NOVO ESTUDO MOSTRA QUE ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS 'DESLIGAM' O MECANSMO DE DEFESA CONTRA O CÂNCER EMBUTIDO NO CORPO
Novo estudo mostra que alimentos ultraprocessados 'desligam' o mecanismo de defesa contra o câncer embutido no corpo
Pesquisadores de Singapura encontraram a conexão entre o surgimento de tumores na mama e no ovário com o consumo deste tipo de alimento
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O GLOBO
— Rio de Janeiro
19/04/2024 12h03 Atualizado há um dia
Os alimentos ultraprocessados, isto é, aqueles que passaram por inúmeros processos e podem conter aditivos e substâncias químicas, já foram associados a pelo menos 32 problemas de saúde, dentre eles, o câncer. Um novo estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Singapura descobriu a conexão entre este grupo alimentar e o aparecimento de células cancerígenas.
De acordo com os cientistas, o metilglioxal, substância química liberada pelo corpo após a ingestão de alimentos que contém alta concentração de açúcar e gordura, consegue impedir de forma temporária o funcionamento do gene BRCA2, responsável pelo combate ao câncer. As descobertas foram publicadas na renomada revista científica Cell.
“O metilglioxal desencadeia a destruição da proteína BRCA2, reduzindo seus níveis nas células. Este efeito é temporário, mas pode durar o suficiente para inibir a função de prevenção de tumores do BRCA2. Eventualmente causa falhas no nosso DNA que são sinais de alerta precoce do desenvolvimento do câncer”, afirma o professor Ashok Venkitaraman, em entrevista ao portal Medical News Today.
Estudos anteriores mostram uma maior probabilidade de desenvolvimento de câncer de mama e ovário em pessoas com falhas no BRCA2. Desta forma, a novidade encontrada pelos cientistas de Singapura são as evidências dos mesmos efeitos do defeito genético acontecerem com uma grande quantidade de metilglioxal, ligado aos ultraprocessados, no organismo.
Lista de alimentos ultraprocessados
Segundo o "Guia alimentar para a população brasileira", do Ministério da Saúde, são alimentos ultraprocessados:
- Biscoitos, sorvetes e guloseimas;
- Bolos;
- Cereais matinais; barras de cereais;
- Sopas, macarrão e temperos “instantâneos”;
- Salgadinhos “de pacote”;
- Refrescos e refrigerantes;
- Achocolatados;
- Iogurtes e bebidas lácteas adoçadas;
- Bebidas energéticas;
- Caldos com sabor carne, frango ou de legumes;
- Maionese e outros molhos prontos;
- Produtos congelados e prontos para consumo (massas, pizzas, hambúrgueres, nuggets, salsichas, etc.);
- Pães de forma;
- Pães doces e produtos de panificação que possuem substâncias como gordura vegetal hidrogenada, açúcar e outros aditivos químicos.
Basicamente, todos que passam por múltiplos processos industriais e contêm corantes, emulsificantes, aromatizantes e outros aditivos para torná-los palatáveis.
O documento orienta evitar o consumo. Dentre os motivos, destaca que este grupo alimentar "em geral, são pobres nutricionalmente e ricos em calorias, açúcar, gorduras, sal e aditivos químicos, com sabor realçado e maior prazo de validade".
Associados a pelo menos 32 doenças
Uma revisão de 45 trabalhos feitos sobre o tema, publicada nesta quarta-feira na revista científica The BMJ, mostra que existe uma associação entre as comidas e um risco aumentado para 32 agravos de saúde diferentes.
- Mortalidade por todas as causas
- Mortalidade por câncer
- Mortalidade por doenças cardiovasculares
- Mortalidade por problemas cardíacos
- Câncer de mama
- Câncer (geral)
- Tumores do sistema nervoso central
- Leucemia linfocítica crônica
- Câncer colorretal
- Câncer pancreático
- Câncer de próstata
- Desfechos adversos relacionados ao sono
- Ansiedade
- Transtornos mentais comuns
- Depressão
- Asma
- Chiado no peito
- Desfechos de doenças cardiovasculares combinados
- Morbidade de doenças cardiovasculares
- Hipertensão
- Hipertriacilgliceridemia
- Colesterol HDL baixo
- Doença de Crohn
- Colite ulcerativa
- Obesidade abdominal
- Hiperglicemia
- Síndrome metabólica
- Doença hepática gordurosa não alcoólica
- Obesidade
- Excesso de peso
- Sobrepeso
- Diabetes tipo 2
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