do que frutas e vegetais. Desta forma, ambos os especialistas concordam em priorizar a ingestão de vegetais sazonais de todas as cores e proteínas como os peixes pelo seu aporte de ômega. Além disso, recomendam evitar produtos ultraprocessados, frituras e embutidos. Nesse caminho, a hidratação tem papel fundamental: “O consumo de água mineral é priorizado em detrimento de bebidas à base de açúcar e carboidratos”, enfatiza Bragagnolo.
- Higiene e movimento: o médico refere a necessidade de lavar as mãos antes de cada refeição para evitar a propagação de qualquer vírus ou bactéria. Ele também insiste em escovar os dentes ao terminar de comer para protegê-los. Por sua vez, a atividade física, principalmente a caminhada diária, “ajuda a manter o corpo em equilíbrio e a digerir melhor os alimentos”, afirma Bragagnolo.
- “Manter hábitos alimentares saudáveis não só melhorará os processos fisiológicos, mas também permitirá desfrutar de alimentos que, além de nutritivos, geram prazer”, finaliza Mazzei.
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